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Como é voar na Air India

Denis Carvalho
28/08/2014 às 12:44

Como é voar na Air India

Nossa seção de avaliação das companhias aéreas vai dar uma voltinha pela Índia! Nossa leitora Laura Redondo de Campos enviou avaliações de três das principais companhias do país – uma boa oportunidade para compará-las e saber como estão os serviços por lá. A primeira avaliação é da Air India a estatal que é a maior e mais antiga companhia aérea indiana. Confira como foi a experiência: 

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Em dezembro de 2013, fui a um casamento na cidade de Pune, na Índia, e aproveitei para viajar um pouco pelo país, particularmente pela região do Rajastão (Noroeste). Além das 17 horas de voo até a Índia (14 horas de São Paulo a Dubai e 3 horas de Dubai a Mumbai, pela Emirates), acabei acumulando mais algumas horinhas em companhias locais indianas. Segue a descrição do primeiro trecho, com a Air India, a companhia estatal indiana que, segundo minhas leituras, não era a mais segura nem a mais pontual, mas é a de melhor “cobertura” e pra mim foi bastante satisfatória. 

Dados do voo: AI 677
Origem X Destino – Mumbai – Delhi

Compra
Todos os voos que pegamos foram comprados por uma agência de turismo local; nós apenas escolhemos as datas, então sinceramente não sei opinar sobre a experiência de compra ou preços. Só posso dizer que usar uma agência de viagens local é um pouco aventureiro, porque como pude perceber com os prestadores de serviço indianos, digamos que o Brasil está bastante avançado em comparação.

O preço de cada voo ficou em torno de Rs. 7.000,00 (R$ 270,00). Peço desculpas aos caros leitores do MD, mas como comprei num pacote, paguei um total de Rs. 21.000,00 pelas passagens, e não sei exatamente o quanto saiu por trecho (não fizemos nenhum voo de ida e volta, sempre apenas ida). Tampouco acumulei milhas, pois nenhuma companhia usada fazia parte de algum programa de milhagens que eu utilizo.

Check-in e embarque
O aeroporto doméstico de Mumbai (Santa Cruz, fica ao lado do aeroporto internacional, por isso sugiro atenção ao nome do aeroporto para não cair no saguão errado) é um bom indicativo do que você encontra em boa parte da Índia: infraestrutura precária, falta de informações, excesso de controles de segurança e filas desorganizadas.

Só entram nos aeroportos indianos quem for passageiro ou acompanhante de passageiro com necessidades especiais, como deficientes físicos, crianças ou idosos. Há um controle na porta feito por policiais, onde você tem que apresentar seu passaporte e cartão de embarque/e-ticket, além de escanear as suas malas. No lado positivo, é um aeroporto limpo e bem sinalizado.

O check in foi tranquilo com fila pequena. O limite de bagagem é bastante restrito: são 15 kg para a bagagem despachada + 7 kg de bagagem de mão (com relativa flexibilidade, dependendo do “jeitinho” indiano). Os quilos excedentes custam Rs. 250 (cerca de R$ 10).

O controle de segurança é presente em TODOS os momentos. Para entrar nos portões de embarque, há o raio-x de malas de mão, detector de metais e eventualmente body scanner. Homens e mulheres vão em filas separadas porque todos, independente do resultado do detector de metais, serão submetidos à uma checagem manual com detector de metais.As mulheres sempre são encaminhadas a uma cabine que lhes confere privacidade, imagino que seja assim por conta da necessidade eventual de levantar véus, burcas e outras vestimentas sem causar constrangimento diante de homens.

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Mesmo com tantas medidas de segurança, uma amiga minha passou com uma garrafa d’água de 1 litro sem ser detectada (eles têm os mesmos regulamentos de segurança dos nossos voos internacionais para seus voos domésticos, ao contrário do que acontece aqui no Brasil).

Uma vez no portão de embarque, quando os passageiros são chamados, forma-se a genuína “fila indiana”, que não lembra em nada o tipo de fila que a gente conhece como um alinhamento de indivíduos civilizadamente um atrás do outro. É um “Krishna nos acuda” e cada um por si.

Miraculosamente, todos embarcaram pontualmente e o voo saiu no horário. Não sem antes você passar novamente por controles de segurança, que somam absurdas três paradas entre a porta do gate e a entrada na aeronave: um policial controla seu passaporte e cartão de embarque logo depois do funcionário da companhia aérea ter escaneado os mesmos; um outro policial – que está a dois passos de distância, na entrada do finger, que não te dá espaço para espreguiçar, muito menos para encontrar ou desenterrar uma bomba da lixeira – repete o controle e na porta do avião você não pode dizer simplesmente em qual assento está marcado, mas tem de mostrar o cartão de embarque para o tripulante e, aí sim, ter o lugar apontado.

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Avião
O avião era um Airbus A321 com configuração de assentos 3×3 e poltronas na classe executiva e já viveu seus dias de juventude. Apesar de não estar caindo aos pedaços, dava pra notar que o estofamento era um bocado gasto.

Os assentos são razoáveis, mas a minha poltrona não reclinava por algum defeito. O banheiro parecia limpo, mas estava fedido, mesmo eu sendo a primeira pessoa a usar. Não tinha toalhas de mão, apenas lenços (de rosto). O gabinete onde ficam os papeis estava destravado e abrindo.

Serviço

O serviço foi cortês, mas sem simpatia, e totalmente em inglês e hindi (incluindo as informações do capitão e tripulação). Por ser um voo doméstico, não houve a distribuição de nenhum item, exceto os fones de ouvido, que eram entregues a quem solicitava.

Refeições
Pra mim foi uma grande surpresa ver que eu teria uma refeição de verdade, com direito a prato quente e sobremesa, além de bebidas à vontade! A comida era típica indiana e bem gostosa, acima da média das companhias aéreas (na Índia tudo é super temperado, então a comida do avião não poderia ser insossa como a do resto do mundo), só que não era muito picante, como muita gente deve estar pensando. Deu pra matar a fome!

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Eles ofereceram opção vegetariana e não-vegetariana, e eu optei pela primeira e para beber havia apenas água em pequenas garrafas individuais. Ao final, serviram café e chá. Tudo foi servido com talheres de metal.

Entretenimento
Me surpreendeu que, devido o trecho relativamente curto, havia monitores individuais com sistema de entretenimento com seis canais. O sistema não é interativo, ou seja, você não consegue controlar com play, pause ou avançar um filme. É como se fosse uma televisão.

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Só que 90% dos canais passam filmes de Bollywood (o que pode ser bem engraçado, mas como não são em inglês, a diversão fica ao tentar entender o que está sendo interpretado). A maioria dos canais pega mal também, com chuviscos, então é algo como a televisãozinha da portaria do prédio, só que em cores.

Chegada
A chegada em Delhi foi tranquila e pontual, apesar da neblina espessa que cobre a cidade durante todo o inverno. O aeroporto de Delhi é muito moderno, foi construído (ou reformado, não entendi bem) para os Jogos da Commonwealth poucos anos atrás e é muito bonito. Nossas bagagens chegaram rápido na esteira e não tivemos problemas para encontrar a saída.

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Conclusão
Confesso que eu estava meio apreensiva em usar a Air India, já que eles não tem um bom histórico de incidentes e, bem, depois de ver como a manutenção em geral das coisas é feita na Índia, você começa a ficar um pouco mais cautelosa. No fim, foi uma boa experiência durante todo o período do voo e certamente recomendo aos leitores do MD que se aventurarem pelo país.

Nos próximos dias publicaremos as avaliações da GO Air e Jet Airways também enviadas pela Laura, não perca! Já voou com a Air India? Conte como foi a sua experiência nos comentários e participe! Confira também todas as avaliações de companhias aéreas na nossa página especial!

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