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Após acusar concorrentes de protecionismo, Azul deixa a Associação Brasileira de Empresas Aéreas!

Leonardo Cassol
01/05/2019 às 19:06

Após acusar concorrentes de protecionismo, Azul deixa a Associação Brasileira de Empresas Aéreas!

A Azul anunciou hoje sua saída da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), fundada em conjunto com GOL, Latam e Avianca em 2012. Em comunicado à imprensa, a empresa disse que reconhece as importantes contribuições da Abear ao setor nesse período, porém, que a partir desse momento prefere representar seus interesses de forma direta.

Estamos animados com nosso futuro. Vamos seguir com nossos planos de desenvolver cada vez mais cidades, mercados e frota, estimulando o acesso ao transporte aéreo para que ainda mais brasileiros possam voar pelo Brasil e pelo mundo. Já somos um grupo com mais de 12 mil pessoas, temos o maior número de destinos e voos diários no país e temos um caminho de muito crescimento pela frente. Por isso, entendemos que nosso diálogo com a sociedade civil, autoridades, órgãos competentes e demais stakeholders deve ser feito diretamente pela companhia”, diz John Rodgerson, presidente da Azul.

O movimento acontece algumas semanas após o presidente da Azul acusar abertamente a GOL e a Latam de protecionismo e de sacrificar a Avianca para limitar o crescimento da Azul em Congonhas, um dos principais aeroportos do país. O conflito se deu depois que os credores Avianca dividirem os ativos (especialmente os slots – autorizações para pousos e decolagens) em sete lotes, para torná-los mais interessantes para a GOL e para a Latam. Isso irritou profundamente a Azul, que dias antes havia formalizado um acordo para adquirir os ativos e slots da Avianca de forma única.

As acusações não ficaram sem reação. Em entrevista ao jornal o Estado de São Paulo, o presidente da GOL, Paulo Kakinoff, rebateu duramente as críticas e partiu para o ataque. Primeiro, disse que se a negociação com a Avianca não avançar o custo para a GOL será de quase R$ 200 milhões, entre empréstimos para a Avianca e pagamentos feitos para a Elliott, principal credora da empresa. Depois, destacou que foi a Elliot quem procurou a GOL e que a divisão dos ativos foi a maneira encontrada para viabilizar a participação de outras empresas no leilão e diminuir o risco da operação ser barrada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Por que a Azul não adquire as UPIs? Esse processo é competitivo, o que me faz crer que quem não gosta de competir é a Azul”, disparou Kakinoff, que não parou por aí! “Ouvimos que a competição (Gol e Latam) teria receio de ter a Azul em Congonhas. Sempre que se fala em competição, deve se entender quais os benefícios possíveis de serem extraídos desse ambiente. Um deles é o preço. O que se sabe não ser o caso da Azul, justamente por ser a empresa que cobra as tarifas mais caras do Brasil. Uma outra dimensão é o produto. Aqui, o contraste fica maior. Nós temos itens exclusivos como Wi-Fi em todos os voos que operamos em Congonhas. A Gol está acostumada com competição.”

A saída da Azul da Abear não é uma grande surpresa. O clima ficou mesmo pesado e os presidentes trocaram acusações publicamente, através da imprensa. É provável que esse movimento seja mesmo uma retaliação à GOL e à Latam, como diferentes fontes comentaram nos bastidores. O fato é que os viajantes não parecem ter muito a perder com isso. O acirramento da competição até poderia trazer algumas vantagens, ainda que num contexto complicado para o consumidor, após esfacelamento da Avianca Brasil, que vem provocando uma alta nos preços das passagens aéreas.

É importante destacar que esse movimento ocorre após relevantes avanços que beneficiaram o setor e as companhias aéreas, incluindo a Azul, como a redução do imposto sobre o combustível de aviação em vários Estados brasileiros e as mudanças na regulamentação da Anac, como a desregulamentação da franquia de bagagem despachada. Eram bandeiras defendidas pelas empresas através da Abear.

Apuramos que a saída da Azul não altera o projeto de fiscalização mais rigorosa das bagagens de mão, implementado pela Abear, que está em curso em 16 aeroportos brasileiros. Segundo uma fonte, o contrato existente previne esse tipo de situação. Questionamos a Abear sobre esse tema, que confirmou que a triagem das bagagens não será afetada pela mudança. Em nota, a Abear também afirmou o seguinte:

“A ABEAR agradece a AZUL LINHAS AÉREAS, uma de suas fundadoras em 2012 e que agora anuncia sua saída, por ajudar no crescimento e consolidação da entidade no período em que a aviação comercial brasileira avançou como meio de transporte de massa conectando o país e promovendo o seu desenvolvimento social e econômico.

A ABEAR permanece firme na sua missão de promover um ambiente de cooperação empresarial, respeitando a competição e estimulando cada vez mais o hábito de voar, tendo a segurança como ponto primordial. Prosseguiremos atuando na defesa dos interesses do setor, em benefício dos passageiros e do país.”

Além das fundadoras, Azul, Avianca, GOL e Latam, são empresas associadas à Abear: TAP, Passaredo, MAP e Boeing.

Vamos aguardar os próximos capítulos!

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