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Roteiro no Peru: 16 dias em um país de cultura milenar e natureza incrível

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30/05/2017 às 16:30

Roteiro no Peru: 16 dias em um país de cultura milenar e natureza incrível

Cores vibrantes, culinária reconhecida mundialmente, história milenar e natureza de tirar o fôlego… não é difícil entender por que o Peru é um dos destinos mais visitados na América do Sul. Em janeiro de 2017, a leitora do Melhores Destinos Raquel Marques foi conferir de perto tudo o que o país tem a oferecer aos turistas. Afinal, sempre há algo a mais a ser revelado.

Foram 16 dias (contando a ida e a volta) circulando por várias atrações do Peru, que vão muito além das já famosas Lima, Cuzco e Machu Picchu. Neste post, a Raquel traz um roteiro com paradas ainda pouco conhecidas pelos brasileiros. Vale a pena ler – e admirar as belas fotos, feitas por ela mesma!

Raquel se define como “jornalista por formação e fotógrafa de coração”. Empresária do Studio Olhares Fotografia e Audiovisual e do Foto na Mochila, a leitora considera a união entre viajar e fotografar um projeto de vida. “Nas viagens conheço histórias e pessoas, conheço vidas”, diz Raquel.

ROTEIRO DE 16 DIAS NO PERU

Por Raquel Marques

O Peru é o destino certo para os fascinados pela América do Sul, pela cultura, natureza e gastronomia. É uma viagem fácil de realizar e ao mesmo tempo encantadora. Nós fomos em janeiro de 2017! Planejamos a viagem em mais de 6 meses, pois não seria feito o tour convencional – fomos para o Sul e para o Norte em um intervalo de um dia, o que é raro nos roteiros.

1º DIA – CHEGADA EM CUSCO

A viagem para o Peru foi bem tranquila. Saímos de São Paulo (Guarulhos) até Lima com conexão para Cusco (Avianca). Em Lima, são três horas de diferença por causa do fuso horário. Chegamos às 12h30 em Cusco (15h30 em São Paulo, no horário de verão). Chegamos cedo e o dia rendeu pelo fuso. Mas nossa programação estava bem clara: chegar, almoçar e dormir.

Nossa recepção foi tratada toda no Brasil com o Stéfano Moreira Perini, um brasileiro que mora em Cusco. No aeroporto, já tínhamos quem nos recebesse com toda a comodidade.
 A viagem do aeroporto até o Centro Histórico de Cusco é de 25 soles em média (com o seguinte câmbio: 1 nuevo sol = R$ 0,95). Sim, nossa moeda está desvalorizada até mesmo em nossa vizinhança peruana.

Reservamos nosso hostel (muito bem localizado por sinal) pelo Booking: Quechua Hostal e Apartamentos (Calle Chaparro, 173). Fica a 300 metros do Mercado San Pedro e a duas quadras da Plaza de Armas. Limpo, organizado e atende muito bem as expectativas!

Assim que chegamos, a recepção do Hostal nos interfonou. Era o Stéfano, nos aguardando para as boas-vindas! Muito amável e preocupado conosco, nos deu algumas dicas e reforçou o que já sabíamos: melhor tirar o dia para descansar. Afinal, o soroche (mal de altitude) não perdoa os desascostumados.

Faltou oxigênio para nós… Cusco está a 3,4 mil metros de altitude – nas três primeiras horas na cidade já é possível sentir o cansaço. Assim, a recomendação é: comida muito leve, como sopas e carnes brancas. Nada de bebida alcoólica e atenção para atitudes simples como se abaixar para pegar bagagens, subir escadas e correr para pegar um táxi. E assim foi: seguimos para o restaurante Don Tomás (rua à direita da Plaza de Armas): sopa de quinua, milho cozido, frango grelhado e legumes. Para beber, fomos recebidos com chincha morada (um fermentado de milho delicioso).

Voltamos ao hostel perto das 15h e dormimos até as 20h. Mas a dor de cabeça forte pegou uma de nós… a solução foi tomar o soroche pills, vendido em todas as farmácias pelo valor de 23 soles (cartela com 10 pílulas). O jeito foi dormir!


2º DIA – CUSCO


Levantamos cedo (7h) – afinal, dormimos mais de 12h. No café da manhã, tomamos o mate de coca e comemos pães com geléia e manteiga. Saímos para conhecer o Mercado San Pedro, que é como um mercado municipal, com carnes, frutas e artesanato. Dá para ficar a manhã inteira observando e fotografando as cholas (mulheres andinas indígenas) com seu vestuário colorido. Quanto mais idosos, menos elas gostam de fotos: as cholas se escondem rapidinho quando vêem uma câmera apontada.

Mas também tem as que andam com lhamas e seus filhotes fofos justamente para atrair turista. É apontar a câmera que elas vem te cobrar gorjeta. Como somos fotógrafas, íamos falir se pagássemos para todas. Então, a gente conversava quando comprava algum artesanato que nos agradasse. Já escolhemos uma vendedora bem típica e, como compramos algo dela, pudemos fazer fotos. (Então, reparem: nas fotos em que estamos bem sorridentes para câmera é porque certamente compramos algo da chola fotografada. O resto são flagras registrados com lentes tele-objetivas).

Aproveitamos para umas comprinhas – até mesmo de roupa. Estando no Peru, é fundamental entrar no clima: calças (pantalones), gorrinhos (chompis), blusas e ponchitos. Também compramos saquinhos de folha de coca para mascar durante o dia (1 nuevo sol) e também de folha de muña, sob recomendação do Stéfano – a planta é ótima para a digestão (na altitude o metabolismo é mais lento).

A muña tem gosto de hortelã. Então, chegamos no hotel e logo fizemos um chá com ela. Bom, encontramos um restaurante bem em frente ao Don Tomás, chamado Dumbos. É familiar, bem daqueles da Dona Florinda, sabe? Lá pagamos 20 soles pelo menu (entrada, prato principal, suco e sobremesa). Este foi dia de caminhadas lentas e paradas para fotos. Tudo ainda bem tranquilo. E assim mesmo, o soroche pegou mais uma de nós… forte dor de cabeça e enjoo. O jeito foi dispensar o jantar e dormir. Um detalhe: o Stéfano ficou em contato com a gente o tempo todo, oferecendo auxílio caso precisássemos. Um anjo!

3º DIA – CUSCO

Agora sim, o dia foi de explorar cada lado da Plaza de Armas, sentar nos banquinhos, nas escadarias da Catedral, fazer fotos da pedra de 12 lados que fica em uma passagem pertinho da Plaza de Armas, e sermos abordadas a cada segundo por vendedores, artistas e agências de turismo. Falar “no gracias” fica automático.

Uma pausa para o almoço no Dumbos, para recarregar as energias, e então subir algumas ladeiras para o bairro de San Blás. É um bairro de artesãos e, aos sábados, tem feirinha por lá. Mas em cada espacinho da cidade você encontra artesanato. São vielas, galerias que não faltam cores… até mesmo os menos consumistas (como nós) vão aproveitar para umas comprinhas. 
Para ter uma ideia: gorros saem por 10 soles, blusas por 20 soles, chapéu por 15 soles, chaveirinhos de lhama por 1 nuevo sol e uma infinidade de artigos lindos. É de querer levar tudo! 
Em San Blás também tem um mercado público, mas só vende comida… nada para turistas.

Caso queira comer pela rua, esteja preparado! Você pode perder a viagem nesta brincadeirinha. Parece irresistível, confessamos, e dá vontade de comer (até pelo preço que é bem convidativo – algo como 6 soles), mas as condições de limpeza podem não ser das melhores e uma infecção intestinal pode te pegar.
 Então, atente-se para bebidas com gelo e sucos naturais. Coma frutas só se forem bem lavadas.

Fim da tarde: volta para o hostel e uma pausa para sair mais tarde e jantar. Voltamos ao Dumbos e comemos uma pizza sabor Del Inka; (champignon fresco, presunto, queijo e tomate), claro, acompanhada pela famosa Inca Kola! Nossa conta saiu por 30 soles para as duas! Na volta para o hostel, fomos surpreendidas com uma bela chuva e uma temperatura de 9 graus!

4º DIA – CUSCO

É importante lembrar que tínhamos três objetivos na viagem: o primeiro era Machu Picchu e, por isso, não exploramos tours tradicionais, como por exemplo passeios de duas a três horas que são oferecidos em Cusco. Escolhemos ficar na cidade e resolver detalhes como bilhetes de trem. Afinal, lembre-se que fizemos tudo por conta própria, do Brasil. É bem diferente de chegar no hotel com guia e tudo estar resolvido.

Bom, pela manhã tomamos um belo café com o Stéfano. Nos encontramos em frente à Catedral e, como era sábado, alguns acontecimentos nos chamaram atenção, como um casamento peruano. Os noivos estavam na frente da fonte, cumprimentando os convidados ao som de mariaches ao vivo.

Ficamos lá fazendo umas fotos e observando a cultura: eles jogavam arroz o tempo todo nos noivos, e todos os convidados estavam de preto, inclusive as mulheres. As daminhas: a função delas era ficar segurando o véu da noiva. Eram umas 10, todas com o vestidinho da mesma cor, lilás.

Depois do café, fomos buscar nossos bilhetes de trem da Inca Rail para Machu Picchu. É possível pegar na própria estação em Ollantaytambo, mas já preferimos pegar no escritório da Inca Rail em Cusco (fica na Plaza de Armas) para ter tudo certinho. Apresentando o cartão de crédito da compra do bilhete + passaporte, os bilhetes estavam em mãos.

Outro detalhe: optamos por não fazer o passeio do Vale Sagrado. Queríamos ir direto. Há opção de vans (colectivos) e táxis direto para Ollantaytambo e, com esta informação, fomos até a parada desses colectivos. Caminhando pela Avenida del Sol (linda por sinal, além de ser a opção mais segura para fazer câmbio), chegamos até o templo Koricancha e paramos para mais fotos.

Presenciamos um desfile de bailarinos (como chamam as figuras folclóricas) em plena Avenida del Sol e, claro, mais fotos! Nisso, já paramos para conversar com uma señora, compramos chaveirinhos e ela nos acompanhou pela avenida conversando. Cortando para a Ponte Rosário e seguindo reto até a Av. Grau, chegamos no ponto dos buses para Urubamba e Ollanta. Tem vans e táxis o tempo todo, desde as 4h da manhã. O táxi custa 20 soles por pessoa e a van 10 soles por pessoa – mas, se estiver com pressa, a van pode não ser a melhor opção, pois eles esperam a van encher para sair. Perguntamos para três ou quatro peruanos sobre a van, preço e todos o resto para ter a certeza. É só chegar que você tem transporte para Ollanta (de Cusco para Ollanta leva 1h40).

Voltamos a pé por entre as ruas e ali está a realidade de Cusco: o comércio para peruanos, onde é mais difícil ver turistas. Havia um ou outro perdido por lá. Caminhamos todo o bairro e tinha de tudo: flores, frutas, as comidinhas de rua (sopas, frangos) e até o cuy fresquinho para comprar. Cuy assado é um prato típico peruano – é o porquinho da Índia.

Para o almoço, uma sopa de quinoa e aspargos e um prato de alpaca a la plancha. Carne macia e suculenta. Para nós brasileiros, lembra coxão mole. Mais umas voltas por Cusco e paramos para ver artistas de rua se apresentando. Em uma outra igreja, acontecia um batizado. Novamente todos os convidados de preto e a criança de branco. Na saída da igreja, os pais jogam balas para as crianças.

Voltamos para o hostel pois a chuva pegou forte, e assim ficou até a noite – Janeiro é período de chuvas. Nos restou arrumar as malas para seguir até Ollanta no dia seguinte. Comemos no hostel mesmo, pois a chuva estava bem forte. Sempre que chegamos em uma cidade fazemos uma comprinha em supermercado, o que pode salvar nessas horas.

5º DIA – OLLANTA

Tomamos café cedo (7h) e fizemos check out no hostel (para onde voltaríamos no dia 17). Separamos uma troca de roupa, biscoitos, gatorade, água, lanterna, bastões de caminhada, capa de chuva, bota e os equipamentos fotográficos. Todo o restante deixamos no guarda volumes do hostel.

Então seguimos para pegar a van – nosso primeiro objetivo estava se aproximando. Quase uma hora e quarenta minutos de van por entre vales verdinhos e montanhas imponentes, cerca de mil metros abaixo da altitude de Cusco. Chegamos uma hora e meia antes do nosso trem, o que foi ótimo pois paramos para um lanche na rua das estação de Ollanta. Comemos hamburguesa de pollo (frango) e outra de carne com fritas, por 13 soles cada. Adicionamos duas Incas Kolas de 600ml e a conta saiu em S/12,50 por pessoa.

A cidade de Ollanta também oferece boa oferta de hostels e nos pareceu uma cidadezinha tranquila. Fica a dica para quem quiser ficar mais pertinho para a partida de trem.

A sala de embarque da Inca Rail é a mesma da PeruRail, são as duas únicas alternativas para chegar em Machu Picchu Pueblo (antes chamada de Águas Calientes). Os valores são a partir de 55 dólares só ida. Então prepare o bolso para brincadeira. É possível comprar a passagem pela internet com toda a segurança e comodidade – obviamente que tem as taxas brasileiras (IOF) no cartão de crédito (incarail.com ou perurail.com).

A viagem é linda: vai pelo vale, contornando o Rio Urubamba. Cerca de uma hora e quarenta minutos de trem, o destino final é Machu Picchu Pueblo, uma cidade que vive do turismo. Pessoas de todos os países e de todos os tipos: dos mochileiros aos turistas mais tradicionais – mas a maioria mesmo é de mochila.

Nosso hostel foi o Adelas Hostel (Av. del Imperio Inka, 610). Super indicamos: conforto, banho quente com ducha, internet, TV à cabo e a vista para o Rio Urubamba. Sim, o rio passava pela nossa janela e na frente tinha outra montanha imponente. Ali você entende o quanto a natureza é gigantesca e forte.

Acomodadas, fomos procurar o que comer. Se quiser comer com a vista para o rio, obviamente pagará mais caro. Subimos as ladeiras. Por lá, tem ofertas padrão: menu turístico ou menu mexicano (entrada, prato principal, suco ou sobremesa) variando entre 15 e 25 soles. Só tem um detalhe: todos os restaurantes cobram 20% de imposto. Não é gorjeta (propina), é imposto. Então, Machu Picchu Pueblo é uma cidade mais cara. Uma garrafa de água custa o dobro do que se paga em Cusco, a comida vem em menores porções e com um tempero industrializado. Não ache que encontrará uma sopa de quinoa com aquele gostinho caseiro, pois lá não tem. É bem turístico e alguns pratos até tem gosto de sopa pronta de saquinho.

Aproveitando que descemos mil metros (na altitude, o álcool sobe rápido), paramos para um happy hour. É um combo de bebidas pelo preço de uma. Então vai reparar nas placas: 2×1, 4×1 ou 5×1. Sim, 2, 4 ou 5 bebidas por 20 ou 25 soles. Tem o típico pisco sour, cuba libre, mojito, piña colada, cerveja e até caipiriña (na bebida não cobraram os 20%). Andamos um pouco à noite por entre os artesanatos (mais caros que os de Cusco) e pelas ladeiras e dormimos cedo, pois às 4h levantaríamos para subir Machu Picchu.

 

6º DIA – MACHU PICHU

Há 3 opções para Machu Picchu (compre a entrada antes, principalmente se for na temporada, entre março a novembro):

1 – Bus (24 dólares ida e volta) – Pode comprar na hora, no guichê que é fácil encontrar, pertinho da linha de trem – 20 minutos ida e 20 minutos volta.

2 – Escada Inka – 1h30 a 2h de subida em escada por entre a rota dos ônibus (fizemos esta).

3 – Trilha Inka – 4 dias partindo de Cusco, acampando nas paradas (não indicada em época de chuva).

Nossa experiência: acordar cedo e caminhar escadaria acima. Não adianta sair muito cedo como planejamos, pois a entrada na ponte, ainda na cidade, abre somente às 5h. Então acordamos, tomamos um super café com ovo mexido, banana, geleia, leite e café e fizemos check out no hostel, pois não tínhamos bagagem e partimos para a caminhada.

Foram 15 minutos do nosso hostel (pertinho da saída de bus) até a entrada do parque. É inacreditável o tamanho da fila de turistas para pegar o bus, já às 5h da manhã. Até por isso os hotéis têm horários diferenciados para servir café. Nesses 15 minutos já começamos a ouvir pássaros junto ao som do Rio Urubamba, que estava bem agitado, pois tinha chovido a noite anterior.

Nos primeiros 10 minutos de subida, parecia que não íamos dar conta, afinal estávamos a 2 mil metros de altitude. Saímos do clima seco de Cusco para o úmido e estávamos com uma mochila cada + uma mochila pequena com roupas e comida. Era muito peso, mais de 5 kg com cada uma de nós. Com um punhado de folha de coca, tudo começou a melhorar e o ritmo aumentar. Algumas paradas para ver pássaros e descansar, mas tudo muito rápido para não perder tempo e chegar a Machu Picchu.

Poucas pessoas estavam subindo a escada. Encontramos argentinos, peruanos, europeus, chilenos, mas nenhum brasileiro. Também percebemos que não tinham quase bagagem, provavelmente deixaram nos hostels. No nosso caso, como somos fotógrafas, nossos equipamentos tinham que estar conosco. E isso pesa… Foi uma hora e vinte minutos de caminhada, subindo uma escadaria irregular – o que nos pareceu um ótimo tempo, pelo peso e altitude (lemos relatos de duas horas de subida).

Algumas coisas nos ajudaram nessa subida: botas adequadas Ecosafety/by Primavera, bastão de caminhada, folha de coca e um preparo físico de seis meses com natação e treinamento funcional para nós duas. Foram seis meses de preparo na academia Academia Taiyô e os preparadores físicos Bruna Bronzato e Vitor Rivelo que fizeram séries específicas para fortalecimento e para melhorar o desempenho cardiorespiratório. Ainda rumo a Machu Picchu…

Enfim, chegamos! Já carimbamos nosso passaporte com o carimbo turístico de Machu Picchu (que fica disponível para você mesmo carimbar). E vamos contar uma coisa. Tinha bastante gente por lá e reparamos que quem chegava pela escada se emocionava, pois era a superação. Quem vai pela escada mentaliza o destino e a vontade de chegar supera o cansaço. Quando entramos pela portaria o tempo estava fechado e não dava para ver absolutamente nada. Mas ficamos lá por mais de 30 minutos esperando…e ali abriu a imagem que esperávamos! 
Foto, foto, foto, filme, foto… É impressionante! 
Não bastando a caminhada de subida, ainda tem a caminhada dentro do parque…andamos por lá 4h30. Sobe, desce, para, tira foto, senta, admira…

Saímos de lá por volta das 12h e optamos por voltar de ônibus, pois além do cansaço, tínhamos horário de trem para voltar no mesmo dia e… uma chuva bem forte começou exatamente na hora de ir embora. Fomos abençoadas com o tempo! O Deus do Sol inca (Inti) nos deu uma forcinha!

Primeiro objetivo alcançado! O trem saía às 16h15. Assim, almoçamos com calma e seguimos para o embarque… esperar e descansar. Embarque no horário correto e chegada em Ollanta quase duas horas depois. Buscamos o serviço de van, que ainda tivemos que esperar encher, e por volta das 21h estávamos em Cusco. Com um jantar no Dumbos, fomos recebidos com um belo sorriso e um mate de coca para adaptar a volta de Machu Picchu. Muito frio. A noite pedia uma sopa, e assim terminou nosso dia mágico!

7º DIA – CUSCO

Acordamos em Cusco, no mesmo hostel dos primeiros dias. Tomamos café e saímos para procurar lavanderia. Nossa roupa de Machu Picchu estava suja por conta da chuva e do barro. Então aproveitamos para lavar outras roupas também. Perto da Plaza de Armas, o quilo sai por 5 soles. Subimos sentido San Blas e por lá o preço variava de 2,50 a 3,50 soles o quilo.

Mais algumas fotos e algumas comprinhas que tinham faltado, e pausa para almoço. Inacreditável como ainda faltava tempo para mais fotos. A cada passo é motivo para conversar com peruanos e fotografar.
 Em uma de nossas compras, uma moça estava com a filha bebê nas costas e pedimos para que nos ensinasse como carregar crianças como eles.
 Muito solícita, ela ensinou a dobrar o pano e ainda colocou sua filhinha em nossas costas! Uma fofura! A bebê ria e brincava conosco, pois acho que só sua mãe a havia carregado até então.
 A feira toda olhava para nós, brasileiras!

À noite marcamos de sair com Stefano e sua esposa, Karla. Fomos na República del Pisco! Por lá tem uma variedade imensa de drinks com pisco e provamos uma Algarrobina (fruta Algarrobina, leite, pisco, gema de ovo, açúcar e canela) e outro com chicha morada (fermentado de milho). Uma delícia! Os drinks saem a partir de 20 soles e são bem servidos! Foi uma noite incrível em que conversamos sobre música, turismo, cultura e com certeza ganhamos novos amigos! Bom, após a meia-noite, nos despedimos com fotos na Plaza de Armas e com um frio de bater o queixo.


8º DIA – LIMA

Hora de partir. Karla e seu irmão fizeram a gentileza de nos buscar no hostel e levar até o aeroporto. Fomos surpreendidas com um presentinho da Karla e ali já deu saudade de tudo aquilo e do casal Stefano e Karla! Às 14h, estávamos em Lima e, como Stefano nos aconselhou a não pegar táxi aos arredores, pegamos um táxi dentro do aeroporto mesmo: 60 soles. Ah! No Peru quase não aceitam Mastercard (Visa sim, em muitos lugares) e este táxi aceitar Mastercard pesou bastante na decisão de contratá-lo, afinal, o dinheiro vivo vai acabando…

Enfim chegamos no hostel La Casa de Karen (Miraflores), que NÃO recomendamos a ninguém. Primeiro porque nenhuma foto que estava no Booking condizia com o local. Não havia ninguém para nos atender e ficamos mais de duas horas, e sem almoçar, esperando a Karen voltar. Enquanto isso, entrava e saía gente – o que significa segurança zero. Ali conhecemos um argentino que falava português, o Pablo, que estava perdido como nós. Foi nossa companhia por toda aquela noite. Perdemos ali quase toda a tarde, sentados… como íamos andar com toda aquela bagagem? Bom, não tinha mais jeito, dia perdido. O jeito foi sair para trocar dinheiro com o Pablo e procurar o que comer.

Em muitos blogs e relatos líamos que Miraflores é o melhor lugar para se hospedar, pois é bem turístico. Sinceramente não achamos, pois turístico é quando tem estrutura, pelo menos, para comer, tomar algo. Nada, é um bairro classe A e a única opção para comer por um preço justo foi o Shopping Larcomar. Andamos quase 30 minutos para chegar até ele e quando perguntávamos nos diziam: “mais 10 min andando”. 3x de 10 min, isso sim… Verdes de fome e já misturando as línguas, encontramos Larcomar. Chique de tudo, mas com comidas rápidas bem convidativas. Nós três comemos um frango assado delicioso com batatas e uma salada com abacate e alface a 17 soles. Muito bem servido!

Caminhando mais alegremente pela avenida da praia voltamos ao hostel e dormimos para sair dali o quanto antes! OBS: Este foi o único dia sem fotos, afinal, nos atrapalhamos com o chá de cadeira e a fome…

9º DIA – DE LIMA A PARACAS

É tomar café e correr dali! Fácil, até descermos e vermos o café. Sabe potes de geleia e manteiga de quilo comunitários? E cadê o pão? Comeram tudo e nada de repor… Ah, chega né? Fomos andando pela rua procurando mercado, mas estava muito cedo. Encontramos outras pessoas do hotel procurando algo também. E encontramos uma conveniência, tipo de posto que vende salgado + café. Era ali mesmo…huuummm, cachorro quente com café no banco da praça! A única coisa boa é que aceitavam Mastercard!

Instalamos o Uber e, de malas prontas, chamamos um que chegou em dois minutos! Precisávamos ir até a Rodoviária Cruz del Sur (Javier Prado Este, 1109). O que seria 16 ou 20 soles, saiu por 10! Uber funciona bem em Lima! Apesar de sermos contempladas com um senhor bem atrapalhado que deu voltas e voltas na cidade, sem necessidade. Mas enfim, estávamos adiantadas e já estava pago.

Transporte- Cruz Del Sur tem uma boa infra estrutura! Banheiros, sala de espera, lanchonete e uma curiosidade: você é quem despacha a bagagem antes de embarcar no bus, como avião. Então fica a dica para deixar tudo que precisa na mala de mão. Ficamos meio desconfiadas se isso funcionava. Será que nossas malas iam pro destino certo? Mas foram sim! Tudo muito bem controlado! Um ônibus de deixar companhia de avião no mesmo páreo. Serviço de bordo com almoço, wi-fi, filmes, música e jogos para entreter.

Nosso destino: Paracas (3h30 ao sul de Lima)! Durante a viagem, a paisagem cinzenta de Lima começo a ser tomada pelas praias e um solo desértico! Parece cenário de Star Wars, mas com praia (curioso, para nós brasileiros). É possível ver muitas casas destruídas e algumas para vender e inacabadas, pois a região foi vítima de um terremoto / tsunami em 2007, que acabou com quase tudo, segundo relato dos moradores.

Paracas. Que calor! Pegamos um táxi da rodoviária até nosso hostel por 10 soles (não dava nem cinco minutos de carro, mas com o peso todo não dava pra andar). Ali conhecemos o Alipio, um taxista falante e simpático que ainda nos mostrou o caminho para restaurantes e a praia.

Nosso hostel: Los Pinguinos. Muito bonitinho, arrumadinho e limpo, mas com o atendimento a desejar. Nenhuma instrução, nos mandaram tomar café em um outro hotel e isso tudo porque perguntamos. Do dono mesmo só fomos ver a cara no dia seguinte. Sem wi-fi e não aceitam cartão. 
Mas a estrutura muito boa! Ducha quente (ficamos com banheiro compartilhado) e tudo muito limpo e arrumado.

Saímos para a cidade para procurar o passeio de Islas Ballestas. Tentamos pela internet no Brasil, mas ninguém na cidade responde os emails… é outro ritmo. E assim arriscamos fechar um dia antes. Fácil! Muita oferta de passeios que variam entre 30 e 40 soles e nenhum inclui a taxa de entrada na reserva. Então separe mais um pouco (15 soles) para outras taxas. Eles não dizem isso ao fechar os passeios. Uma dica: pela internet, os preços são em dólares (25 dólares), chegando lá é em soles.

Fechamos o tour e fizemos um passeio na praia para comprar uma lembrancinha e depois jantar. Obviamente de frente para a praia estão opções de restaurantes mais caros. Ali pertinho do calçadão, achamos o restaurante da Sandra, que aceitava Visa e tinham pratos bem servidos entre 25 e 35 soles, os quais era possível dividir com mais uma pessoa.

Toda a oferta de cardápio mudou em relação ao que estávamos acostumadas a comer, tudo com peixe e frutos do mar. O artesanato na praia já muda, a cultura Quechua que presenciamos antes se perde e o ritmo é outro. Tudo mais tranquilo e lento, por isso não faça nada com pressa por lá. Nas ruas encontramos Alipio novamente, conversamos bastante, ele é um senhor bastante honesto e amável. Ele nos fez uma oferta do passeio para a Reserva de Paracas tentadora, mas preferimos deixar para a próxima, pois ainda temos viagem pela frente e o bus de volta já comprados.

Obs: em Paracas são dois passeios principais: Islas Ballestas (bote por 2h) e Reserva de Paracas (toda a tarde com grupo ou 2h com carro privado) Assim, então, se soubéssemos fecharíamos o tour com Alipio. Mas deixamos aqui o contato dele: Alipio Ayala – alipiotours@hotmail.com (celular: 959970621).

10º DIA – ISLAS BALLESTAS



Islas Balletas é um passeio de bote com guia até uma reserva de lobos marinhos, pinguins e pássaros. A primeira parada é para avistar o candelabro. É uma imagem gigante na areia e inexplicável que não se apaga nem com o vento. O significado dele ainda é um mistério. Possui cerca de 180 metros de altura com ranhuras de 1,20 metros e calcula-se ter cerca de 2.500 anos. No caminho é possível ver leões marinhos brincando e a segunda parada é contornando a ilha, habitat dos bichinhos. É impressionante a quantidade de pássaros e todos sobrevoando um mar verdinho, com pedras esculturais.

Quase chegando é possível ouvir os grunhidos do lobos. Estão avisando que estamos chegando! Alguns nem se preocupam em levantar e ficam lá na pedra tomando sol. Outros tratam de proteger sua cria e fazem o alarme. Emocionante e imperdível! Desta vez, nossas companheiras de tour foram duas simpáticas colombianas!

11º DIA – PARACAS-LIMA-HUARAZ

Quem puder ficar mais um pouquinho em Paracas, aconselhamos, pois dá para fazer os tours com mais calma. Mas o nosso foi suficiente e ainda deu tempo de comer, voltar ao hostel e descansar um pouco. Alipio foi nos buscar no hostel, pontualmente na hora em que marcamos dia anterior. Nos despedimos de Alipio na rodoviária com uma selfie de recordação – pessoas assim fazem a gente querer voltar. O lugar já é bacana e ainda com pessoas que nos recebem bem, melhor ainda! Obs: Paracas não tem casa de câmbio. Pisco é a cidade mais próxima para isso. Portanto: leve dinheiro.

Bom, segundo objetivo da viagem concluído com sucesso na Reserva Nacional de Paracas! A volta foi novamente de Cruz del Sur com sua impecável frota de bus e atendimento de primeira. Paracas-Lima levou 3h40 e, ali, esperaríamos o próximo bus para Huaraz. Chegamos na rodoviária às 19h e nosso bus saía às 22h30. Perfeito, pois daria para comer algo e descansar. Tem mais ofertas de empresas de viagem para Huaraz, mas decidimos manter a Cruz del Sur pela facilidade e não ter que nos locomover para outro endereço.

Tudo muito pontual, embarcamos 22h30 para Huaraz (8h30 de viagem). Este horário também foi estratégico para irmos dormindo até Huaraz. Do calor de Paracas e Lima para o frio de Huaraz, chegamos às 7h da manhã. Em Huaraz, 8 graus e um pouco de enjoo por causa do soroche. Sim, voltamos para 3.040 metros de altitude.

12º DIA – HUARAZ

No Brasil já havíamos contatado um guia para dois passeios em Huaraz, o Schoeler, um rapaz bem atencioso e profissional que nos pegou na rodoviária e nos levou até o hostel. Hostel, aliás muito bem recomendado pelo atendimento, organização, limpeza e estrutura: Hostel Bungalows Villa Valencia.

Este dia era apenas para aclimatar novamente e descansar… uma volta na Plaza de Armas para procurar câmbio e onde comer. Huaraz não é tão preparada para o turismo como as outras cidades e, assim, tudo que o que for preciso encontrar, e ainda sim com pouca variedade, fica na Plaza de Armas. Ali já avistamos a primeira montanha nevada de frente para o restaurante. Um almoço digno de paisagem suíça.

No hotel tem serviço de jantar no quarto, então pedimos duas sopas para dormirmos quentinhas – e mais, por um preço super convidativo: 10 soles cada sopa! (em Cusco por exemplo, um prato de sopa pode custar entre 15 e 20 soles). Huaraz está sendo a cidade mais barata, até mesmo nos pontos de paradas turísticas.

13º DIA – GLACIAR PASTORURI

Acordamos às 7h30 e tomamos um café da manhã bem reforçado (o melhor café da manhã de toda a viagem): café, leite, pães, dois tipos de geleias (laranja e morango), doce de leite (aqui chamam de manjar blanco), ovo (ou mexido ou frito), suco natural (abacaxi, manga ou mamão), mate de coca ou um outro chá de sua preferência (anis, camomila) e tamal (uma pamonha salgada que vem com azeitona, frango e um molhinho apimentado).

Nosso guia passou no hotel às 8h em ponto e dali íamos rumo ao Glaciar Pastoruri, que faz parte do Parque Nacional Huascarán. A entrada ao parque é de 10 soles, mas nosso pacote com Scheler já incluía a entrada no parque, bus, guia e lanche. Scheler subiu no bus antes de irmos, nos deu o lanche e já deixou avisado que não pagaríamos a entrada, pois estava incluso.

Antes do Glaciar fizemos três paradas: uma para a fonte de água gaseificada de Pumapampa, outra para a Pumapashimin, laguna de 7 colores (que não conseguimos avistar todas as cores pois estava nublado) junto com a flora nativa de Puya Raimondi, que mede entre 7 e 12 metros de altura. Também uma parada em um restaurante para ir ao banheiro e tomar mate de coca. Lá é um bom lugar para comprar a folha, caso ainda não tenha, além de gorros, capa de chuva etc. A volta para o almoço também será neste restaurante, e eles já fazem a reserva do seu prato. É só deixar pago.

Enfim, o Glaciar… É um Glaciar de fácil acesso, se não fosse um detalhe: a altitude. Uma caminhada de 40 minutos a 5.100 metros de altura. Há opção de fazer uma parte de cavalo. Até pensamos, mas tinha tanta gente na fila que resolvemos ir andando devagar mesmo. Sério, a cada passo o coração disparava. Dá-lhe coca e passos curtos. Nosso bus era só de peruano o que nos fez pensar que ficaríamos para trás. Eles dispararam na frente e o que pudemos notar eram que as crianças sentiam mais o soroche, mesmo peruanas. Por isso muitas foram a cavalo. Tinha um menino de uns 12 anos do nosso lado no caminho que o pai só dizia: “calma, vamos…”. O menino estava verde e virando olho, quase desmaiando.

Um frio, mas um frio de cortar… fizemos todo o percurso com neve. Enfim, o Pastoruri! Enorme e imponente, como toda a natureza no Peru. Devido ao impacto ambiental, ninguém mais pode tocar no gelo. Segundo informações locais, o Glaciar está cada ano mais alto: a água derrete e ele sobe. Por isso todo o cuidado com os turistas. Os guias não recomendam ficar no Glaciar mais que 40 minutos, por causa da pressão e altitude. Abaixar para tirar fotos? Nem pensar…é levantar e ficar tonto na hora.

A volta foi bem mais tranquila, mas ainda cansativa. Neve, frio e altitude. De volta ao bus, durante o retorno metade dos peruanos passando mal e vomitando. E nós lá, firmes e fortes. segundo Scheler, é porque os estrangeiros, respeitam o soroche, principalmente por estar longe de casa.

Na volta, Scheler nos recebeu no centro e nos acompanhou até o hotel para nos dar os lanches e as recomendações para o passeio do dia seguinte, que seria o mais difícil de toda a viagem… Uma sopa no hotel e preparar para dormir!

14º DIA – TREKKING NA LAGUNA 69

Chegou o dia! O tour mais punk que faríamos. Foi por ele que nos preparamos meses na academia e na natação. Pois além do corpo, a mente teria que estar 100%. Força, concentração e aclimatação para a altitude. Nosso roteiro inteiro foi estrategicamente pensado para terminar com ele: o trekking na Laguna 69, no Parque Nacional de Huascarán. Nesse parque tem muita lagoa para ver, uma mais linda que a outra, mas a Laguna 69 é A LAGUNA!

Bom, levantamos às 4h da manhã, e o hotel nos preparou um box com café da manhã para levar. Junto a isso, o Scheler nos deixou snacks, pois lá não tem restaurante, vendinha, nada de nada. Puramente selvagem. Seguimos todas as recomendações que são:

– Levar 2,5L de água por pessoa
– 1 fruta cítrica, 1 banana, balas, chocolate e 2 lanches salgados (queijo e presunto) + folha de coca
– Na mochila: meia reserva, bastão de caminhada, capa de chuva, protetor solar, boné ou chapéu e luvas
– Antes de sair: tomar Soroche pills e/ou remédio para dor de cabeça (no nosso caso, Neosaldina) e ao chegar do passeio, outro comprimido.
– Durante a caminhada: não parar por mais de 1 min (para manter o coração no mesmo ritmo), não sentar por nada, comer fruta e doce caminhando (pequenos pedaços), tomar de 1 a 2 goles de água a cada 15 minutos no máximo e ir mexendo os dedos das mãos, pois incham devido a pressão.

Fizemos uma parada depois de uma hora de Huaraz para banheiro (o último) e café da manhã com mate de coca. Dali seguiríamos por mais uma hora e meia de bus até o ponto final para iniciar o trekking. São 12 km de trilha (6 ida e 6 volta), mas montanha acima e a 4.600 metros de altitude. Passamos por bosques que pareciam de contos de fada, vaquinhas malhadas, nascentes cristalinas e cachoeiras de cair o queixo.

Na ida, nenhuma foto para contar história, pois a concentração no corpo e no caminho eram extremos. Foram 3h30 para subir, em um único ritmo, sem acelerar, afinal tínhamos que manter o corpo são. Em todo o caminho era puxar uma respiração longa pelo nariz e soltar devagar pela boca: tudo pelo precioso oxigênio.

Nossa meta era, além de chegar, chegar sem tontura ou dor de cabeça. E assim conseguimos! Tínhamos o guia Edgard o tempo todo nos incentivando com “Vamos Brasil!”, “Arriba Raquelita y Danielita”, “Tomem água”… e pior, ainda tivemos que ouvir que o Brasil tomou gol de mão do Peru ano passado. Daí desafiamos o guia que chegaríamos na Laguna 69 e ainda jogaríamos futebol com ele lá em cima (eles amam futebol).

Entre duras subidas e travessias de rio, nos divertimos com Edgard. Fomos no caminho ensinando português para ele!

Pegamos chuva, vento forte e frio, sol de rachar, neblina, tudo neste percurso. Eis que avistamos um ponto azul entre as nuvens de neblina: A Laguna 69! INACREDITÁVEL! FANTÁSTICA! MÁGICA! A Dani quando viu desabou a chorar, pois não acreditava no que via, além de estar emocionada pela superação na caminhada.

Edgard já nos deu um mate de coca quentinho, pois as mãos estavam dormentes de frio e por lá ficamos cerca de 40 minutos. Só admirando e fotografando aquela pintura! Confiram nas fotos! O passeio saiu US$ 20 por pessoa (entrada, bus, guia, lanche e Scheler nos pegou e nos levou da rodoviária até o hotel). A volta fizemos em 2h30 e o bastão de caminhada foi essencial para nos poupar os joelhos e o quadril. É um caminho muito irregular e de muitas pedras.

Obviamente quando chegamos no bus nem acreditamos, o corpo pedia descanso. Fomos mantendo a respiração profunda pelo nariz, soltando devagar pela boca. Saímos ilesas, com uma leve pressão na cabeça, mas um Soroche Pills na volta, uma boa sopa peruana e sono resolveriam tudo!

15º e 16º DIAS: LIMA


Passamos os últimos dois dias de viagem no bairro de Miraflores, próximo ao shopping Larcomar. Como toda boa fotógrafa, passeamos por boa parte da orla com inúmeras paradas para admirar.
O que nos impressionou foi a limpeza do local e a tranquilidade na questão segurança. Havia muitos guardas sempre dispostos a ajudar. Para terminar nossa estada no Peru, um pôr do sol de tirar o fôlego!

O MELHOR DA VIAGEM

Tivemos contato com todos os temas aos poucos: neve, frio, calor, praia, lagoas, trekking, gastronomia, história, cultura, artesanato. Acho que este foi o encanto dessa viagem. Voltaríamos novamente com certeza, pois o povo é extremamente receptivo e as atrações acessíveis.

O QUE PODERIA SER MELHOR

A única parte da viagem que mudaríamos seria ficar menos tempo em Lima, pois o custo x benefício não foi ideal. Cidade cara, acomodações caras e sem tanto conforto e por ser capital não conseguimos otimizar nosso tempo para conhecer mais da história de Lima, que dizem ser linda!

RAIO-X

Hospedagem: Huaraz – a cidade mais barata para tudo e acomodação perfeita, mas a cidade com menos cara de turismo. Cusco – a mais estruturada com bom custo x benefício.

Alimentação: ceviche, chicha morada, menus típicos (que incluem entrada, prato principal, sobremesa e bebida), mate de coca, chá de muña, tamal (pamonha salgada um pouco mais forte que a nossa, pois tem traços de carne), todas as sopas deles são excelentes (quinoa, frango, legumes).

Passeios e atrações imperdíveis: Machu Picchu, Parque Nacional Huascarán (lagunas, geleiras), Reserva de Paracas e toda a história do Peru, principalmente em Cusco.

Melhor forma de transporte: um misto de avião para otimizar o tempo, bus, van e o trem para Águas Calientes – não tem como escapar.

Como levar dinheiro: levamos reais em espécie, dólar no cartão Confidence e dólar em espécie. Sinceramente o cartão foi por segurança, mas sentimos que eles andam com dinheiro normalmente, e poucos lugares aceitam cartão Mastercard. Se for com cartão, vá de Visa.

DICAS

Em Lima usamos Uber – salvou a vida, pois lá não tem taxímetro. Os valores variaram entre 30 e 50% de diferença. Não aconselhamos a se aventurar pelas comidas de rua – pois as aventuras gastronômicas podem custar a viagem. Não subestime o soroche (mal de altitude), descanse, coma pouco e prefira comidas leves.

Exceto Machu Picchu (o trem é o mais disputado – reserve antes, no Brasil), todos os passeios são fáceis de encontrar e negociar. Se pesquisar Paracas na internet, por exemplo, encontrará valores em dólar. Chegando lá, é bem mais em conta e em “soles”.

CONCLUSÃO

Vale muito a pena conhecer o Peru! Eles têm transporte de qualidade (ônibus) por todo o país e estrutura turística por todo lado, até nas cidades menos visadas. Voltaríamos com certeza e exploraríamos outras cidades, além de Cusco que é um encanto!

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Agradecemos à leitora Raquel Marques por esse super roteiro, que certamente vai ser muito útil para quem está planejando uma viagem ao Peru! Quer mandar o roteiro de sua viagem para o MD? Entre em contato com a gente pelo e-mail convidado@melhoresdestinos.com.br

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