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Melhores Destinos 15 anos! As 15 maiores roubadas de viagem que já encaramos e como evitá-las

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21/07/2023 às 11:52

Melhores Destinos 15 anos! As 15 maiores roubadas de viagem que já encaramos e como evitá-las

O Melhores Destinos está completando 15 anos e nesse período nem tudo foi festa… Nossa equipe já passou por bons bocados em suas viagens. Seja uma quase prisão, carro atolado na neve ou nas dunas, engarrafamento a caminho do voo, não há como não escapar de algumas roubadas – que podem acabar rendendo boas histórias de viagens. E, cá entre nós, como é bom ter bons “causos” para contar, não é mesmo?

Nesse post reunimos alguns dos maiores perrengues que já enfrentamos para que você possa ficar alerta – também rir um pouquinho com a gente!

Sem uísque – e sem algemas


Mari Kateivas

Editora de conteúdo

A viagem pode ser dos sonhos, mas o pesadelo também pode estar nela – mesmo tendo feito muito planejamento antes. Felizmente, muitos perrengues não são graves e viram boas histórias para contar, como a que colecionei em Élancourt, na França.

Era uma sexta-feira, meu último dia de aula na pequena comuna francesa em um curso de férias. Fim da tarde, entrei em um mercadinho junto de seis colegas brasileiros. Como voltaria ao Brasil no dia seguinte, quis comprar uma lembrança para o meu pai, já que era o único da família que faltava da lista de presentes. Sendo ele apaixonado por uísque, escolhi uma mini garrafa da bebida.

Ao ir até o caixa, uma das minhas colegas já estava aguardando e se ofereceu para pagar minha bebida. Dei o dinheiro para ela e continuei andando pelo mercado. Quando a jovem deixou o caixa, me entregou a mini garrafa e saiu do estabelecimento.

Mari no curso de Cinema, na França

Continuei por alguns minutos olhando alguns produtos até que o pior aconteceu. Quando tentei sair do mercado, o alarme de furto foi acionado. Nesse momento, meus colegas já haviam saído e eu estava sozinha com o uísque. No mesmo segundo, um segurança me abordou gritando comigo em francês.

Sem ter como provar que comprei a bebida porque estava sem a nota fiscal e por não encontrar ninguém que falava inglês para eu poder me explicar, fiquei desesperada. Para piorar, tinha colocado a mini garrafa no bolso do meu casaco, pois minha colega me deu sem sacola. Contra fatos não há argumentos. Tudo indicava que eu era a brasileira ladra de bebida alcoólica!

Sem entender o que o segurança me dizia, comecei a fazer mímica – na ilusão de que daria para entender alguma coisa. Fiquei apavorada para valer quando o segurança começou a falar irritado pelo telefone. Nessa hora tentei respirar e pensar. Finalmente percebi que havia uma pequena câmera de segurança no mercadinho e comecei a apontar para ela. Acho que uma das funcionárias viu as imagens, pois depois dos minutos mais longos da minha vida, o segurança se desculpou e me liberou.

Saí correndo do mercadinho para encontrar meus colegas e contar o que tinha acontecido (sem saber se ria ou chorava de nervoso). No fim, meu pai ficou sem o uísque, pois no meio do sufoco do falso furto acabei esquecendo na loja.

Depois dessa experiência, virei a rainha da nota fiscal – não deixo de pegar o comprovante e só jogo fora depois de ter certeza que não precisarei em nenhuma hipótese. Além disso, aprendi a levar comigo algumas frases de emergência escritas na língua nativa que não domino (isso foi essencial quando viajei depois para a China).

Ainda vale lembrar de respirar e racionalizar com calma no momento do desespero, pois com o nervosismo podemos não pensar no óbvio para sair daquela situação. Por fim, dê boas risadas do que passou e seja grato por ter saído dessa só com uma boa história (e sem algemas, haha).

Na mesma viagem, Mari feliz em Paris – sem algemas!


O cagaço do penhasco


Cleverson Lima
Editor de Promoções

Esse dia foi o único que eu senti medo de morrer de verdade. Foi também o maior perrengue de viagem. Eu, meu irmão e um amigo alugamos um carro para rodar por alguns países da Europa. Estávamos no inverno e sabíamos que a corrente de neve no pneu era obrigatória para andar em condições adversas, embora não fizéssemos ideia de como e quando colocá-la. E como a maior parte da viagem foi feita sem corrente, em estradas sem neve, ninguém deu a mínima para aprender.

Pois bem. Indo do sul da Alemanha para a Suíça, as condições mudaram muito, e a neve começou a aparecer nos Alpes. Ok, o carro parecia derrapar um pouco na autoestrada com o gelo, mas nada que saísse do controle. E ninguém lembrava da fatídica corrente.

Estávamos quase chegando a Waltensburg/Vuorz, uma comuna na Suíça com menos de 400 habitantes, onde ficava o Airbnb que alugamos. Faltava apenas subir uma montanha, o que levaria menos de 6 km. Estávamos no meio da subida, próximo a um penhasco. De repente, o carro enguiçou na neve. Simplesmente não andava mais. Pior: começou a deslizar quando tentamos movimentá-lo, rumo à beira do penhasco. Só lembro do meu amigo Ronildo falando:

— Putz, viramos passageiros! Viramos passageiros!

Por sorte, o carro parou de deslizar antes de chegar na beirada do penhasco (que não tinha nenhum tipo de barreira) e gerar um acidente. Saímos do veículo e andamos em busca de ajuda. Nesta altura, a tempestade de neve havia se formado, numa cena digna do inverno de Game of Thrones. Por sorte, após bloquearmos o acesso ao pequeno povoado (o que gerou uma filazinha de carros), achamos um casal de suíços que inseriu a corrente nos pneus do carro (algo que pareceu fácil demais quando estava pronto).

Por isso, fica a dica: sempre fique atento às instruções de segurança. E use corrente ao dirigir em locais com muita neve.

Pelo menos no final de tudo, a vista da janela do quarto do Airbnb e o doguinho anfitrião compensaram o cagaço do penhasco.


Furto, ônibus e atolamentos


Bruna Scirea
Editora de Destino

Viajar é também estar aberto a perrengues – que graça teriam nossas histórias de viagem sem alguns deles? Nessas andanças por aí, já passei um domingo inteiro sem comer por não imaginar que, chegando no meio da tarde em Cienfuegos, no centro de Cuba, encontraria lanchonetes e restaurantes fechados. Me restou matar a fome bebendo cerveja, o que rendeu outros problemas…

Em Nápoles, já tive que lidar com a desgraça de ter uma carteira furtada do bolso da frente da calça dentro da Circumvesuviana, certamente a linha de trem com maior concentração de batedores de carteira por metro quadrado. Isso minutos depois de ouvir avisos quando comprava a passagem e após ter lido, na primeira página do livro que levava comigo, que “Nápoles é o lugar onde te roubam as meias sem te tirar os sapatos”. Em Portugal, após um dia de sol, praia e vinho verde, deixei para pegar o último ônibus de Albufeira para Faro, onde estava hospedada no Algarve. E ele nunca chegou.

Tentando carona para voltar para Faro

Na Alemanha, já peguei carona em um carro que tinha um narguilé INSTALADO dentro. Já pedi dinheiro emprestado às 4h da madrugada em uma estação de Londres, pois a única chance de chegar no aeroporto a tempo do voo era pegar o trem que partia no próximo minuto (juro, no próximo minuto). Meu cartão não funcionou, as notas de libras que tinha foram rejeitadas, o taxista estacionado ali perto não quis trocá-las. Eis que apareceu uma santa pessoa e botou mais de 10 libras naquela máquina, a tempo de eu sair correndo e entrar no trem, quase tendo minha mala esmagada pela porta – mais tarde, no aeroporto, reencontrei a salvadora e anotei os dados bancários para devolver a grana.

Mas nada me provocou tanta angústia (e também risada, é verdade) do que ver o carro que eu havia alugado sendo transportado até o outro lado de um rio, no litoral cearense, sobre uma balsa de madeira podre, que se deslocava graças à força de uma pessoa e UM REMO. Para piorar: é claro que eu assistia a tudo isso estando TAMBÉM EM CIMA da balsa podre. E como a desgraça acontece em sequência.. neste mesmo dia, havíamos contratado um motorista para fazer um deslocamento pela areia, achando que ele conhecia todas as manhas e passaríamos ilesos à qualquer perrengue maior. Vai vendo. Atolamos CINCO vezes, em todos os cenários possíveis: dunas, beira da praia, morrinho de areia… No fim, eu tinha que assumir a direção, enquanto o motorista tentava achar tocos de madeira pra colocar sob as rodas, escavava a areia e empurrava o carro. A vontade era de, logo após cada desatolada, deixar o motora ali de castigo e sair acelerando, rodando por conta própria.

Por essas e outras, não pense que o bolso da frente da calça é um bom lugar para guardar pertences; tenha sempre comida na mochila; não confie no último ônibus; tenha muito cuidado com as caronas e… lave bem o carro da locadora antes de devolvê-lo! Haha. No mais: mantenha o bom-humor. Sem ele, os perrengues serão mais perrengues ainda.


Infecção alimentar com… guerra de água!


Camille Panzera
Editora de Destinos

Já me perdi de ônibus no interior do Japão, esqueci meu passaporte dentro do avião e só percebi na hora do check-in no hotel, já fiquei presa em um aeroporto inundado pela chuva e resolvi conhecer o Teatro Solís, em Montevidéu, durante a passagem de um ciclone que deixou a cidade em alerta vermelho (eu não sabia, achei que eram apenas ventos e muita chuva)… por isso fiquei algumas horas sem poder sair do local. Mas o pior perrengue acho que foi ter infecção alimentar em Phi Phi, na Tailândia, por ter participado de uma guerra de água (era ano novo no país). A internação na “clínica” (não tem nem como dizer que era um hospital) teve direito a alergia a medicamentos, enfermeiras desesperadas tentando resolver o problema e, posteriormente, a paciente aqui deixando a clínica “contra recomendações médicas” porque visivelmente queriam me segurar no lugar por mais tempo para fazer mais procedimentos do que o necessário e assim ganhar dinheiro do seguro saúde.

Minha dica é se preparar bastante pra viagem, se informar muito sobre os lugares que irá visitar, avisar a alguém próximo sobre seus passos na viagem e sempre fazer seguro-saúde!


O dia que eu nadei com (ou vomitei em) tubarões-baleia


Jéssica Weber
Editora de Destino

Eu caprichei no biquíni e par de Havaianas para fazer o passeio mais esperado da press trip: íamos mergulhar com tubarões-baleia e depois ancorar em Isla Mujeres, no Caribe mexicano. Eu já tinha ficado horas no Google Imagens admirando aquela água azul cristalina, aquela areia branquinha que parece fake e os coqueiros alinhadinhos ao fundo. Já tinha até ensaiado a pose da foto do Instagram.

Mas, antes, havia os tubarões. E muito mais cruéis que eles, as ondas em alto mar, que deixaram sete dos dez jornalistas enjoados. A primeira, de Minas Gerais, vomitou já no caminho. Os outros todos (eu inclusa, admito) colocaram o café da manhã do all inclusive para fora com o barco ancorado, à espera dos bichos.

Foi um show de horrores: metade vomitava de um lado da lancha, metade do outro. Um ouvia os chamados pelo “Ugo” e o outro se unia, “na parceria”. Na minha memória, demorou aproximadamente 579 horas para chegar a minha vez de mergulhar. Admito que nem estava mais aí pro tubarão, só queria sair daquela lancha e seu balanço inclemente.

Não rolou aproveitar direito o mergulho com o tubarão-baleia (que, justiça seja feita, não são cruéis coisa nenhuma) e nem de tirar a planejada foto em Isla Mujeres. No destino final, eu estava parecendo aquela barbie desgrenhada do meme, com a maquiagem toda borrada.

Mas ao menos a “experiência” criou uma intimidade imediata entre os até então desconhecidos jornalistas da press trip. E uma lição para a vida: vai entrar num barco, dona Jéssica? Toma um Draminzinho antes.

Um casamento, dois destinos e quatro “feridos”


Bruno Rocha

Editor de conteúdo

Se você não tem nenhum perrengue de viagem para contar, então deve estar viajando pouco! 😅

Eu poderia falar da vez em que perdi meu voo de volta da Europa para o Brasil por causa de um atraso de 6 horas no primeiro trecho, que me rendeu um prejuízo de quase R$ 3 mil por não ser com a mesma companhia, ou de quando fui parar sem saber em uma dessas “casas de entretenimento adulto” na minha primeira vez em Buenos Aires.

Mas a escolhida foi uma viagem recente, em que fiz com minha namorada e um casal de amigos para dois destinos incríveis – Jericoacoara (Ceará) e Luís Correia (Piauí). O compromisso era mais do que especial: o casamento de dois amigos nossos.

Nós quatro estávamos muito empolgados em aproveitar de tudo, mas a viagem de seis dias ia reservar algumas surpresas – e alguns ferimentos e necessidades médicas.

A primeira “ferida” da história foi a noiva do meu amigo, com uma picada de abelha bem perto do olho durante o passeio de buggy em Jeri. Depois foi minha vez (a primeira delas): me arrisquei a saltar na água do Buraco Azul, um dos pontos de parada do passeio de buggy. O medo da altura – e de não conseguir pular distante o suficiente das pedras – tentou me segurar, mas já era tarde demais. Resultado? Costas e pernas cortadas. Por sorte foram ferimentos superficiais.

Partimos para Luís Correia para continuar nosso passeio e participar do casamento. Logo na chegada, o terceiro caso médico: minha namorada começa a sentir os sintomas de uma infecção urinária. Se não bastasse, no dia seguinte ao casamento, foi a segunda vez de eu ser a “estrela” da série médica: uma infecção intestinal, que quase me impediu de embarcar no voo de volta, já que sentia muitas dores, a ponto de ser abordado por um fiscal da Latam, que questionou se eu teria condições de viajar.

Calma que piora! Com certeza, o caso mais sério envolveu meu amigo – o quarto “ferido”. Ainda durante a festa de casamento, ele escorregou e caiu enquanto segurava uma garrafa de cerveja, que acabou fazendo um corte profundo no braço dele. Por sorte o casamento estava cheio de médicas, que já fizeram os primeiros curativos e o levaram para o hospital mais próximo – a quase 25 quilômetros de distância.

E foi assim que voltamos os quatro para São Paulo, com boas lembranças e alguns machucados e infecções – das quais agora, por sorte, podemos dar risada! Mas vale sempre lembrar: se beber, não carregue garrafas de vidro!


Parada Gay em Salvador


Denis Carvalho
Editor-chefe

Já passei por alguns perrengues engraçados, como não conseguir entrar no apartamento alugado pelo Airbnb em Paris por não ter lido que a chave ficaria debaixo do tapete e, também por lá, perder o trem para Milão porque uma carreta enorme estava tentando manobrar em uma ruazinha estreita, onde por azar ficava nosso hotel. Já tivemos nossa câmera furtada em um dos melhores resorts de Punta Cana, pegamos ventos de alerta laranja em Amsterdã, golpe de taxista em Lisboa, uma tempestade em Blumenau, esquecemos a mala no táxi-barco em Veneza, fomos trolados por um garçom na Argentina que fingiu não saber o que era “arroz” e nos trouxe um monte de batata-frita e por aí vai!

Da primeira vez que estivemos em Salvador, optamos por alugar um carro para conhecer a cidade e destinos próximos, como Praia do Forte. Essa decisão por si só já seria uma roubada, porque o trânsito na cidade é caótico. Mas como era domingo, não estava tão ruim: pegamos a avenida Octávio Mangabeira para ir apreciando o litoral rumo ao hotel, que ficava ao lado do Largo Campo Grande. Já era por volta das 14h e estávamos a poucas ruas de lá quando encontramos uma rua interditada pelo departamento de trânsito. Tudo bem, mudamos a rota no GPS para desviar, mas surpresa! Mais uma rua interditada! Novo contorno, nova rota e mais uma rua fechada, então decidimos parar para perguntar. “Ah, é que vai começar a Parada Gay e toda essa área vai ficar fechada. Corre que vocês ainda conseguem entrar pela Sete de Setembro do outro lado, mas já está fechando!”

Era mais fácil falar do que fazer: alcançar um ponto da avenida que ainda não estivesse fechado, ainda mais com o trânsito que já estava péssimo, se mostrou uma tarefa impossível. Tudo fechado, era simplesmente impossível chegar ao hotel com o carro. Passamos a procurar então algum lugar para estacionar, o que também estava muito difícil com as ruas congestionadas. Já era quase 16 horas quando finalmente encontramos lugar em uma ruazinha, onde o flanelão baiano já estava à espreita: “É 20 reais antecipado!” Como seria mais caro se ele causasse algum dano ao veículo, pagamos e pegamos as malas para caminhar os vários quarteirões até o hotel.

Claro que as rodinhas não aguentaram e em poucos minutos estávamos nós, arrastando as malas pelas ruas de Salvador. Podia piorar, obviamente! A Parada Gay, que a essa altura seguia a todos vapor com os trios elétricos e o povo muito empolgado, passava pela rua do hotel e o único jeito era ir pedindo licença no meio da parada e desviando dos participantes, já que as calçadas estavam tomadas pelos espectadores.

Cansados, suados, famintos e purpurinados, chegamos enfim ao hotel, onde todos os funcionários estavam à porta vendo a parada. Evidente que a essa altura o restaurante estava fechado, mas conseguimos comer um lanchinho, tomar um banho e assistir ao resto do desfile. Felizmente quando liberaram as ruas e conseguimos pegar o carro, por volta da uma da manhã, ele continuava lá, intacto. Fica a lição: sempre pesquise grandes eventos que podem alterar o trânsito da região que vai visitar!

Leia também: Conheça os principais pontos turísticos de Salvador!


“Você eu não conserto!”


João Goldmeier
Editor de Promoções

Uma vez viajei pra Jamaica sozinho e tive a brilhante ideia de alugar um scooter para ir até uma cidade vizinha a Ocho Rios. Detalhe: eu nunca tive habilitação para dirigir motos. É óbvio que essa façanha não ia ficar impune: na volta acabei escorregando numa curva na metade do caminho, no meio do nada. E claro que depois disso a motinho não ligava. Depois de um bom tempo esperando um milagre cair do céu, apareceu um caminhão salvador que me deu uma carona até uma “oficina” mais adiante.

Oficina entre aspas pois era um casebre com cobertura de folhas de palmeira e um rastafári com instrumentos de madeira. Mesmo não botando fé nenhuma naquilo, não é que ele consertou a moto?! Paguei o conserto e sai tão alegre que esqueci que na Jamaica se dirige na mão inglesa. Resultado: fui parar dentro de um matagal ao desviar de um carro que vinha na direção contrária. Nisso chega o mecânico e diz pra mim: “a moto eu conserto, mas você não. Tenha cuidado”. Como toda boa roubada de viagem hoje virou estória pra contar. Lembre-se disso quando estiver numa roubada dessas e tente rir da situação (chorar não vai adiantar nada).


Almoço pegadinha e hotel em outra cidade


Leonardo Cassol
Editor

Em Cancún, estava desfrutando o incrível quarto do meu hotel quando o telefone toca com um convite irresistível: um super almoço cortesia com uma oportunidade única para quem ama viajar. Na hora desconfiei, mas a curiosidade falou mais alto e lá fui eu com a família para esse evento. Basicamente era a apresentação de um programa onde você paga um valor anual para ter direito a se hospedar em diversos resorts pelo mundo. Como não existe almoço grátis, apesar da excelente comida, o assédio é forte para você gastar de US$ 2 mil a US$ 10 mil em algum dos programas oferecidos.

Não vou entrar no mérito se que se tem em troca vale ou não esse dinheiro todo, mas o que me incomodou muito foi a insistência e a exposição, claramente visando te deixar constrangido de não comprar. Um casal de amigos que viajava comigo se deu por vencido e aceitou o pacote mais barato, mas no fim quase não conseguiu aproveitar, por falta de tempo para viajar mesmo. Perdi uma manhã inteira de praia pra ficar num hotel vendo apresentação de slides e sendo assediado por vendedores insistentes. Nunca mais! Aliás, minha sugestão quando você tiver em qualquer resort no México é tirar o telefone da tomada.

Outra situação tragicômica aconteceu em 2017. Eu cheguei feliz da vida em Abu Dhabi, de madrugada, e entrei no táxi para ir para o hotel. Falei o endereço pro taxista e ele disse que o local ficava a 3 horas dali e que a corrida sairia muito cara. Incrédulo, eu mostrei o endereço com medo dele não ter compreendido direito. Ele repetiu o que havia dito. Depois do carro já ter saído pedi para ele voltar pro aeroporto pois eu não iria seguir viagem. Eu precisava entender o que estava acontecendo e fiquei com medo daquilo ser algum tipo de golpe.

Chequei minha reserva e, de fato, ela era para outra cidade, bem distante. Não sei se eu cliquei errado na hora de reservar, se era um hotel com nome idêntico ou parecido, ou se foi um erro do site de reservas, só sei que eu tinha uma reserva pré-paga não cancelável para um hotel muito longe, e que ia perder tudo. Afinal, eu iria ficar poucos dias em Abu Dhabi e era inviável ficar tão distante. Ainda impactado e sem entender direito como aquilo tinha acontecido comigo, comprei um chip de dados para celular e fiz uma nova reserva pelo app. Dessa vez para um hotel na cidade que eu estava… Lição aprendida: viajantes experientes também erram! Confira atentamente o que está comprando para sua viagem e não faça reservas quando estiver cansado ou muito atarefado, pois ficamos mais sucetíveis a erros.


Dia do Buda

Monique Renne
Editora de Destino

Quem nunca, não é mesmo? Os perrengues estão aí para serem vividos e contados com muito bom humor anos depois de passada a viagem. E que graça teria embarcar rumo a novos horizontes se não fosse para se divertir e resolver pepinos, rs? Faz parte! Como diria o meu pai: Se a vida do esperto já é difícil, a do mané é extremamente atribulada! O melhor a fazer é reduzir os riscos e ficar sempre ligado! Malandro é malandro e mané é mané! Mas vira e mexe trocamos de papel.

Eu já “dormi” em barraca de camping ouvindo rugido de leões na Namíbia; joguei o meu cartão de crédito no lixo do Mc Donald’s de Las Vegas (e encontrei uma hora depois revirando o mesmo lixo); tive uma câmera furtada do meu colo em um shopping de Fort Lauderdale (essa eu não encontrei); já saí fugida de hotel na Cidade do México por tentarem invadir o meu quarto de madrugada (e eu gritei igual faria a Maria do Bairro); fui às Pirâmides de Teotihuacán em uma segunda-feira para não pegar fila e descobri que era o equinócio de primavera, quando acontece o maior acúmulo de energia no topo das pirâmides (segundo a tradição local) e por isso é o dia mais cheio do ano; passei muito frio em uma campervan na Nova Zelândia por não saber que aquela coisa que parecia um ventilador, na verdade, era um aquecedor; comi um tal de um bolinho em Amsterdã que deu uma onda muito errada (ainda bem que tinha mais uma amiga comendo e mais dois sem comer); e já tive uma diarreia coletiva com mais três amigos em uma ilha da Indonésia sem abundância de água no banheiro (essa seria capaz de causar trauma e vergonha em qualquer viajante com um pouco menos de humor). São incontáveis perrengues. Todos, ao final, resolvidos! E aqui estou eu, vivinha e feliz, pra contar histórias.

Foi em um dia de mané que eu e meus amigos caímos no golpe mais ridículo de Bangkok: o Buda Day! Aliás, o termo se tornou sinônimo de golpe pra mim. Acordamos cedinho para chegar ao Grand Palace e fazer o passeio antes do sol nos torrar. Saímos conforme o programado, chegamos ao palácio sem fila e, para a nossa surpresa, fomos informados que naquele dia era o Buda Day. Até 11h da manhã só poderiam entrar no local cidadãos tailandeses.

Quem nos deu essa informação foi uma pessoa vestida igual aos guardas do palácio, na porta do palácio! Como poderia ser golpe? Pois era! Ele nos sugeriu fazer um passeio pelos templos nos arredores, marcou algumas opções no nosso mapa e, despretensiosamente, chamou um tuk-tuk para no levar (ali quebramos nossa regra de não pegar tuk-tuk em Bangkok exatamente porque sabíamos que sempre era golpe). E nós, manés, achamos tudo normal. Bastou entrar no tuk-tuk (por ali todos os tuk-tuks estão no esquema) para sacarmos, ao mesmo tempo, que era golpe! Caímos na versão mais branda (tem versões bem piores) e, para a nossa sorte, nos levaram de fato pra um porto onde havia um barco (com cara de clandestino) e onde realmente existia um passeio.

O tour que nos ofereceram custava três vezes mais que o mais turístico dos passeios oficiais. A sorte? Somos brasileiros! Já sabíamos o preço médio das coisas, nos recusamos a pagar e acabamos fazendo o passeio pelo preço quase igual ao oficial. Só não foi um passeio tão completo (o mercado flutuante era só um barquinho, rs). Na volta ao Grand Palace, vi o mesmo homem dando o golpe em um casal. Fui avisar os gringos sobre o esquema e qual foi a reação do golpista? Me chamou de trombadinha e fez os turistas subirem no tuk-tuk pra fugirem de mim. Não fui a única a cair no Buda Day e não serei a última. Buda Day nunca mais! E, para relaxar, bastou um bom mergulho em Phi Phi:

Na hora que acontecer um grande perrengue, o melhor é manter a calma e, principalmente, o bom humor. Peça ajuda aos mais próximos para resolver o problema, torne pública a sua questão antes que fique pior (alguém sempre aparece pra ajudar) e, em caso de emergência de verdade, não deixe de entrar em contato com um parente, polícia ou a embaixada. Para a sua segurança, tenha sempre um seguro de viagem e deixe seus dados com alguém no Brasil que seja esperto o suficiente para te encontrar no caso de um problema grave.

Lembre-se de compartilhar com alguém próximo informações como dados de voos, reservas de hotel e passeios do dia. Ter a cópia de todos os documentos e números de telefone de emergência (como banco e cartão de crédito) é muito importante para facilitar na hora de resolver o pepino. Com um pouquinho de precaução quase tudo vai dar certo. E o que não der, bem, conta pra gente aqui! Ah! Anos depois voltei à Tailândia e o mesmo golpe continua sendo praticado ativamente! Desta vez, eu já estava vacinada. E que venham os próximos!


Sem cinto de segurança em Cancún


Rafa Torres
Comercial

Mesmo depois de muita pesquisa, lendo relatos em grupos especializados no Facebook, conversando com amigos que passaram por isso, minha viagem para Cancún foi marcada por uma roubada que me deixou bem chateado, mas que na verdade, não deixou de ser minha culpa. Passeio para Chinchen Itza agendado, perdemos a hora do ônibus que nos levaria na excursão com outras pessoas. Como havia alugado um carro, resolvemos ir por conta própria. Tudo certo, fora o fato de perder o ônibus, até o momento. Chegamos em Chinchen, encontramos o grupo, falei com o guia e consegui nossos vouchers de entrada.

No retorno para nosso hotel, fomos parados pela polícia em uma blitz. Pediu os documentos, tudo certo, mas quando ele olhou para o banco traseiro, viu que minha esposa estava sem o cinto de segurança. Ai já sabe né? Me chamou para a traseira do carro, abriu o porta malas e me disse que eu poderia pagar a multa na delegacia ou ali mesmo com ele (propina). Se eu pagasse na hora ele não anotaria a multa e valor seria menor do que se eu tivesse que ir até a delegacia, mesmo sendo ilegal e devido aos inúmeros relatos que havia lido, paguei e segui viagem. Lá se foram 1.000 pesos e nos restou a experiência.


Furto no hostel


Thayana Alvarenga
Editora de Conteúdo

Uma amiga e eu resolvemos viajar para passear um fim de semana no Rio de Janeiro. Passagens aéreas compradas, resolvemos escolher onde iríamos nos hospedar. Foi quando pensamos: por que não experimentar um hostel? E iniciamos as pesquisas. Procuramos avaliações de internet, comentários em perfis públicos, recomendações e etc. Quando chegamos a um nome e fizemos a reserva. Nós nem imaginávamos que nosso estresse iniciava aqui.

Chegamos na Cidade Maravilhosa e fomos diretamente ao hostel para fazer check-in e guardar as malas. Nosso quarto era compartilhado e contava com quatro beliches. Como já era noite, saímos para dar uma volta pela cidade e voltamos pensando em descansar. Foi aí que a história mudou. Minha amiga subiu para o quarto e eu fiquei em um sofá no lobby do hostel sentada, mexendo no celular. Havia um homem sentado também, tomando cerveja enquanto mexia no notebook. Ele puxou assunto comigo e fomos conversando. O homem contou que era dos Estados Unidos e que estava “morando” no hostel por um tempo a trabalho.

Fomos conversando em inglês e entramos em diversos assuntos: política, esportes, música… Eis que meu celular vibra e era uma mensagem da minha amiga dizendo: “Thay, tá muito frio aqui no quarto, pede um cobertor a mais na recepção para mim e traz quando subir, por favor”. Respondi que tudo bem, mas ainda fiquei por mais um tempo conversando com o gringo. Na época eu havia ido ao show do Information Society, banda que ele falou que gostava muito, então mostrei as fotos e vídeos do show. Foi quando eu percebi que estava ficando tarde e disse que ia para o quarto dormir. Peguei o cobertor da minha amiga e tchau.

Ao entrar no quarto, percebi que ela já estava desmaiada. Eu, como uma boa amiga que sou, joguei o cobertor em cima dela e me preparei para dormir. E lembro CLARAMENTE de ter observado o celular dela carregando ao lado da cama. Depois de tomar banho e escovar os dentes, eu já estava de pijama mais do que pronta para dormir. E assim fiz. Acordei de manhã com a minha amiga me chacoalhando e perguntando: “thay, você viu o meu celular?” e eu prontamente disse que me lembrava dele carregando na tomada ao lado da cama dela. Mesmo o quarto sendo compartilhado, somente nós duas dormimos nas beliches nesta primeira noite. O problema é que o celular sumiu! Então ela pediu na recepção para ver as imagens da câmera e bingo! Na madrugada um homem entrou em nosso quarto e permaneceu dentro dele por alguns minutos e depois saiu de cabeça baixa. Quem era o cara? O americano que eu estava conversando antes de dormir!

Aí começou a correria. Tentamos resolver amigavalmente, começando ali mesmo na recepção do hostel, que alegou que o cara tinha a chave do quarto porque estava dormindo nele na noite anterior e teria “se confundido”. Minha amiga tentou falar com o gringo, que somente negava e dizia que não pegou nada. Então virou caso de Polícia. Já era sábado e lá estávamos perdendo o nosso fim de semana tentando resolver o problema. Fomos até a delegacia e aguardamos atendimento, quando nos disseram que iriam investigar. Com tanta burocracia e demora, já imaginávamos que seria difícil recuperar o celular.

No mesmo dia, à noite, o delegado ligou para mim pedindo para falar com minha amiga e deu à ela a notícia de que mesmo com a filmagem do cara entrando no quarto, ele não poderia fazer nada porque não houve flagrante. Inconformada ao saber que nada seria feito, ela resolveu falar de igual para igual com o cara e chegou intimando para que ele devolvesse o celular dela e ele continuou negando. Mas nós tínhamos certeza que havia sido ele, afinal, ninguém mais entrou no quarto. Como ele estava irredutível, ela foi ficando com raiva e acabou empurrando nele o copo de cerveja que estava na mesa, assim molhando o cara. Eis que ele levanta e diz: “agora quem vai chamar a Polícia sou eu”. Sim, mais confusão. Acabou que a história ficou por isso mesmo e fomos embora para São Paulo sem o celular dela.

Desta história, tirei um aprendizado muito grande com relação a hostels: infelizmente desconfie de tudo e de todos, principalmente ao compartilhar quarto com estranhos. Como sempre há pessoas do mundo inteiro é importante se atentar e não confiar em qualquer um, mesmo que pareça bonzinho. Por exemplo, o americano que conversei no hostel também parecia um cara bacana e inteligente, porém entrou em nosso quarto e furtou o celular dela. Toda vez que fico hospedada em hostel evito deixar minhas coisas à mostra, sem contar que sempre tranco tudo nos armários quando saio do quarto para evitar problemas. Desta vez ele não furtou o meu celular, por exemplo, provavelmente porque o aparelho estava embaixo do meu travesseiro e todos os meus pertences estavam guardados no armário. No caso da minha amiga, o celular estava carregando na tomada bem ao lado da cama dela, numa escrivaninha. Uma coisa é certa: gente espertinha tem em qualquer canto do mundo, temos que estar com o “radar” sempre ligado para evitar surpresas desagradáveis como a que tivemos.


Grão de bico na imigração


Thiago Ibrahim
Social Media

A maior roubada que passei ultimamente foi voltando da lua de mel em Cartagena das Índias, Colômbia, com a minha esposa Sara. Ela é vegana e ama grão de bico. Por isso, aproveitando o preço baixo do produto por lá, ela resolveu trazer alguns pacotes na bagagem. Partimos para o aeroporto, em Cartagena, despachamos a bagagem e embarcamos normalmente no nosso voo, que faria uma escala em Santiago, no Chile. Era um voo noturno e estávamos bem cansados. Chegando ao Chile precisamos passar novamente pela aduana.

Ao passarmos as bagagens pelo equipamento de raio-x, o policial pediu para abrirmos a bagagem pois precisaria revistá-la. Foi exatamente aí que me lembrei do grão de bico da Sara, pois na correria e com sono esqueci de declarar no formulário de imigração que estava portando o produto. O policial revirou as nossas malas, tirando quase todas as peças de roupas e acessórios lá de dentro, uma bagunça. Por fim, ele localizou o grão de bico, apreendeu e disse que iria nos multar em U$ 400 por não termos declarado o transporte do produto, que tem entrada proibida no Chile. Por uns segundos me senti um traficante internacional! Como bom brasileiro, conversei com o agente explicando o ocorrido, reconhecendo a minha falha, dizendo que estávamos voltando de lua de mel e era a primeira vez que passávamos pela aduana chilena. Para a nossa sorte ele deixou passar, mas não sem antes nos dar uma bronca daquelas.

Depois desse perrengue, fechamos as nossas malas e corremos para o embarque da companhia aérea, pois já estava dando o horário do voo. Ao perguntar a funcionária da companhia, fomos informados de que nosso voo havia sido cancelado e que precisaríamos aguardar até as 13h30, quando sairia o próximo voo para o nosso destino, Rio de Janeiro. Agora eram 6h30, estávamos com fome, com peso, havíamos passado por um estresse na aduana e ainda precisamos aguardar por 7 horas o voo que nos levaria finalmente para casa.

Depois de passar por isso ficaram duas lições:

Lição 1: Preste muita atenção ao responder formulário de imigração.
Lição 2: As vezes sai mais barato pagar mais caro no seu próprio país por uns pacotes de grão de bico.


Sem lenço nem documento na Argentina


Sandro Kurovski
Editor de conteúdo e vídeo

Em 2014 aproveitei uma promoção de passagens para Buenos Aires para levar meu irmão (na época com 14 anos) em sua primeira viagem internacional. Queria que fosse uma viagem inesquecível, e realmente foi, só que não pelos motivos certos.

Passeamos pelo centro da cidade, Café Tortoni, fomos de trem até Tigre curtir o Parque de La Costa, vimos até um filme do Homem-Aranha no cinema dublado em espanhol.

Estava tudo indo muito bem até que na véspera de voltar para casa, um domingo pela manhã, ao sair do Caminito e pegar uma caminho errado fomos abordados e assaltados por um grupo de rapazes. Seguraram meu irmão, bateram em mim e levaram a mochila, celular, câmera, e com eles nossos documentos, boa parte do dinheiro e inclusive a autorização que eu tinha para poder viajar com meu irmão menor de idade. Sentiu o tamanho do drama? Mas não se preocupe porque piora.

Alguém viu o ocorrido e chamou a polícia que chegou até rápido. Circulamos pelo bairro na viatura na tentativa de localizar os meliantes, mas encontramos apenas a mochila jogada em um arbusto, claro que sem nada de relevante dentro além do meu cartão de crédito internacional. No meu bolso haviam ficado também alguns pesos e os comprovantes da nossa entrada na argentina, como nos comprovantes constavam os dados dos nossos documentos entreguei para a polícia fazer o boletim de ocorrência. Pois os policiais argentinos fizeram o favor de extraviar e ainda negaram que tivéssemos entregue os comprovantes para eles.

Conseguimos voltar de ônibus para o hostel e ainda tive que pagar pela chave do quarto que também sumiu nessa história. Acessei a internet em um dos computadores coletivos do hostel, peguei o telefone do Consulado Brasileiro em Buenos Aires e entrei em contato com o serviço emergencial. Por ser domingo, obviamente não havia atendimento no consulado, mas fui orientado a ir na manhã do dia seguinte para emitir um documento provisório para retorno ao Brasil. Detalhe que o atendimento no consulado para esses casos era só na parte da tarde, mas como nosso voo de retorno seria às 13h iriam nos atender mais cedo.

No consulado, por meu irmão ser menor de idade, foi solicitada uma cópia do documento da nossa mãe. Ligamos para ela do próprio consulado e orientamos a ir em um vizinho para digitalizar e enviar por e-mail (na época smartphone ainda não era algo tão popular e essas coisas eram mais complicadas). Ela enviou para o meu e-mail, que estava com verificação de dois fatores e precisava de um código SMS enviado para meu celular, que havia sido roubado. Lá foi nossa mãe novamente até o vizinho para encaminhar o documento para o e-mail da funcionária do consulado.

Saímos de lá com os documentos provisórios, consegui pagar o táxi pro aeroporto com o cartão de crédito através de uma agência que atendia o hostel (os poucos pesos já haviam acabado) e chegamos em cima da hora para pegar o voo. Ainda tivemos que nos entender com a imigração da Argentina devido à falta dos comprovantes perdidos pela polícia. Mostramos o boletim de ocorrência, os documentos provisórios de retorno ao Brasil e conseguimos embarcar.

O voo era direto para Curitiba, e quando chegamos na imigração, surpresa! Não queriam deixar a gente entrar no Brasil, alegando que os documentos provisórios do consulado não eram válidos (como assim?). Felizmente apareceu um supervisor da Polícia Federal que reconheceu e recolheu as autorizações. Só aí pude finalmente respirar aliviado.

Já voltei com meu irmão para Buenos Aires depois disso, mas por algum motivo ele fica muito tenso por lá. Espero que um dia possa se recuperar do trauma causado pelo meu vacilo.


Sem voo e sem hotel


Daniel Akstein Batista

Editor de Conteúdo

Quem mora ou já esteve em São Paulo sabe que a capital é conhecida por ter um trânsito um pouco caótico. Certa vez, precisei ir para o Rio de Janeiro a trabalho. Sairia sábado no começo da tarde, um dia antes do compromisso. Antes de ir para o Aeroporto de Guarulhos, aquela última checada em tudo. Laptop ok, hotel reservado, trânsito livre na marginal Tietê. “Hoje nem preciso sair com muita antecedência”, pensei. Ah, mas que santa inocência.

O trânsito em São Paulo é uma caixinha de surpresa e, lógico, naquele dia, fiquei parado na marginal por causa de um acidente que travou todo o caminho e perdi meu voo. Por sorte, consegui um novo voo para 5 horas depois. Gastei mais do que queria com cafés e pães de queijo enquanto esperava, mas ainda assim fiquei aliviado: não perderia o trabalho. O que eu não sabia naquele momento era que perderia, isso sim, minha estadia no Rio.

Já era tarde da noite quando cheguei ao hotel que já havia reservado dias antes. Como não apareci até certo horário, simplesmente acharam que eu não chegaria mais. E passaram meu quarto para outro hóspede – com um detalhe: não havia nenhum outro quarto disponível. E agora, onde dormir? O que fazer? Com quem reclamar?

O gerente, tão desesperado quanto eu (por um erro dele), começou a ligar para outros hotéis. Era véspera de final de Campeonato Brasileiro, cidade cheia, hotéis todos lotados. Um, dois, dez telefonemas depois, aparece uma vaga em um hotel perto dali. Chamo o táxi e corro para fazer um novo check-in, desta vez em um hotel luxuoso. Pé direito alto, recepção cheia de pompas, me senti o Macaulay Culkin se hospedando no hotel de Nova York no fim do inesquecível filme ‘Esqueceram de Mim’. E o melhor: pagaria o mesmo valor do quarto já reservado anteriormente. Depois de tudo o que passei, pensei, a sorte me sorriu.

Como o destino não estava sendo meu amigo neste dia, me enganei completamente. Em vez de um quarto grande com frigobar e vista para o mar de Ipanema, ganhei um cubículo sem janela, cheiro estranho e nenhuma mesa para apoiar o notebook para trabalhar – deixei de me sentir como o Macaulay Culkin para ser o Harry Potter naquele minúsculo compartimento embaixo da escada na casa do seu tio. Acho que colocaram às pressas uma cama em um depósito vazio. Mas, naquela altura, era aceitar ou ficar sem nada.

Essa infelizmente não era a vista do meu hotel. Mas ainda bem que o Rio nos oferece essa beleza natural

Na manhã seguinte, corri pelos arredores de onde estava para encontrar outro hotel, com um quarto maior e um mínimo de decência. Foi difícil, foi mais caro, mas achei – e nunca achei que ficaria tão feliz por poder abrir uma janela em um hotel, veja só. Por isso, amigo leitor, não faça como eu. Se puder, chegue um pouco (ou bastante) mais cedo para pegar seu voo e garanta uma boa viagem. Eu mesmo, desde aquele dia, prefiro sair com antecedência de casa e curtir o ambiente dos aeroportos. Imprevistos acontecem, mas algumas “roubadas” acontecem por culpa nossa mesmo.


São Pedro abriu a Janela do Céu


Aline Martins

Analista de SEO

Quem não tem perrengue de viagem tá viajando errado! 😂 Claro que a gente sempre faz o possível para evitar, mas eles acontecem e… até podem ser tornar boas histórias.

Já passei por alguns, como ser atropelada por uma bicicleta em Dublin e ficar presa em um atolamento em Arraial do Cabo no dia do meu aniversário, numa área sem sinal de internet e celular. Mas ainda assim, acho que o pior aconteceu na trilha para a Janela do Céu, no Parque Estadual do Ibitipoca.

Eu amo destinos com natureza e, quando minha amiga me convidou para uma viagem para Conceição de Ibitipoca, não pude recusar. Planejamos a viagem com antecedência, mas não podíamos prever o tempo. Embora o Carnaval seja no verão e esperássemos sol… também tivemos a chuva.

No dia da trilha, tudo começou lindo: calor e céu azul. E o circuito da Janela do Céu oferece paisagens incríveis e acesso a atrativos como o Pico da Lombada, a Gruta da Cruz e o Pico do Cruzeiro. No entanto, é uma trilha longa: são 16 km com uma média de 6 a 8 horas de percurso total.

O perrengue começou quando chegamos à Janela do Céu. Devido ao Carnaval, havia fila para tirar fotos e, apesar de odiar filas, esperei pacientemente pela minha vez. Mas é claro que, quando chegou a minha vez, JUSTO A MINHA VEZ, o tempo fechou. Começou a garoar e não era mais possível ver a paisagem. Infelizmente, não consegui tirar a minha tão esperada foto na Janela do Céu. Ficou assim:

janela do céu com chuva

A chuva se intensificou, e ainda tínhamos todo o percurso de volta. Imagina a trilha lamacenta, muita chuva, e a gente dando passinhos de formiga para não escorregar morro abaixo. Mas sempre dá para piorar: uma amiga que estava com meu grupo torceu o joelho e simplesmente não conseguia mais pisar no chão. Fizemos revezamento durante quase todo o retorno, com ela se apoiando na gente. Cantamos alto para não desanimar e, com muito esforço, chegamos ao final da trilha. A sensação era de vitória, e apesar de não ter uma foto legal na Janela do Céu, nunca vou esquecer dessa viagem!

Trilha Janela do Céu

Nosso registro no final da trilha!

A lição é: veja a previsão antes de se aventurar em uma trilha, certifique-se de que todos os envolvidos estão preparados para enfrentar a caminhada. Na teoria é lindo, mas na prática é preciso ter o mínimo de preparo para aguentar. E encare tudo com bom humor, fica mais fácil de superar!


E aí, gostou das nossas histórias? Agora é a sua vez: conte nos comentários qual foi o maior perrengue pelo qual passou em suas viagens e o que aprendeu com isso – se é que teve alguma lição!

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