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Dicas para sua primeira viagem a França – Paris

Leonardo Marques
21/09/2008 às 21:32

Dicas para sua primeira viagem a França – Paris

Viajante: Isabela Leão
Local da Viagem: Paris – França
Data: Outubro/2007

Eu estava em Köln, Alemanha, visitando uma amiga brasileira que está estudando por lá. No final de semana decidimos tornar realidade um sonho antigo das duas: passear em Paris juntas! Maria, a minha amiga, já conhecia a cidade luz, quanto a mim, estava na Europa pela primeira vez. Primeiro passo: comprar as passagens e encontrar acomodação. Desde que somos universitárias, o dinheiro não era suficiente para reservar um hotel. Então, lembrei de um site que tem como objetivo a “interação” de pessoas com o intuito de prover acomodação de graça. Funciona assim: você cria um perfil sobre você e expõe se cederia ou não um “sofá” para o viajante. No caso, os que não cedem geralmente se propõem a sair para tomar um drink ou beber um café com o turista. Nessa época eu já havia tido três experiências com pessoas do site; uma alemã, um austríaco e um polonês. Não os hospedei na minha casa, mas fiz questão de levá-los às praias, sorveterias e restaurantes da minha cidade. Mas, voltando ao que interessa, procurei nesse site acomodação gratuita em Paris. Enviei diversas mensagens para garotas com rostos amigáveis. Os franceses já não possuem a receptividade como característica intrínseca, e a comprovação de tal fato se deu pela falta de respostas às mensagens enviadas por mim. Fui ignorada totalmente pelas supostas simpáticas francesas. O que fazer? Logo, eu e Maria chegamos à conclusão de que um albergue seria a melhor solução custo/benefício. Procuramos na internet pelo albergue mais barato. Eis que aparece os “três patos”. Ainda diziam que ficava a 10 minutos da Torre Eiffel. Que maravilha! Não levamos muito em consideração os comentários de hóspedes anteriores, estávamos bastante felizes com os 40 euros que teríamos que pagar diariamente. Depois procuramos passagens aéreas baratas. Com antecedência tudo é possível, mas comprar com tão pouco tempo antes da partida prevista é uma decisão bem cara. A solução foi comprarmos a ida de avião e a volta de trem.

Fomos para a estação de trem esperar o metrô para o aeroporto. Devido a uma tremenda falta de sorte, os ferroviários entraram em greve. Maria ligou para o namorado e combinamos de pegar um ônibus até próximo de onde ele estava e ele nos levaria de carro para o aeroporto. Chegamos bem em cima da hora, mas conseguimos pegar o avião. Em pouquíssimo tempo chegávamos a Paris. A torre Eiffel, do alto, tão minúscula. E as luzes, todas aquelas luzes me deixavam arrepiada. Eu estava em Paris, mal podia acreditar. A jornada tinha só começado. Estávamos no aeroporto Charles de Gaulle, super distante do albuergue que havíamos reservado. Fomos a um balcão de informações e um jovem muito simpático nos deu um mapa e nos ensinou como chegar no nosso destino. Pegamos um metrô e passamos por várias estações. Equivocadas, descemos em uma delas, mas, como ainda estava um pouco distante, decidimos pegar um táxi até o albergue. Finalmente chegamos ao “três patos”. Não, aquilo não poderia ser um albergue! Era um barzinho, muito cheio, com som alto, praticamente uma balada. Observamos novamente o número e o nome do local. Era ali mesmo. Entramos com muita dificuldade, com todas aquelas pessoas dançando, se movimentando. Confirmamos nossa reserva e nos dirigimos para o quarto. Um quarto miúdo, de aparência suja, sem banheiro e ainda por cima, misto! Dois beliches, nas quais duas camas já estavam ocupadas. Em uma delas um espanhol esquisito, que passava sua última noite em Paris. Na outra um japonês muito simpático, que não parava de tirar fotos nossas. Como estávamos muito cansadas, e já era bastante tarde, resolvemos apenas caminhar pelas redondezas. Como não encontramos nada de interessante para fazer, voltamos para o hostel. A festa continuava e decidimos nos unir a toda aquela junção de cores e culturas. O que mais me impressiona é o espírito comunicativo, acolhedor, alegre, das pessoas que geralmente se encontram nesse tipo de ambiente. Será que essas pessoas, por talvez possuírem um “espírito aventureiro” são realmente tão simpáticas? Ou será que toda a simpatia faz apenas parte do entusiasmo da viagem, e quando essas pessoas voltam para suas terras de origem ficam secas e frias?

No dia seguinte não tomamos banho. O frio estava insuportável e não nos sentíamos sujas. Decidimos conhecer a Torre Eiffel. Achávamos que 10 minutos seriam suficientes para chegar à torre, conforme anúncio do albergue na internet. Que engano! Andamos muito e nem sinal da torre. Aí avistamos um garoto que tínhamos visto no albergue na noite anterior. Bradly, da África do Sul. Fomos falar com ele e ele disse que nos acompanharia. Andamos mais uns 30 minutos e chegamos aos pés da torre. Tiramos fotos, conversamos na beira do rio Sena e fomos andando, à procura de um restaurante para almoçar. A cidade era realmente maravilhosa, glamourosa e muito cinza. Era final de outubro, o inverno estava quase começando. Eram tantos restaurantes aconchegantes. Escolhemos um e pedimos uma massa com salmão defumado, deliciosa. Acompanhada de uma coca-cola, que custava 3 euros e 90. Detalhe, era uma coca-cola daquelas bem pequenas, que aqui no Brasil custa uns 80 centavos. É, Paris é uma das cidades mais caras da Europa, tem que ir prevenido! Andamos bastante e no final da tarde Bradly voltou para o albergue e eu e Maria pegamos um metrô para ir ao Louvre. Sem querer saímos foi na Champs-Élysées! Que avenida maravilhosa! Todos aqueles cafés, aquelas lojas caríssimas, os escritórios dos cineastas mais famosos e o Arco do Triunfo ao fundo. Depois conseguimos chegar no Museu do Louvre. Era uma sexta-feira, e atençã: estudantes não pagam a entrada às sextas-feiras! Acredito que essa promoção seja válida até às 18h. Entramos de graça no Louvre! O que mais me encantou foi ver de perto a Vênus de Milo. Espetacular! Nas proximidades do Louvre fomos a um café. Tomamos café, acompanhado do cigarro, claro, e comemos o francês creme brullé. Vale a pena comer. Parece um pudim, mas o gosto de caramelo é mais evidente, mais acentuado,sabe? Enquanto fumávamos e bebíamos o café, eu pensava nos antigos intelectuais franceses. Será que aquele não teria sido um café também freqüentado por Sartre e Simone de Beauvoir?

Voltamos para o “lar, amargo lar”, queríamos procurar na internet sobre as baladas locais. Encontramos uma boate que parecia ser interessante e fomos lá. 20 euros de táxi, 20 euros para entrar e a decepção total: jovens de 15-17 anos. Nos sentimos velhas decrépitas com nossos 22 anos. Mas ainda conseguimos nos divertir! No outro dia resolvemos tomar banho, afinal, já estávamos há dois dias sem tomá-lo.

O banheiro era bem decadente. E só saía água do chuveiro durante um intervalo de 2 segundos. Depois parava e era necessário apertar novamente um botão. E a água saía numa pressão absurda! Lembro que eu estava com uma pequena espinha na testa, e quando pressionei o botão pela primeira vez, o jato todo foi na minha testa e fez a espinha sangrar! Uma loucura! Foi o único banho que tomamos em Paris, com toda essa dificuldade. Deixamos de conhecer a Notre-Dame, porque o tempo foi curto e precisávamos voltar para a Alemanha. Quanto à nossa volta para Alemanha, não conseguimos comprar nossas passagens de trem na mesma classe. Por isso compramos uma na primeira classe e a outra na econômica. Resolvemos sortear e eu voltei na primeira classe. Lanches o tempo inteiro, vinho, jantar. Até que a minha amiga veio de vagão em vagão me convidar para ficar na econômica com ela, pois um senhor, que estava ao lado dela, havia descido na Bélgica e tinha vaga por lá. Deixei a primeira classe pela minha amiga! Lá na econômica não serviam nem sequer uma água. Mas, enfim, a viagem foi maravilhosa. Mesmo com o albergue desconfortável, que no fim das contas, foi o fato menos significante da experiência como um todo.

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