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Como é voar com a Boliviana de Aviación (BoA)

Denis Carvalho
13/03/2013 às 17:54

Como é voar com a Boliviana de Aviación (BoA)

A Boliviana de Aviación, mas conhecida como BoA, é a companhia estatal da Bolívia e a empresa oficial (de bandeira) do país após o fechamento da AeroSur. Saindo do Brasil, ela opera voos a partir do Aeroporto de Guarulhos para as cidades de Cochabamba e Santa Cruz de la Sierra, além de voos charter para Porto Seguro no verão. Criada em 2007 pelo presidente Evo Morales, ela voa ainda para Buenos Aires e Madri, além se seis destinos domésticos bolivianos. A jovem companhia é desconhecida por muitos, mas não do nosso leitor Alysson Cunha, que nas muitas viagens à Bolívia por várias vezes já utilizou seus serviços e elaborou a ótima avaliação que trazemos hoje. Acompanhe:

Eu já conhecia a companhia aérea BoA e me lembro bem quando eles iniciaram as operações no Brasil. Eu sempre trabalhei no turismo e sabemos bem essas coisas. Escolhi voar com eles porque estavam com uma diferença de preço muito grande em relação a seus concorrentes TAM e GOL, que também fazem essa rota. Por ser feriado, obviamente os preços estavam altos e encontrei uma condição melhor com a BoA, que oferece  dois voos diários entre Brasil e Bolívia, um para Cochabamba e outro para Santa Cruz, ambos saindo de Guarulhos.

A BoA é uma empresa aérea relativamente nova, porém com aviões não tão novos, mas que voam com segurança e isso é o que importa. Eles possuem uma frota de Boeing 737 (séries 300, 500 e 700) e um novíssimo Airbus 330-200, que opera a mais nova rota Santa Cruz – Madrid. A companhia não tem muitos destinos internacionais, sendo até o momento apenas São Paulo, Buenos Aires e Madrid. Mas na revista a bordo dizia que em breve iniciariam Miami, Washington, Santiago, Lima e Salta.

Eu sempre viajo para a Santa Cruz de la Sierra, pois como se diz em espanhol, tenho uma “pareja” lá. Fiz muitas vezes os voos de TAM (que faz conexão em Assunção) e da GOL (um que fazia escala em Campo Grande e depois com os voos diretos). Tive uma conexão da ida por Cochabamba e a volta foi em voo direto.

Compra

Primeiro eu tentei fazer a comprar pela internet, porém o site da companhia me parece que só funciona para realizar busca de preços e datas, porque por mais de uma semana não conseguia comprar com cartão. Então, decidi fazer uma reserva online (válida por 24 horas) e que pode ser paga nas lojas da BoA no centro de São Paulo ou no Aeroporto de Guarulhos, opção que escolhi. Com o localizador, pude fazer o pagamento e já estava com o bilhete em mãos. O preço não estava em promoção, pois buscando outras datas vi que é a média do valor para a rota em questão.

Check-in

O check-in no aeroporto de Guarulhos foi tranquilo. Abriu cerca de 3 horas antes de voo, já anunciando o atraso de uma hora. O voo de ida tem um horário bem ruim, partia às 4 da manhã, e com um atraso de uma hora, parecia que o tempo não passava nunca. O mais engraçado de tudo, é que voos de outras companhias estavam atrasados também e não havia problema de mau tempo.

O check-in de retorno foi bem tranquilo, cheguei um pouco atrasado e consegui fazer tudo a tempo, mas havia um pouco de fila. Fica uma dica importantíssima: em Santa Cruz, a taxa de embarque (USD 25 ou BS 174) não é cobrada na emissão do bilhete, e deve ser paga no aeroporto, então se passar por Viru Viru, reserve um dinheiro para essa taxa.

Conexão

A conexão em Cochabamba foi corrida, pois chegamos atrasados. O voo para Santa Cruz estava prestes a decolar, porém nos esperou, depois de passar por todos os procedimentos de imigração em Cochabamba, corri para o avião e embarquei. Eu era o único passageiro que faltava, e todos me olhavam como se eu fosse o motivo do atrasado de 20 minutos.

Aviões

As aeronaves eram bem antigas e confesso que me assustei um pouco. Mas li sobre a companhia e sua politica de segurança e isso me deixou mais tranquilo. O voo de Guarulhos a Cochabamba foi em um Boeing 737-300, configurado em fileiras com seis poltronas (3×3). Não voava em um desses desde a WebJet.

O voo estava vazio, então estava confortável. Havia um razoável espaço para as pernas (eu tenho 1,77m) e as poltronas confortáveis, porém nada em especial. O que realmente me incomodou foram os barulhos que o avião fazia. Escutávamos tudo, o barulho dos flaps, do trem de pouso abrindo e fechando, cada peça do motor trabalhando. O ruído era ensurdecedor e ninguém pôde dormir direito durante o voo. Tempo de voo de 3 horas aproximadamente.

O voo de Cochabamba a Viru Viru foi em um Boeing 737-500, também configurado em 3×3, porém mais apertado (voos domésticos) e estava muito cheio. Havia lugares demarcados, porém estavam todos sentados onde queriam. Como eu estava no fundo, fui para um assento no corredor na frente, e foi ótimo para mim. Tempo de voo de 40 minutos, aproximadamente.

O voo de retorno foi em um Boeing 737-300, igualzinho ao da ida, porém não fazia tanto barulho e fui contemplado em sentar na saída de emergência, puro espaço e alegria para as pernas. O voo estava lotado e foi direto a São Paulo, com aproximadamente 2 horas e meia de duração.
Em geral, os aviões estavam limpos, porém tinham a aparência de velhos.

Serviço

Os comissários de bordo eram bastante frios, mas estavam a postos para atender rapidamente às solicitações a cada chamada de passageiros. Mesmo nos voos saindo de São Paulo, não havia ninguém que falava português e nenhum aviso era passado em nossa língua, somente em espanhol e inglês. Não havia nada de especial no voo, a não ser meia dúzia de travesseiros que foram entregues a quem solicitava, isso somente no voo noturno.

Um fato importante ocorreu no voo da ida. Um comissário que passava conferindo a segurança do voo (poltronas, cintos, etc) pediu para algumas pessoas colocarem seus assentos na posição vertical para a decolagem. Seu colega de trabalho, porém, dizia às pessoas que não havia problema e que poderiam deitar de novo. Isso é errado, porque um assento reclinado, por menor que seja a inclinação, pode prejudicar em uma evacuação, por exemplo.

Refeições

O serviço de bordo estava interessante para a rota e bem parecido com o da TAM (que capricha nas refeições). No voo GRU – CBB, cerca de uma hora depois da decolagem, serviram um café da manhã com um lanche de presunto com queijo quentes (o famoso misto), uma torta de chocolate e opções de bebidas quentes e frias – havia sucos, refrigerantes, leite, café e chocolate quente à vontade. Estava bom e parecia que haviam feito na padaria a 5 minutos atrás! Serviram rapidamente e podia repetir, já que o voo estava vazio. Um fato que vi, foi que não houve um caminhão de catering em Guarulhos acoplado à aeronave. Entre a chegada e a decolagem, demorou cerca de 30 minutos, então acredito que tudo deve ter vindo da Bolívia!

No segundo voo, o CBB – VVI, foi servido as mesmas opções de bebidas do primeiro trecho, porém havia um biscoito grande de nata (que estava muito saboroso) e um sanduíche de peito de peru com cream cheese. Foi servido cerca de 10 minutos depois da decolagem.

Já no voo VVI – GRU, uma hora depois do voo, foi servido o lanche de bordo com as mesmas opções de bebidas. Um croissant de presunto com queijo (quente) e uma salada de frutas acompanhou, e estavam muito saborosos. Em geral, para um voo de média duração, estavam ótimos os serviços de bordo da BoA.

Entretenimento

Na parte internacional dos voos, havia duas revistas, uma que se chama “Destinos”, que é oficial da BoA, e outra que se chama “La novela en Bolivia”. A revista Destinos tem um conteúdo muito bom e fala bastante de destinos no mundo e dicas interessantes sobre muitas coisas e lugares. Eu até trouxe ela para casa porque queria ler inteira. Já a revista La Novela era um um pouco “socialista” e falava das “maravilhosas” coisas que o governo fazia pela Bolívia. As matérias abordavam bastante os feitos do presidente Evo Moralez e havia uma crítica muito forte contra o Chile e a disputa pelo mar com eles. Não me interessei muito.

Chegada

A chegada em Santa Cruz foi mais tranquila, porque vim em um voo domestico, porém parte da imigração fiz ai (somente entregar alguns formulários preenchidos) e retirar a bagagem. Eu me impressionei com a rapidez, porque normalmente demoro no mínimo meia hora na esteira para começar a vir as malas e dessa vez foi bastante rápido.

Dicas

Vale a seguinte dica para quem quer pagar barato para ir à Bolívia: se optar por esses voos da madrugada de BoA, SEMPRE confirme ele antes de sair de casa, pois seu histórico de cancelamento é altíssimo, tendo por semana pelo menos dois cancelamentos.

O aeroporto de Santa Cruz tem um cambio de moeda (Real – Pesos bolivianos) muito interessante, e melhor que aqui no Brasil, vale a pena.

Eles possuem um programa de milhas que é diferente: é a cada 5 bilhetes emitidos, você ganha um. Me parece bom isso.

Conclusão

Voar com a BoA foi interessante e sempre que tiver bons preços, continuarei voando com eles. Acredito que poderiam melhorar seus tripulantes a bordo, porque um “bom dia” ou um “até logo” é sempre bom escutar. Já tenho outros bilhetes emitidos com eles e acredito que é uma companhia aérea com ênfase nos bons preços.

Agradecemos bastante ao Alysson que arrumou tempo entre tantas idas e vindas para a Bolívia para presentear os leitores com esse excelente relato :mrgreen: . E você? Já voou com a BoA? Deixe suas impressões nos comentários. Se fez ou vai fazer alguma viagem com uma companhia que ainda não foi avaliada pelo MD entre em contato com a gente pelo e-mail dicas@melhoresdestinos.com.br e envie sua avaliação!

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