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Como é voar com a Aigle Azur do Porto a Paris

Como é voar com a Aigle Azur do Porto a Paris

OPO Porto
ORY Paris
ZI 312
Avião Airbus A320
Classe Econômica
Poltrona
Data 05/07/2018
Partida 08:09
Chegada 10:58
Duração 2:49
Por Nicolas Oliveira
Leitor do Melhores Destinos
31/10/2018 às 17:10

A Aigle Azur é uma companhia aérea francesa fundada em 1946, que opera voos regulares para as principais cidades da França e algumas cidades da Europa e do norte da África, além de alguns destinos mais distantes como China e a partir deste ano para o Brasil, com voos ligando Paris a Campinas. Um de seus principais acionistas é David Neeleman, proprietário da Azul. Possui uma frota de nove Airbus A320 e dois Airbus A330. O leitor Nicolas Oliveira voou com a companhia do Porto a Paris e conta nesse relato como foi a experiência:

Como é voar com a Aigle Azur

Moro e estudo em Coimbra, Portugal, e procuro aproveitar ao máximo os períodos sem aula para rodar pela Europa com meu mochilão e amigos. No início de julho resolvemos, eu e uma amiga, visitar Paris e Madrid – uma das melhores viagens que já fizemos até aqui. Tomamos um avião no Porto, já que em Coimbra não há aeroportos, seguindo para Paris; de lá, prosseguimos para Madrid em uma viagem de 16 horas por terra retornando ao Porto por avião. Aqui segue o relato do primeiro trecho aéreo, quando voamos com uma companhia francesa que recentemente começou a operar voos entre Paris e Campinas – a Aigle Azur.

Compra

Sempre compro passagens para voos internos na Europa pelo GoEuro, por ser um dos bons buscadores que revela o preço dos bilhetes em companhias low-cost como Ryanair ou Easyjet, além de fazer um comparativo entre preços por avião, trem e ônibus para cada trecho selecionado.

Compramos nossas passagens a Paris em meados de maio, e selecionamos como destino o aeroporto de Orly, por ser mais próximo do centro da cidade que os demais (as low costs vendem passagens a partir de oito euros entre Porto e Paris, mas você geralmente acaba pagando bem mais que isso em um transfer entre Charles de Gaulle/Beauvais e o centro da cidade). A TAP oferecia bilhetes a 13 euros e a Aigle a 17. Optamos pela última devido ao horário do voo, que nos permitiria almoçar em Paris e passar um dia inteiro a mais passeando pela Cidade Luz.

Visitei o site da companhia para comparar o preço e percebi que o GoEuro praticava um valor sensivelmente menor, e ambos cobravam taxas para marcação de assento. Fizemos a reserva pelo próprio GoEuro, que solicita formulários simples e intuitivos de serem preenchidos. Paguei com meu cartão de débito português.

Check-in

Como era um voo matinal, precisamos sair de Coimbra no primeiro ônibus da madrugada, às 3h, em uma viagem de 1h25 de duração. Aproveito para dizer que o Aeroporto do Porto é de fácil acesso por conectar-se ao transporte público pela linha E do metrô (ao custo de 2 euros), que conta também com uma estação (Campo 24 de agosto) em frente à rodoviária.

Durante os dias que antecederam o voo, procuramos diversas vezes informações maiores sobre a Aigle Azur na internet; não sabíamos, até então, se tratava-se de uma low cost ou não – o que implicaria pagamento do cartão de embarque, do serviço de bordo e talvez o despacho de nossos mochilões. Nem mesmo informações sobre a possibilidade de um check-in online encontramos, visto que o aplicativo da companhia para iOS não é nada intuitivo e algumas seções do site permaneceram longos dias fora do ar. No dia anterior à viagem, o site retornou e conseguimos fazer o check-in online, bastante rápido e descomplicado, além de informarmo-nos que nossa tarifa permitia bagagem de cabine de 10kg.

Já no aeroporto, resolvemos recorrer ao balcão de informações para confirmarmos as informações sobre as dimensões de nossas bagagens e tentar retirar o cartão de embarque (ah, vai, quer souvenir melhor que cartões de embarque?!). Perguntei à atendente se os cartões eram pagos à parte e ela, bastante gentil e com um sorriso, explicou que isso só ocorria nas cias low cost. Pronto! Descobrimos a essência da Aigle! (e de quebra, entregamos nosso passado obscuro voando de Ryanair hahaha).

Encontramos com facilidade nosso portão de embarque no bem-sinalizado e já familiar Aeroporto Francisco Sá Carneiro. Não havia qualquer tipo de fila às 7h20, horário de embarque previsto: os pouquíssimos passageiros eram todos idosos – com exceção de nós dois e mais um casal brasileiro – e estavam bem acomodados nos poucos bancos da sala de espera. O embarque só iniciou às 7h45, com uma primeira chamada em francês e outra em português; seguiu bastante rápido e descomplicado, os atendentes foram cordiais e auxiliaram com agilidade cada um dos idosos que precisou de atendimento especial.

Cabine

A aeronave era uma Airbus A320 configurado ao padrão tradicional 3×3, como as da Latam no Brasil, e estava assustadoramente vazia. Como fomos os últimos a embarcar pude contar apenas 14 passageiros.

Mesmo com sete anos de uso, mantinha um ar sóbrio e estava bastante limpa. Eu, particularmente, gostei bastante das poltronas em couro azul, seguindo as cores da empresa; o assento era confortável e contava com um bom espaço para as pernas. Não que esse seja um ponto do qual eu possa me queixar, já que tenho 1,65m, mas minha amiga de 1,75m concordou que era razoável.

Entretenimento

O entretenimento era escasso – resumia-se à revista Magazine, guardada no bolsão da frente. Não acredito que seja um problema, de todo, até mesmo por se tratar de um voo razoavelmente curto. Resolvi folheá-la, mas percebi que absolutamente todo o conteúdo estava em francês, e logo desisti – aqui sim um ponto negativo; esperava descrições pelo menos em inglês.

Serviço de Bordo

Trinta minutos após a decolagem, o serviço de bordo era iniciado. Nós, por via das dúvidas, já havíamos comido algo no aeroporto mesmo, ainda não sabendo se a Aigle Azur oferecia uma cortesia ou um serviço pago. Lembram que haviam pouquíssimos passageiros no voo? Bem, quase todos estavam à nossa frente, e a cena foi até bastante engraçada: a comissária passava quase que direto pelos passageiros, sem nem mesmo desacelerar o passo.

“Há algo errado!”, pensamos, e no auge do nosso estereótipo de viajantes da Ryanair, perguntamos bem discretamente um “Is that for free?”. A comissária, novamente, nem parou de andar, só respondeu um “No!” seco e acostumado com a pergunta, apontando para um cardápio que jazia no mesmo bolsão em que estava a revista. Seguiu direto para o fundo e, no total, apenas dois casais se deleitaram com o tão misterioso serviço de bordo. Conforme podem ver na imagem, os preços nem estavam tão caros assim; na verdade, mais baratos que os praticados nas lanchonetes e restaurantes dentro do aeroporto.

Comissários e equipe de solo

De modo geral, os comissários e equipe de solo mostraram-se bastante diligentes e profissionais, atendendo a todas as solicitações dos passageiros com agilidade e cuidado. A equipe de comissários era toda composta por francófonos, e percebia-se que não falavam português; os anúncios – tanto do comandante quanto dos comissários – eram transmitidos em francês e, à posteriori, em inglês. Em alguns momentos o sotaque prevalecia e era complicado entender o inglês falado, mas nada que uma copiadinha nos comportamentos responsivos do passageiro da frente não resolvesse.

Programa de Fidelidade

O programa de fidelidade da Aigle é o AzurPlus. Não me cadastrei. Lembram que o manuseio do site foi uma correria nos dias que antecederam a viagem?! Pois bem, assim que retornei a Portugal consegui fazer um cadastro (eles inclusive prometeram enviar um cartãozinho para meu endereço), mas não consigo resgatar as milhas do voo que fiz e muito menos transferi-las para programas de cias parceiras, como a Azul (depois de muito pesquisar acredito que, de fato, essa opção não está disponível).

Conclusão

Pousamos em Orly com 17 minutos de antecedência. Devo dizer que, mesmo de beeeem longe, é possível olhar a Torre Eiffel quando você está nas janelas do lado esquerdo. Também desse lado, é possível olhar o encontro dos rios Dore e Garona, que abrem um rasgo d’água lindo ao norte de Bordeaux. O Aeroporto de Orly é enorme e extremamente bagunçado, superlotado e quente. Não precisamos retirar bagagens na esteira porque não as despachamos, mas havia letreiros e boa sinalização para quem o fosse fazer.

Dicas

Para quem, como eu, estiver a viajar com amigos ou sozinho, deixo aqui o OrlyBus como dica. É possível comprar os bilhetes numa máquina de autoatendimento ou nos guichês localizados justo à porta de cada terminal do Orly. Custa 8,30 euros e leva da porta dos terminais até o sul da região mais central de Paris. Basicamente é um ônibus semelhante àqueles que nos levam do portão de embarque até a aeronave, quando do embarque remoto, com espaço para bagagens e tudo mais, e viaja entre Orly e alguns pontos determinados em Paris sem realizar nenhuma parada no percurso. Vale dizer que o ônibus também viaja lotado; eu e minha amiga esperamos o primeiro passar e fomos os primeiros a embarcar no segundo ônibus, já mais vazio. Na cidade, pegamos um tram (por 1,90 euro) e descemos aos pés de nossa acomodação.

Conclusão

Em linhas gerais, tivemos um voo bastante confortável, com check-in, embarque, percurso e pouso bastante tranquilos. Os únicos pontos negativos, a meu ver, foram o site, que permaneceu em parte fora do ar por alguns dias, e o serviço de bordo vendido, o que faz com que a Aigle perca pontos quando comparada à Iberia, TAP ou Joon, mas ainda a situa numa posição um pouquinho mais razoável quando comparada às low costs. Caso o preço praticado continue baixo e contemple algum de meus próximos destinos, com certeza voaria novamente.

Agradecemos ao Nicolas por essa ótima avaliação da Aigle Azur! Quer enviar o relato de seu voo para o Melhores Destinos? Entre em contato com a gente pelo e-mail avaliacao@melhoresdestinos.com.br! 

Nota final.

Aigle Azur

Porto - Paris

Voo ZI 312

8,0
Embarque 8
Assento 9
Entretenimento
Amenidades 7
Equipe 9
Fidelidade 7