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Especial: Roadtripping nos Estados Unidos 8 – Oklahoma City em busca da Rota 66

Denis Carvalho
15/03/2012 às 17:28

Especial: Roadtripping nos Estados Unidos 8 – Oklahoma City em busca da Rota 66

A viagem da jornalista Isabela Rios pelos Estados Unidos chega à lendária Rota 66 – estrada sonhada por dez entre dez turistas que fazem uma road trip pelo país. A viagem, contudo, ganhou ares de aventura até para conseguir encontrar a antiga rota para o Sul. Acompanhe o delicioso relato, que vale por uma aula de história!  

Um percurso relativamente curto, três horas e meia, nos levou de Dallas até a nossa próxima parada: Oklahoma City. O estado de Oklahoma ainda é fortemente marcado pela presença de descendentes indígenas. Ainda hoje se falam mais de vinte diferentes idiomas nativos. Até o próprio nome do estado tem origem na palavra ‘Okla Humma’, que na etnia Choctaw significa Gente Vermelha.

A capital Oklahoma City é a terceira maior cidade do país em extensão territorial. Possui um centro moderno, bem urbanizado e sem congestionamentos. A atração turística mais famosa na cidade é o centro antigo. A simpática área conhecida como Brick Town foi restaurada mas mantém seus prédios de tijolos que agora são ocupados por bares e restaurantes. Não deixe de fazer o passeio de barco pelo canal que corta a região, o ticket custa $8,50 e vale para o dia inteiro.

Durante o passeio de barco escolhemos o restaurante Toby Keith’s (310 Johnny Bench Drive) para jantar: sanduíche de frango com presunto, bacon, queijo e molho barbecue ($10,99) e a deliciosa porção de batata frita ($3,99). O restaurante tinha música ao vivo e vista para o canal, recomendo.

O verdadeiro motivo da nossa visita a Oklahoma City foi começarmos um pequeno caminho pela famosa, gigantesca e histórica ROTA 66.

A Rota 66 começou a ser construída em 1933 com o objetivo de interligar e ajudar no desenvolvimento de dezenas de municípios rurais no interior dos Estados Unidos. A estrada serviu para escoar a produção rural, além de servir como caminho para milhares de pessoas que escapavam de lugares frios do norte do país e queriam tentar uma vida melhor na Califórnia.

Hoje, quase 80 anos depois, a “Mother Road” continua sendo um dos maiores símbolos da América. Grande parte da 66 desapareceu embaixo das modernas auto-estradas, outros trechos foram transformados em ruas de cidades e outros estão completamente abandonados – esses são intransitáveis. E por entre esses trechos, a aventura começou…

A ideia era começar pela Rota 66 de manhã, mas ficamos ansiosas para dar “uma olhadinha” antes de ir para o hotel fomos a procura dela à noite. Durante a preparação para a viagem, li em diversos lugares que “encontrar” a estrada não era uma tarefa fácil,  não acreditei. Agora, com experiência própria, digo à vocês que foi realmente difícil encontrar a Rota 66, mesmo com mapa e GPS em mãos.

Em Oklahoma City a Rota 66 cruza a cidade e teve alguns trechos com o nome alterado e transformados em ruas da cidade. O mapa detalhado que tínhamos nos mostrava a rota em alguns pontos onde nem rua existia – sim, meio fantasma. E nem pense em contar com o GPS (apesar de me falarem que é possível fazer download da Rota em alguns sistemas modernos). Depois de um tempo dirigindo pela cidade e tentando seguir algumas pistas (meu momento detetive) tivemos a emoção de ver a primeira plaquinha com um grande 66. Missão da noite concluída.

Com enorme empolgação mas um sono maior ainda, passamos a noite no Americas Best Value Inn, pagamos $30 pelo quarto, simples limpo e com uma boa localização. Pela manhã, começamos nosso caminho pela Rota 66. Desta vez mais rápido, já que sabíamos como achar a estrada. Mesmo concordando que todos precisam da aventura de achar por conta própria, aqui vai uma dica: pegue a May Street no sentido Norte e entre a direita onde começa a rua 39, essa já é a Rota 66 disfarçada, continue nela ate uma bifurcação no lago Overholser, mantenha a esquerda e após cruzar um trilho de trem você vai ver a primeira placa indicando o caminho histórico.

Foram mais de 10 horas de estrada, um dia inteiro de Rota 66! Dia longo e cansativo, mas que valeu a pena pela sensação de estar dirigindo em uma das estradas mais famosas do mundo. O caminho ainda não estava no GPS e algumas vezes, acreditem ou não, foi possível perder a rota novamente, e nem tentar ajuda com outros motoristas funcionou, muitas vezes moradores das cidadezinhas perto da estrada não sabiam como chegar nela (ou não queriam contar).

Em alguns momentos confesso que foi um pouco agoniante. Em trechos entre Oklahoma City e Albuquerque, a Rota 66 é paralela à Interestadual 40, ou seja, logo ao nosso lado estavam os carros dirigindo a 120 km/h em uma via de até quatro faixas e asfalto perfeito, enquanto para nos o limite era em alguns trechos a metade e os buracos não ajudavam. Mas afinal, estávamos na Rota 66 e é isso que importava.

Além de todas as paradas para fotos na estrada, no carro e nas placas, fizemos algumas paradas bem interessantes.  A primeira recomendação é de um restaurante, mas não tem nada a ver com a comida. A especialidade do Ann’ s Chicken Fry House (endereço no mapa de Oklahoma City: 4106 Northwest 39th Street) é frango frito mas, mesmo sem fome, vale a pena parar pela decoração e a sensação de ter voltado aos anos 50. O local e fácil de achar, procure por um restaurante com um antigo Cadillac rosa na porta.

Antes de entrar no estado de New Mexico cruzamos novamente um pedaço do Texas onde paramos no meu lugar preferido da Rota 66. O Cadillac Ranch que fica a aproximadamente a 15 km do centro da cidade de Amarillo. A obra de arte foi criada pelo grupo de arquitetos The Ant Farm a pedido do milionário texano e amante das artes, Stanley Marsh III. Para ele, “o sonho americano é uma viagem de Cadillac, com uma loira, até as praias da Califórnia”. O resultado foi a obra constituída por 10 Cadillacs diferentes, produzidos entre 1948 e 1964, enterrados no deserto Texano. Impressionante e divertido.

Já bem proximo de Albuquerque (nosso próximo destino), a parada obrigatória é o Route 66 Dinner, um típico restaurante no estilo “diner” dos anos 50. O menu é ótimo, desde lanches a pratos completos. As garçonetes usam roupas estilo anos 50, estão sempre mascando chiclete. Ah, não deixe de colocar uma moedinha na Juke Box.

No próximo post continuamos o caminho pela Rota 66 e conhecemos a cidade de Albuquerque.

Não deixe de ler os posts seguintes desta incrível viagem. Perdeu os textos anteriores? Leia os posts sobre os preparativos da viagem,  WashingtonCharlotteAtlantaAlabama, New Orleans e Dallas.  

 

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