logo Melhores Destinos

Como é voar na classe executiva da Singapore Airlines em 2015

Marcel Bruzadin
27/05/2015 às 7:28

Como é voar na classe executiva da Singapore Airlines em 2015

A avaliação de companhia aérea de hoje é especial, justamente por se tratar de uma das melhores empresas aéreas do mundo e a primeira colocada no nosso guia de companhias aéreas, a Singapore Airlines. A Singapore Airlines foi fundada em 1972 e começou como uma simples e pequena companhia aérea regional, que se tornou uma das mais respeitadas do mercado, com um serviço de bordo impecável até mesmo para a classe econômica. A avaliação que publicamos hoje é um relato de voo do leitor Rafael Younis Marques, que fez o trecho Barcelona – São Paulo em classe executiva. Confira todos os detalhes do voo que o Rafael fez, e se você já viajou com a Singapore, não esqueça de deixar seu comentário no final do post. 

Boa leitura!

como-e-voar-singapore-airlines

Introdução

Quando tenho liberdade de escolher a maneira de chegar à Europa, busco sempre levar em consideração os itens melhor companhia aérea, custo-benefício, facilidade de conexão e agradabilidade do hub, em caso de ter que fazer uma parada de alguns dias, além da rede/aliança a que pertence a companhia, para poder acumular milhas. Já voei praticamente com todas as cias. que conectam o Brasil ao velho continente e acredito que tenho boas condições de medir referidos quesitos.

Foi levando tudo isto em consideração que em minha última viagem eu optei, mais uma vez, em utilizar o voo da Singapore Airlines que sai de São Paulo e faz escala em Barcelona, antes de prosseguir ao seu destino final – Cingapura.

O quesito da qualidade da companhia dispensa comentários. Quanto ao custo, acreditem se quiser, mas o valor da passagem da Singapore era de longe o menor de todos. O aeroporto de Barcelona é moderno, amplo (mas ao mesmo tempo fácil e rápido de transitar de um lugar a outro) e tem voos para os principais destinos da Europa com valores competitivos (já que é muito mais turístico que lugares como Zurique, Frankfurt, Madrid, Londres e Paris).

Em especial, o aeroporto oferece diversas opções de alimentação e tem bastante lojas, desde boutiques de luxo até as grandes lojas de Duty Free no padrão europeu. Para conexões, a vantagem é que o tempo de trânsito entre os portões e terminais é relativamente curto. Há, ainda, um excelente serviço de guarda-volumes situado do lado de fora do terminal, com armários em diversos tamanhos. Para se ter uma noção, o aluguel de um armário grande por uma semana custa em torno de 40 euros.

Por fim, quanto à rede/aliança, a Singapore pertence à Star Alliance, o que facilita muito para mim, já que migrei meu status Star Gold para o Mileage Plus da United (na promoção anunciada aqui no MD).

Por não ter muitos voos provenientes de países fora da Europa chegando no mesmo horário que o voo da Singapore, o escrutínio nos balcões de imigração é rápido e com poucos transtornos, principalmente se comparado à imigração no aeroporto de Heathrow, em Londres.

Localização do aeroporto

O aeroporto fica relativamente próximo do centro da cidade e pode ser alcançado de trem (que se conecta com as principais linhas de metrô), ônibus, shuttle ou táxi A corrida de táxi dura de 20 a 30 min e custa em torno de 30 euros. O trem pode ser uma boa opção para quem está com pouca bagagem e te leva diretamente à estação de Passeig de Gràcia. Há alguns serviços de shuttle que deixam o passageiro em lugares como a Plaça de Cataluña, o centro nevrálgico da cidade.

Check-in

A área de check-in em Barcelona é ampla e bem sinalizada. A Singapore Airlines utiliza cerca de 7 balcões, sendo 2 para primeira classe, executiva e prioridades, 1 para quem fez o check-in on-line e os demais para despacho regular da classe econômica.

O atendimento foi rápido, mas por um lapso a atendente deixou de colocar as etiquetas de bagagem prioritária nas malas, causando uma demora na hora de sua retirada no aeroporto de destino, Guarulhos.

Há nas proximidades dos balcões da Singapore serviços de embalagem protetora de bagagem, ao custo de 10 euros por item embrulhado. Para aqueles que portam cartões de embarque prioritário, há uma fila exclusiva para passar pela checagem de segurança.

Lounge

A Singapore não possui um lounge próprio. Os passageiros podem utilizar a Sala Miró, que aceita portadores do Priority Pass, cartões fidelidade da Star Alliance e até portadores do Diners Club (esses últimos têm que pagar uma taxa). O lounge não tem nada demais, mas é bastante amplo e próximo ao portão de embarque do voo da Singapore (aproximadamente 5 minutos de caminhada).

Há uma seleção de bebidas e aperitivos disponível, sem muita sofisticação. Os passageiros também podem utilizar o wi-fi gratuitamente e, quem quiser, pode também tomar banho.

Avião

O voo da Singapore é realizado em um Boeing 777-300 ER, muito confortável, estável e com pouco ruído interno. Confesso que a aeronave tem aparência de estar bastante usada, mas a cabine estava limpa e sem odores.

A recepção pelas comissárias e comissários de bordo foi bastante calorosa e eles agiram de forma rápida e eficiente para acomodar todos os passageiros. A aeronave conta com 3 classes – primeira, executiva e econômica.

Nas classes executiva e primeira a configuração dos assentos é 1-2-1, todos com acesso direto ao corredor. Na classe econômica a configuração é 3-3-3.

A classe executiva é subdividida em 2 cabines, sendo uma logo após a primeira classe, com apenas duas filas. Por ser uma cabine pequena e mais exclusiva, optei em reservar um assento nessa parte.

como-e-voar-singapore-poltrona-cama

A poltrona da classe executiva da Singapore é bem diferente se comparada a outras cias. Sua largura é bem superior às demais, e o cinto de segurança tem um air-bag embutido. Ao contrário dos assentos das demais companhias, que costumam deitar e levantar o encosto de pernas e pés, o assento da Singapore se transforma em cama rebatendo o encosto. Ou seja, a gente acaba deitando na parte traseira no encosto.

como-e-voar-singapore-cinto-airbag

Apesar da excepcional largura do assento, ele não se mostrou muito confortável para deitar (meço apenas 1,72m), pois ele exige que o passageiro fique deitado na transversal em razão de um desvio no encosto. Eu tive a sorte (ou não) de pegar um assento na primeira fila, então os pés ficavam livres. Os assentos das demais filas requerem que os pés dos passageiros entrem em um buraco estreito localizado no assento da frente, deixando-os um tanto quanto espremidos (isso causa o tal desvio acima informado).

como-e-voar-singapore-poltrona

Nos assentos da primeira fila, o apoio para os pés fica à frente da poltrona, o que gera também um pouco de desconforto, se comparado com o tradicional apoio de pernas e pés conectado na própria poltrona, abaixo do assento.

As poltronas da fila central contam com uma divisória retrátil que isola consideravelmente o espaço de cada poltrona, trazendo um pouco mais de privacidade.

como-e-voar-singapore-monitor

Ressalto que as críticas aos pequenos detalhes foram feitas, principalmente em razão da comparação feita com outras companhias 5 estrelas, notadamente com a Qatar e Emirates, nas quais também tive a sorte de voar na classe executiva.

O voo estava bem cheio pelo que pude notar, tanto na ida quanto na volta, inclusive na classe executiva. Na primeira classe tinha apenas 3 passageiros, mas isso também pode ser considerado bastante.

Serviço

Os comissários e comissárias foram muito atenciosos o tempo todo, seguindo a tradicional hospitalidade asiática. Os avisos do comandante foram feitos apenas em Inglês, mas os anúncios gerais gravados também foram feitos em Espanhol e Português.

De modo geral, a comunicação com os comissários foi feita em Inglês, então não posso atestar se eles são hábeis para se comunicar em Português.

Ao rebater o encosto da poltrona para transformá-la em cama, surpreendi-me com o fato de a cama já estar arrumada, com lençol, edredom e travesseiro, tudo muito confortável. Isto facilita bastante a vida! Além disso, outro travesseiro e um cobertor também foram distribuídos, para serem usados enquanto sentado.

como-e-voar-singapore-assento

A decepção ficou por conta do amenity kit. A Singapore não distribui aqueles kits cheio de coisas, como as cias. concorrentes fazem. Ao contrário, distribui apenas o protetor de olhos e uma sapatilha/meia. Nos lavatórios há escovas e pastas de dentes, aparelhos de barbear e alguns cosméticos, mas nada com luxo.

como-e-voar-singapore-meias

Refeições

Para compensar a decepção com o amenity kit, a Singapore caprichou no quesito refeição, apesar de não oferecer a tradicional taça de champagne pré-decolagem. Já no ar foi iniciado o serviço de bordo, aí sim com champagne (Bollinger Special Cuvée Brut) e um mix de castanhas.

Tendo em vista que o voo sai pela manhã, a primeira refeição foi um café-da-manhã. Inicialmente foi servido um prato com fatias de frutas, seguido de iogurte com cereais e frutas vermelhas. O “prato principal” escolhido foi ovos mexidos, queijo manchego, presunto crú espanhol e batatas. Para sobremesa optei pelo cheesecake com calda de frutas vermelhas.

como-e-voar-singapore-breakfast3

Na área de serviço dos comissários foi arrumada uma bandeja com sanduíches salgadinhos e até alguns tipos de noodles, que ficou à disposição até a hora do almoço.

Os comissários estavam a postos para atender a qualquer pedido, e assim fui atendido com o famoso drink Singapore Sling, preparado na hora. Não estava tão bom quanto o original servido no Raffles Hotel em Cingapura, mas valeu a experiência de tomar esse drink a bordo da única cia. aérea que o prepara.

O almoço foi iniciado com uma única opção de aperitivo – o típico satay com molho picante. A entrada também era em opção única, um prato com embutidos ibéricos (presunto e salame), com uma pequena salada de folhas, que estavam deliciosos.

como-e-voar-singapore-refeicao

Havia quatro opções de pratos principais: peixe assado com vegetais e polenta, kebab de carneiro, frango ao curry com arroz e vegetais e tiras de filé mignon frito com noodles. Escolhi a última opção, mas não sei se fui muito feliz, pois o prato estava meio “sonso”.

como-e-voar-singapore-refeicao1

Para finalizar a refeição, havia duas opções de doces: sorvete de morango ou torta mousse de chocolate com cobertura de frutas vermelhas. Também tinha frutas frescas e uma pequena seleção de queijos. Optei pela torta mousse, que estava excelente, e segui para a seleção de queijos.

A carta de vinhos apresentava a quantidade de opções típica de uma classe executiva. Além do champagne, tinha duas opções de vinhos brancos, sendo um de Bourgogne (Bouchard Perre et Fils Pouilly-Fuisse, 2012) e um alemão (2012 Haus Klosterberg Riesling Kabinett Markus Molitor), 3 opções de vinho tinto, um Bordeaux (2010 Châteaus Loudenne Médoc Crus Bourgeois), um italiano (2009 Marchesi de Frescobaldi Tenuta di Castiglioni) e um espanhol (2007 Bodegas Roda Rioja Reserva). Eu degustei todos esses, e os melhores, na minha opinião, estavam o Bourgogne e o italiano tinto. Também tinha o tradicional porto (Taylor’s 10 anos Tawny), que realmente estava muito bom.

Acho que o destaque do menu de bebidas ficou por conta das diversas opções de coquetéis, incluindo o já mencionado Singapore Sling e bebidas fortes, como uísque, conhaque, etc.

As refeições foram servidas em louças finas, fabricadas com exclusividade para a Singapore, copos de cristal e talheres de aço. O tamanho da mesa nessa poltrona é gigante e acomoda bem os diversos copos e talheres arrumados sobre a toalha branca de tecido.

Entretenimento

O famoso sistema de entretenimento da Singapore, chamado Kris, é muito completo e dispõe de um monitor bastante grande. Havia diversas opções de filmes (recentes e antigos), músicas, séries de TV e jogos interativos.

como-e-voar-singapore-entretenimento

O fone de ouvido oferecido isola bastante o ruído do avião e deixa o som do programa assistido com alta definição.

O controle remoto acoplado no braço da poltrona é prático e fácil de usar. Todas as opções de programas e músicas eram on demand.

Os comissários passaram oferecendo diferentes materiais de leitura, como jornais e revistas, mas não me interessei por eles.

Conclusão

De um modo geral eu recomendo a utilização da Singapore como o meio de conexão entre Brasil e Europa, pelas razões ditas na introdução deste artigo. Nem se fale se o destino for Barcelona, inclusive por ser o único voo direto para tal localidade.

Entretanto, se o destino for Ásia ou Oriente Médio, das cias. que que conheço eu optaria por Qatar Airways e Emirates, nessa ordem (isso porque não conheço a Etihad). Em uma rápida associação, se o destino for Europa, eu compararia a classe executiva da Singapore Airlines com a da Swiss e, se for para o oriente, num outro patamar, a da Qatar com a da Emirates, que se mostraram superiores tanto em conforto quanto em qualidade das comidas e bebidas e, principalmente, no quesito atenção aos mínimos detalhes.

Agradecemos ao Rafael pela avaliação, sem dúvida ela será muito importante para outros viajantes que pretendem visitar a Europa em uma excelente companhia aérea. Se você também já voou em classe executiva da Singapore, não esqueça de deixar o seu comentário abaixo.

Não perca nenhuma oportunidade!
ícone newsletter E-mail diário com promoções Receba as ofertas mais quentes no seu e-mail
tela do app do melhores destinos
Baixe grátis o nosso app Seja notificado sempre que surgir uma promoção