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Como é voar com a Laser Airlines, companhia da Venezuela

Como é voar com a Laser Airlines, companhia da Venezuela

CCS Caracas
SDQ Santo Domingo
QL 2966
Avião Boeing MD-81
Classe Econômica
Poltrona
Data Fevereiro/2018
Partida 12:00
Chegada 13:30
Duração
Por Fábio Dias
Leitor do Melhores Destinos
24/07/2018 às 11:59

A Laser (Línea Aérea de Servicio Ejecutivo Regional) é uma empresa aérea da Venezuela, fundada em 1993 por um grupo de pilotos e investidores do país. Com sede em Caracas, a companhia já foi eleita a preferida dos passageiros venezuelanos, com invejável pontualidade de 98,8% em seus voos. Nosso leitor Fábio Dias voou de Caracas até Santo Domingo, na República Dominicana, e nos enviou uma avaliação super completa, confira:

Fizemos eu e minha esposa, uma viagem para a Venezuela entre os dias 11 e 22 de fevereiro de 2018. Dentre as programações previstas estava um passeio à Isla La Tortuga, um paraíso venezuelano que para nós, sem dúvida, seria um evento marcante pelo fato de pisar em uma ilha caribenha.

Eis que o destino nos agracia com um obstáculo enorme que acaba por se tornar uma benção na viagem toda, e aqui vai uma dica a todos: sempre, quando viajando, ou mesmo no dia-a-dia, tente encontrar alguma saída positiva para eventos que a princípio parecem ser terríveis. Vou explicar.

Essa primeira parte do relato é um pouco mais longa, mas necessária para explicar o processo de compra que certamente foi muito diferente do usual.

Estávamos curtindo muito nossa estada no país bolivariano do petróleo. A despeito do que muitos devem imaginar, a Venezuela oferece muita coisa bacana para turistas. Obviamente há percalços gigantescos e uma viagem para ver tio Nicolas falando sozinho na TV deve ser muito bem planejada, mas ainda assim há muitas atrações fantásticas por lá. Como disse, estávamos adorando.

Mas o ponto alto disso tudo era o passeio à ilha e como o destino queria dar uma dose legal de adrenalina, no dia da viagem o mar virou e um alerta para navegação foi emitido proibindo a saída de embarcações… Ai ai, toda a expectativa frustrada e ainda a sensação de “o que fazer agora?” Iríamos ficar três dias na ilha e nesse período não tínhamos reserva de hotel nem mais o que fazer em Caracas.

Foi aí que decidi ir ao aeroporto tentar encontrar algum voo para algum destino caribenho, já que a Venezuela está geograficamente muito próxima de vários países da região e, como em algumas situações as companhias aéreas utilizam o câmbio oficial para emissão de passagens, imaginei que pudéssemos encontrar alguma boa opção.

A empresa que contratamos para o tour à Isla La Tortuga aceitou nos reembolsar pagando nossa passagem em bolivares, já que havíamos realizado o pagamento a eles em US$ e era mais vantagem para eles e para nós a devolução dessa forma, assim eles ficavam com os dólares (que valem ouro lá) e nós podíamos emitir as passagens ao valor do câmbio paralelo, e não do oficial (algo em torno de dez vezes mais caro).

No aeroporto comprar diretamente nos guichês das companhias aéreas mostrou-se impossível. Hora não havia voos – sendo que dizíamos ter disponibilidade para qualquer destino com um orçamento em torno de US$300 – hora o valor realmente era muito alto. Tentamos então as várias agências dentro do aeroporto mas a maioria só tinha ida favorável, a volta era muito tardia para conseguirmos pegar nosso voo de retorno ao Brasil desde Caracas.

Apenas uma agência ofereceu um voo dentro das condições que queríamos no quesito datas, mas por sermos estrangeiros disseram só emitir os bilhetes se pagássemos em dólares, que não podiam aceitar em bolívares, o que ficaria em torno de três mil Trumps. Obviamente queriam nos passar a perna. Mas a pesquisa foi substancial, pois agora sabíamos qual empresa tinha voos e inclusive os horários.

Retornamos para o hotel e procurei a central de atenção ao cliente para que me auxiliassem com a compra das passagens e, mesmo fornecendo os dados que obtivemos no aeroporto, eles não conseguiram localizar um voo dentro destas especificações. Neste momento, quando tudo parecia perdido, a menina do atendimento, de maneira muito simpática e natural disse – “tente com este rapaz sentado atrás do senhor, ele trabalha com turismo e talvez consiga”.

Me apresentei, disse o que precisava, o orçamento, e em menos de 10 minutos ele havia localizado um voo para Santo Domingo para o dia seguinte com volta 4 dias depois, eu e minha esposa por US$320,00 ida e volta os dois… um achado.

Quase não dormi aquela noite pois realizamos o pagamento por volta das 21h e o voo era para o dia seguinte, recebi o localizador por volta das 23h e só então fiquei um pouco mais tranquilo.

Check-in

No dia seguinte chegamos ao aeroporto bem cedo, por volta das 8 da manhã, no email a empresa alertavas para estar 4 horas antes em voos internacionais e sério, esse tempo é necessário.

Passamos por cinco checagens dentro aeroporto, todas elas abrindo todas as malas e tendo de retirar calçados. Na verdade só nos revistaram em três, pois nas outras duas os soldados (todos eles muito jovens, claramente com menos de 18 anos) percebendo que éramos brasileiros, descontraíram muito puxando assunto ou apenas nos deixando passar e levemente sorrindo. Fomos os únicos que tivemos esse “privilégio”.

O voo saiu no horário programado, mesmo tendo outra inspeção do exército na porta do finger abrindo malas e mandando tirar os calçados (eles são malucos com isso); escapamos dessa revista quando pegaram nossos passaportes, e deixaram passar só com o sorrisinho cordial haha.

Mesmo com o governo tentando atrapalhar de todas as formas, colocando revista até mesmo na porta do finger, tudo ocorreu na maior tranquilidade e o voo saiu no horário. Nota 10 duas vezes.

Cabine

O voo foi operado num MD-81 muito bem conservado e com espaço entre as pernas bastante agradável.

Nossos assentos eram bem no final da aeronave exatamente na “boca” do motor.

Isso não foi muito agradável, pois o barulho é literalmente ensurdecedor, principalmente durante a decolagem, quando não dá pra ouvir o que a pessoa sentada ao seu lado fala.

Entretenimento

Por ser um voo curto não senti tanta falta de entretenimento de bordo, que foi totalmente inexistente, mas a visão do mar do Caribe é melhor que qualquer outra distração.

Serviço de Bordo

O serviço de bordo começou a ser oferecido em torno de 30 minutos após a decolagem e era bastante satisfatório para um trecho relativamente curto, deu um banho na Avior, outra companhia venezuelana que experimentamos.

Havia um pãozinho muito saboroso, um mini cookie e opções de bebida; refrigerantes Pepsi ou Colita, água, suco e até rum. Optei pelo sabor mais exótico, a Colita e é realmente muito diferente, não da pra descrever o sabor.

Um voo de uma hora com lanche, suco, refri e até rum. Merecia até nota 11!

Comissários e equipe de solo

Mais uma vez, cumprem o necessário e são solícitos.

Acho que por sermos brasileiros sempre esperamos uma maior cordialidade.

Programa de Fidelidade

A Laser possui seu programa de fidelidade, o Laser CA. Mas acredito que só possa ser ofertado aos venezuelanos.

Ela também não faz parte de nenhuma aliança, portanto acumular ou resgatar pontos seria muito difícil para nós brasileiros.

Conclusão

Chegamos a Santo Domingo no horário programado e o desembarque foi rápido, mas uma surpresa, que não foi tão surpresa assim pois lemos no voucher da passagem que pagaríamos US$30 cada de taxa aeroportuária mas US$10 de taxa de turismo ao desembarcar.

O bilhete muito barato já começava a não ser tão barato assim e ainda teríamos mais US$53 de taxa de saída. Santo Domingo sabe como arrecadar com o turismo, se é que me entendem! É nessas horas que agradecemos por nossas leis nos protegerem de pegadinhas como essa, não tendo “surpresas” após a compra.

Mas este fato em nada prejudicou a viagem já que ainda assim considerei os valores justos, principalmente por ter sido uma compra totalmente em cima da hora.

Outra dica, levem cédulas de US$10 e assim conseguirão comprar o cartão de turista que é vendido num autoatendimento logo no desembarque. As casas de câmbio não irão trocar, e a máquina só aceita notas de 10.

O cara da casa de câmbio trocou para mim “por que era brasileño very cool obrigado” mas não trocou pra mais ninguém na fila e ainda estava com cara feia hahaha. Com isso ganhamos no mínimo duas horas na fila da imigração e passamos direto pelo setor de residentes dominicanos, sem fila nenhuma. Mas só mais umas duas pessoas também conseguiram, então lembrem-se: levem notas de 10 dólares.

O voo de volta a Caracas foi idem, saindo no horário programado e oferecendo o mesmo nível de serviço do primeiro e por esse conjunto todo recomendo muito a Laser Airlines pelo serviço prestado com extremo profissionalismo, mesmo em meio a tantas adversidades como a Venezuela em si proporciona.

Qualquer expectativa, ainda que houvesse, teria sido superada. Lógico que estamos falando de Venezuela, mas a empresa faz o possível e o impossível pra oferecer o melhor em tudo.


Agradecemos ao Fábio pelo relato! Leia também a avaliação que ele fez da Avior, nos voos do Brasil à Venezuela nessa mesma viagem. Quer ver a sua avaliação publicada no Melhores Destinos? Peça as instruções, capriche no texto e nas fotos e mande para a gente: avaliacao@melhoresdestinos.com.br

Nota final.

Laser Airlines

Caracas - Santo Domingo

Voo QL 2966

9,3
Embarque 10
Assento 9,5
Entretenimento
Amenidades 10
Equipe 8
Fidelidade