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Como levar o seu pet para a Europa

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18/05/2017 às 9:37

Como levar o seu pet para a Europa

A leitora Talyta Carteano teve de ir atrás de uma série de informações quando decidiu levar a cachorrinha yorkshire Tiffany para morar com ela em Barcelona, na Espanha, em 2014. Foi uma correria e tanto!

Agora, para facilitar a vida de outros leitores que estão de mudança para países europeus e não cogitam deixar seus animais de estimação no Brasil, Talyta detalhou um passo a passo de como levar um cachorro para a Europa!

Confira as dicas e veja como foi o voo ao lado da Tiffany!

COMO LEVAR UM CACHORRO PARA A EUROPA

Por Talyta Carteano

Moro em Barcelona desde setembro de 2014 e desde que vim morar aqui pensava em trazer minha Tiffany, uma yorkshire esperta e linda de quatro anos, para morar comigo. Comecei a pesquisar na internet. Li muita coisa, mas tudo parecia muito complicado. Vi também muita gente vendendo informação sobre o assunto, o que eu não acho justo.

Então eu, uma amante do “faça você mesmo”, que não paguei nem um centavo, consegui trazer a Tiffany sã e salva a Barcelona e queria dividir essa informação com o máximo de pessoas possível.

Segue abaixo o passo a passo. Só preste atenção na lista de países cujas regras são exceção). E, ah! Comece o processo com a maior antecedência possível. Se você vai viajar em menos de cinco meses, pode saber que já está atrasado!

1 – Antes de tudo, é preciso que um chiop seja implantando em seu cachorro, de acordo com padrão ISO 11784 e ISO 11785.

2 – Aplique a vacina antirrábica. Mas atenção: a vacina não pode ser proveniente de campanhas públicas e deve ser aplicada após a implantação do chip. Mesmo que a vacina antiga esteja válida, aplique-a novamente.

3 – Faça sorologia antirrábica. O exame pode ser realizado em qualquer laboratório aprovado em conformidade com o artigo 3.º da Decisão 2000/258/CE (lista de laboratórios aprovados disponível aqui). No Brasil, o único é o Laboratório de Zoonoses e Doenças Transmitidas por Vetores do Centro de Controle de Zoonoses de São Paulo (Rua Santa Eulália nº 86 – Santana – zoonoses@prefeitura.sp.gov.br).

Importante: O sangue só deve ser colhido pelo menos 30 dias após aplicação da vacina antirrábica. O veterinário vai colher o sangue e enviar ao laboratório para análise. O nível de anticorpos de neutralização do vírus da raiva no soro deve ser igual ou superior a 0,5 UI/ml. Esse exame só é feito uma vez na vida do animal, desde que a vacina de raiva esteja sempre em dia.

4 – Depois de 90 dias da data da colheita do sangue e 10 dias antes da viagem, marque um horário na sede do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento no seu Estado (confira endereços e telefones aqui) para apresentar os documentos e solicitar o Certificado Veterinário Internacional (CVI). Atenção para as datas: o seu cachorro só pode entrar na Europa depois de 90 dias da colheita do sangue. Marque no MAPA do seu estado entre 10 e 5 dias antes da sua viagem. Em São Paulo, eles não atendem se não tiver hora marcada.

5 – No máximo 72 horas antes de ir no Ministério, leve seu cachorro ao veterinário. Ele fará um atestado de saúde modelo. Importante: o atestado não pode ter mais de 72 horas quando você apresentar os documentos no Ministério.

6 – Faça DUAS cópias de tudo (carteira de vacinação, atestado de saúde, resultado da sorologia, certificado do chip) e leve na hora marcada no Ministério. Em São Paulo, eles pedem dois dias para entregar e só funcionam de segunda à sexta.

Quanto custou tudo?

– Chip Virbac BackHome colocado: R$300,00

– Vacina antirrábica: R$80,00

– Sorologia: R$400,00 (consulta + transporte + teste)

– CVI: Grátis

Agora é só pegar o cachorro e viajar pela Europa. A Tiffany já está adorando, as aventuras dela na Europa serão postadas no Instagram dela @tiffanycarteano. Mas confesso que o voo dela até aqui não foi muito fácil…

A VIAGEM DE TIFFANY

 

Viajamos de São Paulo a Barcelona com a Iberia e fizemos escala em Madri, tudo na Classe Econômica. Antes de comprar a passagem aérea, pesquisei muito como as companhias aéreas tratam os animais, mesmo sendo em cabine. Vi uns vídeos da Iberia e achei que seria boa opção.

Então a primeira dica é: antes de comprar sua passagem, ligue e pergunte se no voo que você quer viajar existe disponibilidade para levar animais. A maioria das companhias limitam o número de animais em cabine. E o número costuma ser pequeno, de dois animais por voo. Eu liguei com quatro meses de antecedência e comprei minha passagem – a da Tiffany ficou reservada e só cobraram no dia do embarque o valor de 240 dólares.

Não sei por quê, mas para voar para o Brasil ou saindo do Brasil é muito mais caro do que para os outros países (que cobram a passagem para animais entre 50 e 150 dólares). Perguntei o motivo na Iberia e ninguém soube explicar.

Para viajar com cachorro na cabine, você tem que ficar atento ao tamanho e peso permitido. Cada empresa tem um padrão, mas está entre 7 e 10 kg, incluindo o peso do transporte. No caso da Tiffany, eu comprei uma bolsa de transporte resistente e impermeável – ela não é rígida, mas também não é muito mole. Paguei R$ 189,90.

Se seu cachorro não for acostumado a viajar em caixas de transporte, crie um ambiente amigável, dê prêmios dentro da caixinha, feche ele lá dentro às vezes e, quando tirá-lo, de a ele alguma recompensa. É importante que ele se acostume com aquele ambiente, já que passará muito tempo lá dentro.

Com a Tiffany nada disso adiantou. No dia da viagem mandei a Tiffany para o Pet Shop para tomar um banho e viajar bem cheirosa. Fomos para o aeroporto e ela ficou solta o tempo todo. Fiz o check-in no balcão porque, como viajava com cachorro, não era possível fazer online – neste momento apresentei a documentação dela, única vez que solicitaram durante a viagem. Fui até o atendimento ao cliente, paguei a taxa, voltei ao balcão, peguei as passagens e fomos esperar nosso embarque. Deixei a Tiffany no chão até o momento exato de entrar no avião, já que sabia que ela ia passar muitas horas dentro do transporte.

Entramos no avião e nos primeiros 30 minutos ela se comportou bem, a partir daí começou uma mistura de latido e choro que não parava. Levantei, fui ao banheiro com ela e dei as gotinhas de tranquilizante que o veterinário indicou, sempre com ela dentro da caixa. Importante: Não dê nenhum tranquilizante sem a indicação expressa do veterinário, pode ser muito perigoso.

Fiquei com ela solta dentro do banheiro uns 10 minutos e voltei para o meu lugar. O latido misturado com choro diminuiu mas voltou na hora que começaram a servir as refeições. Eu me preocupei muito em não incomodar e fiquei muito nervosa porque não sabia o que fazer para acalmá-la. Vi muita gente olhando feio e cochichando.

Uma das comissárias de bordo era bem chatinha. Quando levantei e levei a Tiffany para o fundo do avião, porque lá o movimento era menor e ela ficava mais calma, a aeromoça me dizia que lá eu atrapalhava elas e que não podia estar ali. Em compensação outras duas sempre me perguntavam se eu precisava de alguma coisa e uma delas chegou a sugerir que fosse ao banheiro do meio que era maior e soltasse a Tiffany lá dentro um pouco.

Fiquei mais ou menos meia hora com ela no banheiro até que a aeromoça pediu que saísse porque não podia ficar com o banheiro tanto tempo bloqueado mesmo tendo outros três ao lado. Falei que ou eu ficava no banheiro ou ela não deixaria ninguém dormir e sua resposta foi “viajar com um cachorro é igual viajar com uma criança, se chora não podemos fazer nada mais do que tentar acalmar e sei que você está fazendo todo o possível”.

Voltei para o meu lugar e terminei o voo – que sem dúvidas foi o mais longo e cansativo da minha vida. O tranquilizante deixou a Tiffany grogue, mas não fez ela dormir, acredito que seu nervosismo a impedia de dormir mesmo tendo muito sono.

Não gostei de não poder tirar ela de dentro do transporte nem um pouquinho, garanto que se ela estivesse deitada debaixo dos meus pés teria dormido a viagem inteira e não chorado como fez. Mas também entendo as regras da companhia aérea. Espero que algum dia possamos viajar com os animais no colo para a Europa como se permite em voos domésticos nos EUA.

A primeira coisa que eu fiz quando desci do avião em Madri e depois em Barcelona foi tirar a Tiffany de dentro da caixa e deixar ela caminhar.

Espero que no próximo voo ela se comporte melhor!

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Agradecemos à leitora Talyta Carteano pelas dicas que certamente vão ajudar quem está planejando viajar com pets para a Europa! Se você também tiver dicas para compartilhar, entre em contato com a gente  pelo e-mail convidado@melhoresdestinos.com.br

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