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Como é voar na Saudi Arabian Airlines

Denis Carvalho
14/02/2013 às 15:55

Como é voar na Saudi Arabian Airlines

A Saudi Arabian Airlines – mais conhecida como Saudia – é a principal companhia aérea da Arábia Saudita e voa para 90 destinos domésticos e internacionais com uma frota de 135 aviões. Com bases em Jeddah, Dammam, Medina e Ryad, a companhia tem destinos  no Oriente Médio, África, Ásia, Europa e América do Norte. Nosso leitor André Azevedo, autor do blog Viagem Lenta experimentou os serviços da empresa em um voo de Istambul a Chennai, na Índia, com direito a uma cansativa conexão em Riyad. Acompanhe seu rico relato e saiba um pouco mais dessa companhia, que reflete em muitos aspectos a cultura de seu país.

O site Melhores Destinos tem uma seção onde os  leitores avaliam voos em companhias aéreas. Como eu nunca havia visto nenhuma avaliação da Saudia Airlines, resolvi fazer a minha e enviar ao site. Comprei uma passagem para a Índia com a Saudia em função basicamente do preço (US$385).

Logo na compra pelo website e contato com o atendimento online, fui informado que havia um problema com os cartões VISA e que a operação não podia ser completada. Tive de ir no dia seguinte ao escritório da empresa em Istambul, onde tudo foi resolvido da melhor forma possível, com imensa cordialidade da funcionária.

 

Check-in

Chegando ao aeroporto de Atatürk, enfrentei uma fila imensa apenas para entrar, já que o terminal segue a paranoia turca de máquinas magnéticas e raios-X (como shopping centers, atrações turísticas…). Fui direto ao guichê C-17 e fui rapidamente bem atendido para fazer o check-in. Posteriormente, passei pela imigração e segui à sala de embarque, sendo necessária uma nova vistoria magnética.

Eu ainda tinha 17 liras turcas no bolso e pensei em fazer um bom almoço. Engano total: os preços no aeroporto são exageradamente mais altos do que na cidade e consegui comer apenas um Pailican dolma Kurulum por 14 liras. Claro que eu achei que o prato seria maior. As 3 liras que sobraram eu troquei por um sorvete simples do Burger King.

Embarque

Na sala de embarque, duas decepções. Não há tomadas para laptop e a internet é paga, e muito bem paga: o cartão custava 19 liras. Exploração total. Sem muito o que fazer, tive o primeiro contato visual com um voo diferente: a chegada das comissárias da empresa, de véu com uma pequena boina sobre ele.

Passando o olho na sala de embarque, muitas muçulmanas totalmente de preto deixando apenas a linha dos olhos visíveis. Ainda não consegui me acostumar com essas imagens; me transmite uma sensação de submissão que não cabe mais às mulheres no mundo de hoje. Talvez seja por isso que resolvi excluir da viagem todo o Oriente Médio.

Voo

Após o embarque, entrei em um Airbus A320 (embora no guia de socorro da cadeira acusasse um A330) que ainda estava bem conservado, mas já mostrava seus anos de uso. A revista de bordo continha um conteúdo 80% em árabe e 20% em inglês, suficiente apenas para 20 minutos de leitura. Os jornais eram oferecidos apenas na língua árabe. Apesar de o primeiro voo da rota ser relativamente curto, havia travesseiro e cobertor para cada ocupante. Fones simples e canais de música disponíveis, mas em inglês apenas um pop e um clássico. O restante apenas árabes, sendo dois deles de orações.

Antes da pontual decolagem, outra oração é realizada pelo sistema de vídeo, dedicada ao profeta Maomé. Afinal, imaginei que iria sobrevoar uma parte da Síria que está em guerra civil… Mas não sobrevoamos. Em uma das divulgações do GPS pelo sistema de vídeo, percebi que fomos primeiro para o Egito e depois uma rota à esquerda para Riyad. Como o caminho mais curto de dois pontos continua sendo uma reta, evitamos a Síria de fato, embora não tenha certeza do motivo.

O sistema de vídeo a bordo (que não era individual) alternava programas em árabe (traduzidos para o inglês) e vice-versa. Começou com reportagens do mundo animal e depois desviou-se para pastelões de comédia. Tão desinteressante que permitiu-me até observar o Rolex do ocupante do meu lado. Até que as comissárias começaram a passar servindo… suco. Sim, só suco. Para um voo de 3 horas e meia parecia piada! Até nossas companhias brasileiras tinham um cereal a mais!

Depois de uma meia hora que recolheram o copo de suco, veio, enfim, a refeição. E não era ruim. O passageiro poderia escolher entre carne bovina, frango e peixe, acompanhando salada com molho, arroz, batata, brócolis, pão, margarina e doces árabes como sobremesa. Talheres de plástico, mas de boa qualidade, com complemento de chá ou café após a refeição.

O serviço de bordo é bom, mas as comissárias não se mostraram muito cordiais. Não sei se pode ser influência da submissão religiosa, na qual os contatos não podem parecer muito íntimos, porém elas ficam devendo na atenção e na simpatia.

Conexão

Cheguei à Riyad às 20h10, com 10 minutos de atraso, e já uma hora de avanço à Istambul. Como eu não tinha o visto saudita, não pude sair da área de embarque. Eu e a torcida do Corinthians. Pelo jeito, Ryiad é conexão da empresa para vários destinos internacionais, praticamente todos para o leste, e o saguão estava cheio de gente retida no mesmo local.

Eu ficaria por lá durante quatro horas, mas havia gente que esperaria 12 horas. Para atenuar o conforto, a empresa serviu outra refeição, semelhante ao do primeiro voo. Porém, não tive como me conectar ao Wi-fi, pois apesar de o preço não ser muito caro (3 dólares a hora), eu hesitei em passar meu cartão de crédito em um país que não declarei à VISA como destino e não queria arriscar que  bloqueassem o cartão. Eles não aceitavam dólares e meu VTM de segurança estava na bagagem despachada. Sem internet, portanto.

Tive tempo para percorrer várias vezes o saguão, notando situações que você não encontra no mundo ocidental, como o local de lavagem dos pés dentro do banheiro e salas específicas de orações separadas por gênero, sem contar nas vestimentas árabes típicas em boa parte das pessoas que circulavam no local.

Segundo voo

A segunda parte da viagem durou 4 horas e meia, e ocorreu em um Airbus A330 (esse de verdade). Já era um modelo mais antigo, sem telas individuais, mas bem conservado. Novamente, o voo saiu no horário, mas aterrisou com atraso, dessa vez de 20 minutos.

Os comentários das comissárias, cuja equipe era diferente, mantém-se o mesmo. Parece que é padrão da empresa mantê-las frias e distantes. O sistema de vídeo e áudio era similar, com fones melhores dessa vez. A refeição foi servida logo após a decolagem, e tinha a opção de cordeiro. Similar às demais, porém com uma sobremesa bem mais gostosa. E como companhia, ao invés dos árabes e das mulheres de preto do primeiro voo, milhões de indianos do meu lado, rindo, falando alto, batendo as pernas e irritando as comissárias. Sem Rolex.

 

A Saudia Airlines, portanto, é uma boa companhia e sua maior virtude são as refeições. Tem aviões não  tão novos, mas bem conservados, e equipe de comissárias eficientes, mas que não deixarão você com um sorriso no rosto. Eu voaria de novo com ela apenas se encontrar outro bilhete promocional.

Agradecemos ao André pela excelente avaliação, que com certeza será muito útil aos leitores que têm vontade de viajar pelo Oriente Médio e regiões próximas. E você, já voou pela Saudia? Deixe suas impressões nos comentários!  Fez ou vai fazer uma viagem com alguma empresa aérea que ainda não foi avaliada aqui no Melhores Destinos? Ficaremos felizes em publicar sua avaliação: entre em contato pelo e-mail dicas@melhoresdestinos.com.br. Você pode conferir todas as avaliações publicadas pelo MD neste post

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