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Possível compra da TRIP pela TAM gera polêmica

Denis Carvalho
14/03/2011 às 9:57

Possível compra da TRIP pela TAM gera polêmica

O mundo da aviação acordou hoje em polvorosa com uma nota divulgada pela TAM  aos seus acionistas, assumindo que a empresa estava em “tratativas” com a Trip. O anúncio era uma resposta aos rumores de que o grupo pretendia adquirir a empresa regional.

O comunicado pôs mais lenha na fogueira e o próprio presidente da TAM veio a público, por meio de entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, negar que sua empresa pretenda comprar a concorrente. Segundo ele, estaria em negociação  apenas uma ampliação do acordo de codeshare.

A pergunta é: será que o presidente assumiria a intenção de compra sem que o negócio esteja fechado, abrindo margem para uma ação dos concorrentes?  Se a negociação se limita a uma ampliação do que já existe, por que a nota oficial abre margem para especulações ao afirmar que as empresas também buscam a “identificação de possíveis oportunidades para fortalecimento e expansão de seus negócios”.

Como tudo começou

No sábado, o site Aero Magazine informou que a Trip deveria passar a fazer parte da LATAM, não publicamos nada pois não havia confirmação. Hoje cedo a TAM publicou em nota que estava sim negociando novos acordos com a Trip.  Após isso a Veja já publicou que a TAM compraria apenas parte da Trip e o Estadão também. Posteriormente o Estadão deu que será apenas uma ampliação do codeshare. Outros colunistas, como Ancelmo Gois, afirmam que nos bastidores a negociação é tida como certa.

Boatos,  desmentidos  e posições oficiais divergentes são comuns em grandes operações como esta.  Como clientes e passageiros, no entanto, continuamos nossa torcida para que seja mesmo apenas uma ampliação do acordo de codeshare, pois isso sim traria benefício aos passageiros das duas empresas.

Abaixo o post que publicamos hoje cedo.

Em um comunicado a seus acionistas, a TAM confirmou publicamente na manhã de hoje que negocia a aquisição da Trip Linhas Aéreas, maior empresa de aviação regional do Brasil. O texto da empresa dá uma bela floreada, dizendo que as empresas mantém “tratativas” para o “aprimoramento do Acordo de Codeshare existente e a identificação de possíveis oportunidades para fortalecimento e expansão de seus negócios”.

A nota aos investidores, porém, indica que as negociações estão adiantadas e há grande possibilidade de que a Trip passe a fazer parte do grupo da TAM, como a Pantanal, e no futuro da internacional LATAM, formado pela aquisição da companhia brasileira pela LAN. Também especula-se que pode haver a venda de somente uma parte – em torno de 30% da companhia regional.

Para os passageiros, a aquisição pode trazer notícias ruins de curto prazo, como a unificação de rotas onde as duas empresas operam e diminuição da concorrência.  Aumentar a concentração de mercado não traria qualquer benefício para os consumidores – basta ver os exemplos recentes da venda da Pantanal e da Varig.

Desde a compra da Varig pela GOL,  o mercado ficou fortemente concentrado em apenas dois grupos: TAM e GOL. Recentemente Azul, Webjet, Avianca, Trip e Passaredo lutam para mudar esse quadro, mas as duas gigantes continuam com quase 85% do mercado nacional. Com a compra da TRIP, os grupo TAM e GOL passariam a ter quase 90% do mercado.

No final de 2009, a TAM comprou a Pantanal e o que se viu, na prática, foi o fim dessa companhia aérea. Hoje, a Pantanal não existe mais como companhia regional, a negociação serviu apenas para a TAM aumentar seus voos no aeroporto de Congonhas, o mais rentável do país.

A Trip nos últimos anos vem crescendo de forma sustentável e sempre dando lucro, até o meio do ano a empresa já estará atendendo mais de 85 destinos no Brasil, ela tem levado a aviação a dezenas de cidades onde nenhuma outra companhia aérea  atende.

Se há alguma expectativa  positiva para o futuro seriam mais investimentos na extensão da malha regional da Trip. Aliás, comenta-se que a venda seria uma forma de a empresa justamente conseguir mais recursos para seu plano de expansão. Isso, contudo, dependerá da visão estratégica do grupo LATAM para o Brasil.

Por fim, com relação ao mercado, o grupo LATAM se firma como maior gigante da América do Sul, abrindo distância ainda maior para os concorrentes da Avianca/Taca.

Resta-nos aguardar os próximos lances desta disputa e ver se as empresas chegarão de fato a um acordo e se as autoridades brasileiras permitirá a fusão das companhias aéreas.

Leia mais sobre o tema:

Veja – TAM nega negociação de aquisição da Trip
Estadão – TAM está negociando com Trip compartilhamento, mas nega aquisição
O Globo – TAM mantém conversa com Trip para ampliar parceria

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