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Como é voar na classe Premium Voyageur da Air France

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14/06/2013 às 17:32

Como é voar na classe Premium Voyageur da Air France

 Hoje em dia muitas companhia aéreas têm adotado o conceito de classe econômica plus – uma opção para quem quer mais espaço e conforto mas não deseja ou não pode arcar com os custos de uma passagem executiva. Na Air France, essa categoria intermediária é a Premium Voyageur, mas ao contrário da maioria das empresas, que se limita a oferecer a poltrona da saída de emergência, a companhia francesa oferece um serviço diferente aos passageiros que optam pelo upgrade, com direito a embarque prioritário e poltronas e um setor separado com assentos mais confortáveis. Nossa leitora Carolina Lannes experimentou os serviços da companhia em um longo voo da África ao Brasil. Veja como foi a experiência e se compensa investir na Premium Voyageur nesse relato exclusivo ao MD:  

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Fiz a viagem entre o meses de setembro e novembro de 2012. Os trechos percorridos foram: Nouakchott (NKC) – Paris (CDG) – São Paulo (GRU) – Brasília (BSB), e a volta. O tempo total de voo é de 29 horas, contando o tempo das conexões. As passagens foram compradas pelo meu empregador, de forma que não posso avaliar o procedimento. Como um todo, comprar no site da Air France tende a ser tranquilo. Com as passagens em mãos, eu e o marido decidimos nos dar um upgrade. Orçamos e optamos pela classe Premium Voyageur. A classe PV pretende ser um meio termo entre a econômica normal e a Executiva. Mas não é a mesma proposta que a Economy Plus que tem aparecido em várias companhias aéreas americanas.

A PV tem cadeiras mais largas e com mais espaço entre si. O espaço é 20% maior na largura e na distância entre assentos. A cabine da Premium Voyageur é composta de apenas três fileiras, na composição 2-3-2 (A-330-200) e 2-4-2 (777-200). Na econômica normal, a composição é 3-4-3 em ambos os aviões. A cabine é separada tanto da econômica quanto da Executiva.

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A cadeira é diferente. Ao invés de reclinar, como os assentos normais da econômica, ela desliza para a frente. Isso garante que a pessoa da sua frente não vai “deitar” no seu colo e o seu espaço para as pernas será mantido no voo inteiro. Na época da compra das passagens, o upgrade custou US$ 250 por trecho, por pessoa. O upgrade para a Executiva, nas mesmas condições, sairia por US$ 500 por pessoa, por trecho.

 

A viagem

O primeiro embarque foi feito no aeroporto internacional de Nouakchott, Mauritânia. Apesar da Air France informar que há check-in prioritário para a Premium Voyageur, junto ao check-in da Executiva e Primeira classe, o pequeníssimo aeroporto de Nouakchott não conta com esse serviço. Já era esperado. O check-in foi rápido, dentro do limite do aeroporto. O embarque também não é separado por cabines, sendo feito por todos ao mesmo tempo.

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Chegando no avião, é fácil ver a diferença tanto da PV quando da Executiva para a econômica normal. Os assentos da classe intermediária contam com apoios de braço separados (não é preciso dividir com o companheiro de fileira). A tela de entretenimento individual é maior que na econômica: 10,4 polegadas. A seleção de filmes e seriados era bastante boa e recente. Em um voo em setembro havia mesmo alguns filmes recém saídos dos cinemas brasileiros. A mesa de refeições é gigante. Sério. Cabia um notebook de 17 polegadas com sobra. Os assentos também contam com 2 tomadas, então é possível carregar os aplicativos durante o voo.

São oferecidos um travesseiro pequeno e uma manta de lã. Não vi diferença entre os oferecidos na econômica e os oferecidos na Premium Voyageur. Em todos os assentos há uma pequena garrafa d’água. É um toque simpático.

Entre os assentos também há um fone de ouvido com redução de ruídos. Dentro da bolsinha de amenidades distribuída estão protetores de pano para colocar no fone. Outro toque simpático. Não achei a qualidade dos fones excelentes. O do meu marido, por exemplo, fazia ruídos agudos sempre que ele passava a mão perto do dispositivo de redução de ruídos. Se você quiser, é possível trocar pelo seu próprio fone com entrada normal P1. Eu preferi. Os assentos também contam com luzes individuais de leitura ao lado do apoio de cabeça, como uma lanterna com o corpo articulado. A luz é bastante boa para livros e não incomoda os demais passageiros tanto quanto as luzes de teto tradicionais.

 

Voo

Antes da decolagem, a aeromoça passou entregando cardápios do que seria disponível para aquele voo. Primeiro acontecimento bizarro: meu cardápio e o do meu marido eram diferentes. Na hora da refeição descobrimos que o meu era o da semana passada, infelizmente. Havia disponibilidade de carne ou frango, ambos acompanhados de legumes e arroz. Não era fantástico, mas não estava ruim. Além disso, queijo camembert, sobremesa de chocolate e bebidas. Esse é um ponto interessante: a Mauritânia é um país islâmico e a maioria dos voos que saem daqui não contam com bebidas alcoólicas. Esse tinha. Vinho branco e tinto e espumante. Depois da refeição, a aeromoça passou servindo uma pequena caixinha com alguns bombons.

Com exceção da caixinha de bombons ao fim da refeição, ela é a mesma que a da classe econômica. A vantagem é que o serviço começa pela PV, então não tem risco da sua escolha ter acabado antes de chegar sua vez.

 

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Como o voo saía à meia-noite, eu dormi logo depois do jantar. Meu marido, que ficou acordado, disse que houve um problema com algum passageiro fumando dentro do lavatório durante a madrugada, mas que foi contornado com calma pela comissária de bordo.

Sobre o conforto: por não reclinar, e sim deslizar, a sensação de dormir nesses assentos é diferente. Não é exatamente desconfortável, sobretudo por haver mais espaço para os pés, mas a falta de uma reclinagem real é sentida. Dá pra dormir, sobretudo se a pessoa estiver com sono/dormir com facilidade (meu caso!), mas as costas sofrem um pouco.

Um café da manhã simples (pães semi-frios, queijos, presunto, frutas, iogurte e café ou chá) foi servido meia hora antes do aviso de voltar os assentos à posição vertical.

Paris

Chegada a Paris às 5 da manhã, hora local. Como nossa conexão para o Brasil era só às 11, encontramos umas cadeiras super confortáveis no próprio terminal de desembarque. São quase camas, horizontais, confortáveis pras costas. Dormimos ali mesmo por mais umas duas horas. Depois disso, pegamos o trem interno do aeroporto para o terminal de embarque. Na hora de passar pela segurança, uma vantagem: passageiros da Premium Voyager, assim como Executiva e Primeira, têm uma fila própria, bem menor.

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O duty-free do terminal (2-E) é de outro mundo. Acho que nunca vi um tão grande. Tinha de tudo. Além da loja Duty-free em si, havia outras. Marcas famosas, como MiuMiu e Dior, cafeteria Starbucks, Fnac, alguns restaurantes, etc. Dá pra se achar quase tudo por lá. Mas fica a dica pra quem estiver em Paris: o preço dos eletrônicos não é muito diferente do que você encontra na cidade mesmo, ainda que não se faça o tax-rebate. Ou seja, se comprar na cidade e conseguir recuperar o imposto no aeroporto, acaba saindo mais barato em vários itens. No aeroporto CDG há wi-fi gratuito por 15 minutos. Se você tiver mais de um aparelho com função wi-fi (notebook e celular, por exemplo), dá pra usar 15 minutos em cada um, de graça.

Na hora do embarque, pudemos usar a fila de Sky Priority (a mesma fila que Executiva e Primeira classe). Embarcamos, sentamos e pronto pra viagem ao Brasil. O vôo pra São Paulo é diurno. Os assentos de Premium Voyager eram a mesma coisa que no primeiro trecho. O cardápio, idem (dessa vez me deram o cardápio certo). Uma diferença: durante o voo, havia disponibilidade de comidas, bebidas e até picolés na parte de trás do avião, à vontade. As aeromoças desse voo eram as típicas antipáticas francesas. Quando, meia hora depois do almoço, fui perguntar pelo sorvete, me disseram alguma coisa na linha do “você acabou de almoçar, só mais tarde”. Quando comecei a falar com elas em francês, o atendimento melhorou. Não muito, mas melhorou. As opções de filmes e seriados eram as mesmas do voo anterior. Nesse trecho assisti Valente e Avengers (isso era em setembro. Depois de um ano no interior da África, sim, isso foi super novidade!).

 

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Chegada a São Paulo no horário. Pouca fila na imigração. Apesar da promessa de que bagagens de PV teriam prioridade na entrega, nossas malas estavam entre as últimas. Uma delas chegou completamente quebrada. Procuramos o atendimento da Air France que verificou o problema, fez um relatório de dano, e disse que resolveriam. Mas como seguiríamos pra Brasília, nós teríamos que pagar o conserto e depois eles restituiriam. Ainda estou à espera da restituição. Acho que isso será resolvido em minha próxima ida ao Brasil, em setembro próximo. O voo doméstico foi Gol. Atrasou pouco.

Volta

Para a volta, foi necessário fazer algumas alterações de datas. Por questões de saúde, tive que adiar minha volta em duas semanas. Liguei no telefone da Air France. O primeiro problema é que eles queriam que eu fizesse a alteração na mesma agência onde tinha feito o upgrade (agência de Nouakchott). Impossível, claro. Depois de algum tempo no telefone, consegui falar com um supervisor que autorizou a modificação pelo telefone. Por ter usado o telefone, tive que pagar: taxa de atendimento telefônico R$ 70,00; taxa de alteração de bilhete USD 200,00. Por sorte, não houve diferença tarifária. Atenção que eu estava alterando o voo por ordens médicas. Mesmo com atestado médico me impedindo de viajar no período, a Air France não isentou o pagamento das taxas. Acho que é um tema que seria discutível judicialmente, mas sinceramente não tinha tempo/energia.

Na volta, o trecho doméstico novamente foi Gol. Atendimento até muito bom, considerando que era véspera do feriado de finados e o aeroporto estava lotado de gente. Check-in rápido, com bagagens indo direto pro destino final. Ainda tive que contratar um volume extra, que custou R$ 100. Não achei absurdo, pelo contrário. Pagamento feito no próprio balcão, com cartão de crédito.

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Em Guarulhos tive seis horas de conexão. Mas o check-in da AirFrance só abria 3 horas antes do voo. Cheguei a fazer o check-in no totem disponível, mas para poder entrar para a zona internacional, era necessário um carimbo que só o pessoal do check-in poderia fornecer. Três horas antes do voo, eles chegaram e carimbaram. Aproveitei pra perguntar sobre as malas. Estavam ok? Constavam no voo? O atendente me disse que estava tudo ok (guardem essa informação, será importante mais pra frente).

Entrei na área internacional. Compra de chocolate pro voo feita no Duty Free e tudo pronto. Novamente, usei a fila preferencial Sky Priority para embarcar (novamente me pediram pra ver a passagem umas três vezes. Acho que não tenho cara de quem viaja em Sky Priority 😛 )

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Estava na primeira das três fileiras da Premium Voyageur. Minha primeira sugestão: não peguem essa fileira. Não tem janela. A mesa é bem menor. Tanto a mesa quanto a tela saem de dentro dos apoios de braço, diminuindo marginalmente o espaço das cadeiras. Tem mais espaço pros pés, mas você não pode ficar com nada (bolsas e laptops tem que ficar guardados quando não estiverem sendo usados).

Houve um pequeno problema com o casal sentado atrás de mim: aparentemente, houve a marcação de mais de uma pessoa para o mesmo assento. A solução foi rápida pelos comissários de bordo, e um dos envolvidos foi para a Executiva. Esse tipo de coisa não acontece comigo…

Quando já estávamos quase todos sentados, chamam meu nome pelo auto-falante, pedindo que eu me comunicasse com um dos comissários. Chamei o USBcomissário pela luz de chamada e veio uma das pessoas de solo. O sujeito veio me informar que minhas malas ESTAVAM naquele voo. Imaginem minha cara. Eu tinha passado seis horas em Guarulhos. Eu tinha perguntado por elas. Eu achava que elas estavam no voo. Por que vieram me informar isso? Porque antes disso, elas não estavam. Elas não tinham saído de Brasília. Chegaram por pouco a tempo do voo. Aparentemente, nem perguntar pela mala resolve mais o problema. Enfim…

O voo transcorreu normalmente, e as mesmas observações sobre os voos anteriores cabem. Dessa vez, no sistema de entretenimento, tinha Homem Aranha e Batman. Viva!

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Mais um motivo para não escolher a primeira fileira da PV: na chegada a Paris, faltando quase 40 minutos para o pouso, o comissário que estava sentado de frente a mim mandou que eu e a pessoa do meu lado desligássemos a TV, som ou guardássemos livros. Todo o resto do voo pode continuar se ocupando, mas para quem está nessas fileiras de emergência, aparentemente, é preciso ficar olhando pra cara do comissário.

Na chegada final, mais uma surpresa: uma das malas, daquelas de material firme e resistente, estava completamente quebrada. Sem chances de conserto. Não há pessoal de terra da Air France em Nouakchott, de forma que essa mala foi perdida para mim mesmo. Pelo menos não tiraram nada de dentro…

Avaliação final

Vale a pena? Depende. Se você pode investir, é mais confortável que a classe econômica normal. Mas não chega aos pés de uma Executiva (que dirá uma primeira classe!).

Uma outra vantagem da PV em relação à econômica normal está na questão da franquia de bagagem a bordo. A Premium Voyageur, assim como as classes executiva e primeira, tem direito a dois volumes de bagagem de mão, mais um item pessoal. Isso significa duas malas de mão e uma bolsa feminina pequena, por exemplo. Essa vantagem é muito grande em alguns casos. Por exemplo, quando se faz uma viagem relativamente curta e não há interesse em despachar bagagem, mas apenas um item de mão seria pouco. E, no meu caso, quando uma viagem é bastante longa e você precisa levar muitos itens que não podem ser despachados (eletrônicos, jóias, documentos, fotografias, etc). Essa franquia extra vem escrita no bilhete de embarque, justamente para evitar que o pessoal de solo que desconheça a regra crie problemas.

– Assento: confortável. Mais largo e com mais espaço pras pernas, sem risco de alguém deitar em cima de você durante o voo. Mas o fato de não reclinar exatamente incomoda um pouco a dormir.

– Espaço: humano.

– Atendimento: típico da Air France. Não espere simpatia. Não espere boa vontade.

– Comida: ok. Não é a melhor comida do mundo, mas é bem razoável

– Entretenimento: muito bom.

Nota final: 8/10

Agradecemos à Carolina pelo seu relato preciso e detalhado que certamente permitiu aos leitores conhecer bem o serviço Premium Voyager e a experiência de voar com a Air France. E você? Já voou com a companhia francesa? Deixe seu relato nos comentários ou na página da AF no Guia de Companhias Aéreas. Deseja fazer a avaliação de uma companhia aérea que ainda não está no MD? Entre em contato pelo e-mail dicas@melhoresdestinos.com.br e ficaremos felizes em publicá-la!

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