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Como é voar na classe econômica da Latam entre Miami e São Paulo (de dia!)

Como é voar na classe econômica da Latam entre Miami e São Paulo (de dia!)

MIA Miami
SAO São Paulo
8095
Avião Boeing 777
Classe Econômica
Poltrona
Data 30/12/2017
Partida 7:40
Chegada 18:35
Duração
Por
16/01/2018 às 14:31

Resumo do review

LATAM
Voo: JJ8095
Miami (MIA) – São Paulo (GRU), Sábado, 30 de dezembro de 2017
Partida: 7:40
Chegada: 18:35 (-3h)
Duração: 8h
Aeronave: Boeing 777
Assento: 35A
Destaques positivos: atendimento dos comissários, sistema de entretenimento
Pontos a melhorar: mesa pequena e problemas na manutenção da cabine

Sou daquelas que sofre por antecipação. Então, vocês podem imaginar a minha cara quando descobri que o meu voo de volta da viagem que faria para os Estados Unidos seria diurno. Eu antecipava um loooongo/demorado/infinito voo de dia (à noite, eu costumo capotar de sono). Mais precisamente assim: oito horas de um sábado, dentro de um avião, já cansada de dormir e com um tédio imenso para enfrentar.

A viagem era a convite, para a participação em um evento em Miami. E é feio reclamar. Mas essa é das coisas que eu dificilmente faria por conta própria: reservar passagem em um voo internacional diurno. No entanto, lá estaria eu: no assento 35A, do voo 8095 da Latam, de Miami para Guarulhos. Um sábado, 30 de dezembro, possivelmente ensolarado tanto na Flórida quanto no Brasil. Ó, céus!

Pois, bem. Sofri de véspera. E, quando embarquei, me arrependi de cada minuto dispersado imaginando o quão enfadonho seria. Porque não foi nem um pouco. E há alguns possíveis motivos para isso. O primeiro deles: por ser de dia, sábado ou 30 de dezembro (ou todas as opções), o voo estava relativamente vazio. Era possível encontrar alguns lugares (sobretudo no fundo de cada cabine) com três poltronas vazias, espaço suficiente para dar aquela deitadinha – o que eu fiz, obviamente.

Deixei South Beach ainda de madrugada. Na rua, só gente voltando da balada…

Segundo: o fato de o voo ser tão cedo (o embarque estava previsto para as 6h40) faz com que você acabe não dormindo tão bem – por ser férias e você não estar mais acostumado a ir se deitar cedo, ou pela preocupação com o fato de ter que acordar ainda de madrugada para ir ao aeroporto.

E aí você pode olhar pelo lado negativo e achar tudo isso uma desgraça completa. Ou você pode usar todo esse sono e descansar ao longo do voo – fazendo com ele passe bem rapidinho.

Às 5h, chamei um Uber e fui para o aeroporto.

Check-in

Era escuro ainda quando cheguei no Aeroporto de Miami (MIA), atrapalhada com duas malas (uma que seria despachada e a outra de mão), uma mochila e um casaco de neve (havia passado por Nova York antes) que, por falta de espaço em outro lugar, eu levava na mão. Parei no toten da Latam para fazer o check-in e imprimir os adesivos para as bagagens. Justo na minha hora, claro, acabou o papel da máquina. Por sorte, uma funcionária da companhia estava logo ao lado – falando português, espanhol ou inglês, conforme a necessidade do cliente. E, como não havia fila nenhuma, me ajudou prontamente. Ela mesma passou para outra máquina, encontrou meus dados no sistema, mandou imprimir novamente e era isso.

Segui até o balcão para despachar a mala maior. Apresentei meu passaporte, coloquei minha mala na balança, entreguei o adesivo para etiquetá-la… E a moça me perguntou onde estava a segunda a mala. Fiz cara de “ué?” e disse que seria só uma. Logo me dei conta que devia ter duas malas cadastradas pelo fato de a primeira tentativa de impressão não ter dado certo. Pronto, problema identificado, e rapidinho pude ir para a sala de embarque. Todo esse processo não deve ter levado mais do que 15 minutos – uma boa vantagem de embarcar de manhã cedinho.

Nos raios-x já havia uma fila maior. Pudera: é um tal de tira casaco, tira calçado, tira cinto, tira eletrônicos da bagagem de mão, segura o passaporte e a passagem, passa pela máquina, ergue os braços, veste os calçados, guarda os eletrônicos, tenta não se esquecer do casaco… Meia hora depois eu estava livre e fui logo achar algo para comer. Todos os cafés, restaurantes e bancas já estavam abertos.

Como fui com certa antecedência, tive de esperar um bom tempinho até embarcar. Um pouco também em função do pequeno atraso que teve para o iniciar o processo de embarque, que estava previsto para as 6h40, mas só ocorreu por volta das 7h. Várias filas se formaram – um pouco bagunçadas, é verdade. Metade de minha fila achava que estava de acordo com uma numeração de assentos, mas na verdade, deveria estar na fila ao lado. Confusão que não rendeu atrasos, já que a partida ocorreu exatamente no horário previsto, às 7h40.

Cabine

Logo ao pisar no avião já dá para perceber que a aeronave que faz o trecho é relativamente antiga. A cor clara do material que reveste a parte interna já está um pouco amarelada, e o design das cabines também não pode ser chamado de moderno.

Após passar pela classe executiva e pela primeira cabine da econômica, quase chegando na terceira, encontrei minha poltrona: a 35A, no fundo da segunda cabine da classe econômica, bem coladinha na janela. O assento era estofado com um tecido verde e reclinava até que consideravelmente bem. O encosto para a cabeça também era ajustável, com duas abas que se moviam para os lados.

Achei bem confortável, dentro dos padrões de uma classe econômica. Havia espaço mais do que suficiente para as pernas (minha altura é 1,67 metro). E se preciso, havia a possibilidade de apoiar os pés em uma alça, um pouco estranha, posicionado embaixo da poltrona da frente (veja na foto).

Sobre o assento, havia um saco onde estavam o travesseiro, um fone de ouvido e uma manta bege sem cheiro nenhum – o que é bom. Senti falta de um protetor no encosto para a cabeça – não sou nojentinha, mas acho que é um sinal de capricho disponibilizar os mesmos itens para todos os passageiros. Havia poltronas com o protetor, aquele tecidinho onde se apóia a cabeça, e outras sem. E ah, a poltrona ao lado da minha, a 45B, não se mantinha reclinada – espero que eles saibam disso e não possibilitem aos passageiros, desavisados, a marcação daquele assento.

A mesinha para as refeições funcionava bem – apesar de ser super pequena em relação à bandeja servida. Acabei usando também a mesa da poltrona vizinha, que estava vazia, para poder apoiar parte da refeição. Acima da mesa, havia um bolsão com o informativo sobre o avião, uma publicação do Dutyfree e a revista da Latam, que é bem legal.

E, claro, na altura dos olhos, estava a tela de entretenimento touch screen, por meio da qual era possível acionar a tripulação e também ligar a luz sobre a poltrona. Também havia uma saída USB, pra que ninguém chegue no destino sem bateria no celular ou outros eletrônicos.

Apesar de antiga, a cabine é confortável e não fica para atrás nem mesmo em relação às cabines das aeronaves mais novas. O único porém foi logo após o pouso, quando uma água que escorreu do teto, próximo à janela, caindo diretamente nas minhas pernas. E não era pouca coisa, era tipo uma gota por segundo. Fui para a poltrona do lado – por sorte vazia.

Entretenimento

Parte do que pode tornar uma viagem diurna menos tediosa é o sistema de entretenimento da Latam. Os filmes disponíveis são super bem selecionados: atuais e com opções para todos os gostos. E não é que lá estavam os dois filmes que eu mais queria assistir nos últimos tempos? O brasileiro Como nossos pais e Dunkirk, que não havia visto no cinema ou encontrado na Netflix. Ao primeiro, assisti no voo de ida, o segundo deixei para o da volta.

Há ainda a opção de assistir a programas e séries de TV, produções para crianças, divertir-se com jogos e também músicas. Na tela, é possível ver a trajetória do voo, bem como conferir o que é captado pelas câmeras instaladas na parte externa do avião. Ah, e é na tela também que você pode ligar a luz referente ao seu assento ou então chamar os comissário. Só é preciso tomar cuidado: os botões da luz e acionar a tripulação ficam um do lado do outro. Quando fui testar a luz, o avião deu uma mini chacoalhada e o meu dedo foi parar sobre o “botão” da campainha dos comissários. E lá veio a aeromoça cruzando o corredor a toa… Mantive o sorrisinho no rosto e pedi desculpas. “Não é nada não, moça. Apertei no lugar errado. Hê!”.

Serviço de Bordo

E aí preciso contar que errei feio. O avião mal havia decolado, e eu já estava dormindo. CAPOTADA. Lembro de ter dado uma conferida na vista pela janela, estava tudo nublado, não veria o mar do Caribe mesmo. Então fechei tudo, deixei bem escuro e apaguei. Tanto é que, lá vem a parte triste: perdi o café da manhã. Não vi e não ouvi nada acontecer – em compensação, dormi que foi uma beleza.

Só sei que serviram o café da manhã logo após o avião decolar porque fui me informar com as comissárias, umas cinco horas após a partida. As opções eram omelete ou panquecas doces, acompanhados de iogurte ou fruta. A você, leitor, peço perdão por não ter tirado fotos e não poder avaliar esta importantíssima parte do voo (para aqueles, que como eu, são muito felizes comendo). Vacilei. Para me redimir, fiz essas fotos bonitas para vocês:

Faltando uma hora para chegar em Guarulhos, ou seja, lá pela sétima hora de viagem, foi servido o almoço. As luzes da cabine foram novamente ligadas (eles deixam meio escurinho durante o voo, mesmo sendo diurno), e foram oferecidas as seguintes opções: salada fria de frango com queijo feta e molho de limão e coentro ou tortellini de ricota com molho rosé e legumes grelhados. Fui de massa e curti. Tava bem saborosa! Não comi o pãozinho que veio junto e achei bem honesto o brownie de sobremesa. Para beber, pedi uma água com gás e um vinho tinto. Tudo ok!

Só achei um pouco estranha essa distribuição dos horários de alimentação: se o café foi mesmo servido super cedo, logo na partida, bem que a próxima refeição poderia ser com um intervalo menor, né?

O kit de amenidades não é distribuído para os passageiros. Quem quiser, pode encontrá-los próximo aos banheiros. São disponibilizadas meias, tapa-olho, protetor de ouvido, além de escova e creme dental.

Comissários e equipe de solo

No momento do check-in a equipe de solo foi extremamente ágil e cordial. é super importante que eles saibam falar, além do inglês e do espanhol, também o português. Considerado o grande número de brasileiros que visita Miami, oferecer o serviço em português é um sinal de respeito ao cliente.

No voo, os comissários também eram bastante simpáticos e prestativos, Logo vieram quando me atrapalhei nos botões, confundindo o da luz com o de chamar a tripulação. Preocuparam-se quando eu perguntei se haviam servido o café da manhã – “você dormiu? está com fome? quer um iogurte?”, perguntaram. E, no almoço, prontamente disponibilizaram uma segunda bandeja de comida para um passageiro perto de mim, que não achou suficiente a primeira.

Programa de Fidelidade

O acúmulo de pontos em voos internacionais no Latam Fidelidade / Multiplus ocorre em função do valor pago na passagem. Um voo de São Paulo para Miami, em classe econômica, acumula de cinco a doze vezes o valor da passagem em dólar (o menor valor é para clientes que não fazem parte de nenhuma categoria do programa de fidelidade e o maior é para clientes da categoria Black Signature). Quanto mais cara for a passagem, maior a quantidade de pontos acumulados.

É possível ainda acumular os pontos dos voos e realizar resgate de passagens com pontos nas parcerias da aliança Oneworld ou em outros parceiros da companhia.

Os pontos acumulados no Latam Fidelidade fazem parte da rede Multiplus e podem ser usados no resgate de passagens nacionais a partir de 3.500 pontos ou internacionais a partir de 8.000 pontos (América do Sul), além de uma infinidade de produtos e serviços.

Conclusão

A primeira conclusão, portanto, é: se você é daqueles que não consegue dormir em voos, fazer longos voos internacionais de dia pode ser uma boa opção. E, se você, assim como eu, consegue dormir em qualquer circunstância, saiba de uma coisa: o voo diurno não é tão tedioso quanto parece. Contribui muito, é claro, se a companhia aérea fornecer um bom sistema de entretenimento. Foi o caso da Latam nesta experiência de Miami para Guarulhos.

A equipe em solo e os comissários de bordo estão realmente preparados para servir e ajudar os passageiros, todos os trâmites de check-in, despacho de bagagem e embarque foram ágeis e o voo, de modo geral, bastante agradável.

No voo da ida eu já havia reparado, e no da volta se confirmou: falta um pouco de capricho nos cuidados com a cabine – a exemplo está a poltrona ao lado que não reclinava e a falta de protetor no encosto de cabeça em alguns assentos. O banho de goteira no fim do voo também não foi divertido. Mas a comida estava bem gostosa, o travesseiro e a manta, limpinhos, e a seleção de filmes, super interessante!

No fim, pensando bem, provavelmente não farei mais cara feia quando tiver de viajar de um país para o outro durante o dia.

Nota final.

Latam

Miami - São Paulo

Voo 8095

8,1
Embarque 8,5
Assento 7,0
Entretenimento 9,5
Amenidades 7,0
Equipe 9,0
Fidelidade 8,0