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Como é voar na classe executiva da Etihad Airways em 2014

Denis Carvalho
14/10/2014 às 16:00

Como é voar na classe executiva da Etihad Airways em 2014

Continuamos nossa série especial de avaliações de classes executivas e dessa vez com uma peso pesado: a Etihad Airways, simplesmente uma das melhores companhias aéreas do mundo! Se voar na companhia árabe na classe econômica já é uma ótima experiência dado o nível de conforto e atenção ao passageiro, na business class você consegue entender porque companhias como a Etihad encantam pessoas do mundo todo, como nosso leitor José Fernandes Júnior, autor do blog Endêmico, que aproveitou uma promoção postada pelo MD para voar com a companhia até a Índia. Veja como foi a experiência! 

Introdução

Bem, voei Etihad pela primeira vez em seu voo inaugural em uma promoção arrasadora graças ao MD, em 2013, na época fui para a China. O destino final foi a Coreia do Norte, mas essa é outra história e cabe um review à parte, porque cheguei até lá por terra, com direito a interrogatório e tudo.

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As próximas férias estavam programadas para algum momento de maio de 2014 e eu só pensaria nisto em janeiro do mesmo ano, principalmente por conta do trabalho. Como a Índia já estava quase fechada como destino, faltava escolher quem me levaria até lá, com a Etihad no topo da lista, dependeria apenas das promoções, sendo que o critério seria: companhias árabes, asiáticas de primeira (Singapore, JAL), europeias, latinas (LAN, TAM) e em ultimo caso americanas. Dentro trabalharia com os preços e promoções e talvez até destino, em caso de alguma promoção arrasadora.

Como ficou claro, tudo é bem flexível. A conta é simples: existem vários lugares que eu gostaria de visitar e como são destinos com situação política delicada (Coreia do norte), surtos de doenças (Etiópia, que ainda não fui) e severa época de chuvas, como a Índia e Peru, vou tentando conciliar todas as variáveis com as promoções para descobrir se aquele preço fantástico é mesmo uma boa oportunidade.

Enfim aconteceu e bem antes que eu esperava. O MD não falha nunca! No final de 2013 outra promoção, arrasadora justamente para a Índia, na Etihad, a cia que eu queria, na época que eu queria: R$ 1.000 abaixo do meu orçamento. Comprei na hora!

E por que a Índia?

Eu escolhi a Índia por ser um lugar cheio de contrastes, de uma cultura rica e impossível de ser descrita em poucas linhas. Terra que nos entrega cenas de extrema evolução humana como as protagonizadas por Ghandi, ao passo que ainda é uma cultura que tem muito por melhorar no trato com as mulheres, na organização do espaço das cidades e no uso dos recursos naturais como a água.

Longe de ser uma unanimidade, provoca debates apaixonados de pessoas que a amam ou a desprezam. Escolhi viajar pelo país sozinho, com mochila nas costas, mas na maioria dos momentos cedi aos aviões nos deslocamentos internos devido ao tamanho do país, e em alguns momentos, aos bons hotéis, pela severidade dos trechos “pé no chão”.

Compra

Como falei antes, a promoção estava no Melhores Destinos, com preço arrasador. Emiti bilhete de classe econômica pelo total de R$ 2.053,90 com taxas. No check-in fiz o upgrade para executiva. Em seguida explico como foi. A compra foi rápida, comprei no horário do almoço do trabalho, pelo site do Submarino Viagens.

Meu voo ficou assim, sempre em horário local:
GRU: 22:15 30/04/2014
AUH 20:00 01/05/2014
BOM 01:12 02/05/2014

O diabo é que o voo foi alterado e a sugestão enviada pelo Submarino (em um e-mail bem ruim por sinal, com erros), não foi boa, pois mudava toda a programação e data dos voos, me fazendo decolar três dias depois e passar a madrugada em Abu Dhabi, isso era péssimo, pois minha ideia era chegar a Mumbai no dia 02/05 e seguir em um voo da Jet Airways para Delhi no mesmo dia. Finalmente, descansar um dia antes de iniciar minha jornada por Agra, Varanasi e o Rajastão. Eu ainda contava com minha invencibilidade contra o jetlag.

Então começou a jornada. No chat do Submarino uma fila imensa, o telefone sempre congestionado. Quando atendiam ficavam até 40 minutos no telefone e diziam que a Etihad não autorizava as mudanças que eu pedia e que eram mais convenientes. Lá para a sexta ligação, e eu bem irritado, peguei um atendente mais esperto, que me falou que a sugestão quente era tentar direto na Etihad. Segundo ele, apesar de estar formalmente impedida de alterar a reserva, já que nesses casos é responsabilidade da agência fazer qualquer alteração (apesar de esquizofrênico, faz sentido), pela gravidade do caso atenderiam.

Lá fui eu ligar na Etihad. Poucas vezes fui tão bem atendido em um serviço telefônico na vida.
Após explicar a situação não só mudaram minha reserva como pediram desculpas pelo ocorrido, tudo em menos de 10 minutos. Cada uma das seis ligações ao Submarino levaram mais de quarenta. O jogo virou.

Check-in e embarque

Eu estava trabalhando no dia da viagem, na avenida Faria Lima, zona oeste de São Paulo e arrisquei chegar ao aeroporto de transporte público. Todo ano faço isso, deve ser um resquício de rebeldia adolescente.

Peguei um taxi até o metrô Faria Lima, Linha 4 Amarela. De lá, fui até a estação República para integrar com a linha 3 Vermelha. O objetivo era seguir até a estação Tatuapé da mesma linha e pegar o ônibus de linha até o aeroporto, tem ar-condicionado sem grandes confortos, basicamente atende todo o público, custa R$ 4,45 e o número da linha é 257. Não precisa ser ativista de transporte público para fazer isso, é uma alternativa barata e rápida, porém não aconteceu. A linha 3 do metrô já estava abarrotada por volta das 16 horas. Impossível entrar com uma grande mochila.

Plano B:
Desci na Praça da República e fui direto ao anexo ao lado da estação, pegar o famoso Airport Bus Service. Número do ônibus 259, custa R$ 36,50. Esse é bem mais confortável, com belas poltronas, ar condicionado, água à vontade, wi-fi e muito limpo. Viaja-se apenas sentado.

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Airport Bus Service

Já no aeroporto, fui com muita antecedência ao balcão da Etihad, cerca de 3 horas e meia e já estava aberto, com alguma fila. Fui até a fila da classe executiva. Valor do upgade: R$ 2.641,68 reais para a Classe executiva, sem mais descontos. Bem, era um voo de quase 15 horas, valia a pena, paguei. Os funcionários muito cordiais conversavam o tempo todo, agradáveis e profissionais ao mesmo tempo.

Já na hora do embarque a coisa mudou de figura: o espaço era pequeno para a quantidade de pessoas e atrasou um pouco. Após a fila já formada, o voo estava programado para 22:15 e apenas 22:10 iniciou o embarque. Nesse estágio os funcionários pareciam preocupados, andavam de um lado para o outro e o clima parecia pesado entre eles, nenhum sorriso ou cordialidade. Vale registrar que continuaram super profissionais cuidando de alguns idosos que lá estavam.

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Avião

avaliacao-etihad-executiva13Enfim embarcamos no avião, era um monstro, A340-500, não aparentava ser muito novo, mas impecável e limpo. Cheirando a limpeza.

Pelo que olhei na econômica, a configuração era 3-4-3, na executiva 2-2-2, mas esse 2 na região das janelas é de uma maneira em que você não tem contato com o vizinho, seria 1-2-1?

De toda forma, privacidade no assento da janela. Já no central, não gostei muito, que foi o assento que escolhi na segunda perna.

Lembra assentos de outras cias, onde você tem algum contato com o passageiro do lado, parece bacana para casais, mas definitivamente ruim para viajantes individuais que querem privacidade. Para relaxar um recurso maravilhoso é o massageador da poltrona. Não se pode esquecer dos outros mimos da classe executiva fazem você esquecer que está voando.

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Massageador de poltrona

Como faço a mesma rota pelo segundo ano seguido, estou começando a achar que os céus da África são tranquilos que é por onde efetivamente voamos a maior parte do tempo, pois não senti nenhuma turbulência mais forte.

Serviço

O serviço é bem bacana, com atenção o tempo todo por parte das comissárias de bordo, além de uma espécie de governanta da cabine da classe executiva que resolvia qualquer questão. Apenas na perna da Índia uma aeromoça, indiana, parecia não estar em seus melhores dias, mas nada que estragasse o voo, pois as outras eram bem bacanas. Percebi que as espanholas, gregas e mesmo as indianas conversam mais. As asiáticas são mais caladas.

Os avisos seguem uma regra básica. Idioma local, inglês e árabe, então no Brasil espere avisos em português. Geralmente na tripulação falam muitas línguas. Uma coisa interessante é que no voo havia uma senhora chinesa que não falava bem português, por outro lado, havia um comissário de bordo, português que não conseguia se entender com ela. Servi de ponte usando um mandarim rudimentar que sei para ajudá-la a utilizar a internet paga no celular 🙂

Business-etihad

Adicionalmente foram entregues fones com cancelamento do ruído de qualidade mediana, travesseiros e mantas confortáveis e kits de higiene da marca grega Korres. Eu gostei mesmo da nécessaire, com motivos árabes. Essa é linda que peguei para meu uso.

Refeições

As refeições foram ótimas, nível restaurante, sempre com três opções diferentes, com algumas opções que podiam ser pedidas a qualquer momento, como cafés, capuccinos, chocolates, chás, sanduíches, fritas, vinhos e bebidas diversas. Na entrada fui saudado com uma carta de vinhos e algumas castanhas

No jantar escolhi uma saladinha com uma espécie de empanada, que acompanhei com champanhe
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Dispensei a sobremesa e fui neste maravilhoso café acompanhado com cookies, que pode ser pedido a qualquer momento no voo, em seguida coloquei o assento na posição horizontal e fui dormir.

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Após um sono profundo, de seis horas e meia, no assento que vira cama, fui acordado pela aeromoça, conforme havia pedido antes de dormir. Pouco tempo depois foi servido o café da manhã. Uma capa de ovo com salmão fresco e agrião, acompanhado de geléia, pão e chocolate.

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No decorrer do voo um chá com bombom e croissant, que também pode ser pedido a qualquer momento.

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A refeição na outra perna foi um delicioso cordeiro a moda árabe que acompanhei com vinho tinto

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Entretenimento

Não sou um entusiasta do entretenimento a bordo, porém o conteúdo foi muito rico. Séries, documentários, filmes famosos americanos, europeus, asiáticos, iranianos e indiados. Músicas de hits americanos até MPB, passando por música cubana. Tinha até o Corão narrado, ou seja, acervo completo e impressionante.

Também alguns aplicativos como jogos e possibilidade de jogar multiplayer! Pode ser um problema para quem não fala inglês, pois a opção do idioma português é quase inexistente. Como eu não me interesso muito por esses sistemas, sou da turma que prefere ler um jornal, levar iPad ou ficar em silêncio, e foi o que eu fiz.

avaliacao-etihad-executiva16No avião havia um jornal brasileiro e outros dois dos Emirados Árabes Unidos, um em inglês outro em árabe, mas a grande sensação foi a internet a bordo! Paguei cerca de R$ 40 para o câmbio da época por 24 horas de internet que era razoavelmente rápida. O problema, claro, era o ping, pois o sinal sai do avião, vai até o satélite, e retorna para uma estação na terra. Pelos testes que fiz, esta estação fica na Alemanha e é propriedade da T-Mobile. Funcionou a maior parte do tempo com pequenos blackouts durante a passagem pela Arábia Saudita e pelo Brasil.

Sempre brinco com os amigos, que no dia em que eu fundar uma cia aérea, o único entretenimento a bordo das minhas aeronaves será internet a preços civilizados, como esta da Etihad. Imagino que não possa ser gratuita pela largura de banda, se todo o avião resolver acessar talvez não funcione, fora que deve ser uma receita importante para a empresa.

Quanto às conexões, havia disponíveis no sistema duas portas USB: uma no assento e outra no monitor. Uma tomada AC compatível com vários padrões, inclusive o brasileiro, entradas RCA e RJ45 que francamente não sei se alguém usa ou se funcionam.

Chegada

Desembarquei em Mumbai. Minha mochila chegou bem rápido em uma das dezenas de esteiras do aeroporto, se não me engano, são 20. Era madrugada e o aeroporto vazio.

A escala em Abu Dhabi foi bacana. A bronca fica pela minha mochila ter chegado bem suja e com aquela ferragem que dá sustentação amassada (quem é mochileiro sabe). Como foi fácil desamassar, mesmo comprometendo a vida útil da cargueira, não quis entrar com um questionamento na companhia, por ser madrugada e eu estar no início da jornada em um país desconhecido e cheio de prováveis armadilhas.

Abu Dhabi. Os corredores se confundem com Free Shop

Abu Dhabi. Os corredores se confundem com Free Shop

Mumbai – Lindo, todo cravejado em obras de arte

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Dica

Se você fizer upgrade exija entrada para sala vip em Abu Dhabi, não me deram e tive que pedir muito para entrar.

Conclusão

Vale muito a pena voar Etihad, o ponto forte é a cordialidade da equipe, as conexões rápidas em Abu Dhabi, porém, na viagem anterior achei pequeno o espaço na classe econômica. Certamente voarei novamente.

Agradecemos ao José por esta excelente avaliação da classe executiva da Etihad! E você já experimentou os serviços da Business da companhia árabe? Conte como foi nos comentários! Nossa série especial ainda não acabou e em breve voltamos com mais uma avaliação de classe executiva!  

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