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10 dicas de sobrevivência atualizadas em Buenos Aires para quem nunca foi e para quem sempre vai!

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19/02/2015 às 10:15

10 dicas de sobrevivência atualizadas em Buenos Aires para quem nunca foi e para quem sempre vai!

Ernesto Lippman*

Você vai para Buenos Aires em alguma promoção do MD, vale a pena conferir o novo guia de sobrevivência da cidade. Mesmo que você já seja expert na cidade, algumas coisas mudaram e com certeza você vai descobrir dicas que não conhece. Ainda que não seja mais uma grande pechincha, pois com a inflação argentina, que está triste como o tango e a desvalorização do real, os preços agora são apenas um pouco mais baratos do que em São Paulo, a cidade continua com seu charme retrô e decadente, as carnes são as melhores do mundo, e os alfajores continuam irresistíveis.

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Desta vez, porém, notei uma grande diferença: ao contrário de tempos anteriores, os argentinos estão recebendo os brasileiros com uma simpatia digna do Papa Francisco. Sejam bem vindos às nossas dicas, vindas diretamente da viagem em que desembarquei há poucos dias:

1) Free Shop com 40% de desconto, na volta

Provavelmente, a maior barbada da Argentina! Você compra/troca reais ou dólares por pesos no paralelo, conforme descrito na dica 3, onde eles valem 40% a mais e paga suas compras com pesos na cotação oficial. Assim, você tem uma economia de 40%., fazendo deste o free shop o mais barato do mundo. Ninguém lhe pede comprovante de compra da moeda ou algo assim. Todos os argentinos pagam suas compras em pesos. Atenção: esta barbada pode mudar a qualquer momento, e nem o autor, nem o MD se responsabilizam por uma eventual mudança destas regras. Consulte junto ao caixa no free shop da chegada, se ainda estão aceitando pesos, e no site https://www.freeshop.com.ar. Esta é uma situação tão boa que pode mudar a qualquer momento.

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2) Escolha: classe, ou praticidade?

Estas são duas melhores maneiras de se ir para Buenos. A com classe, pelos voos das excelentes companhias árabes como Qatar, Emirates e Turkish, com poltronas espaçosas e ótimos serviços de bordo, tornando voar uma experiência agradável (é incrível mas isto ainda acontece…) mas que chegam a Ezeiza, ou a outra pelas concorrentes, onde o serviço de bordo se resume a um sanduíche e a água/refrigerante. Mas, se for por outras companhias, fique atento e escolha a opção AEROPARQUE (AEP), que fica a 10 /15 minutos do Centro, e evite os voos marcados EZE (Ezeiza), onde você vai demorar no mínimo uma hora para chegar a seu destino e pagar um táxi bem mais caro.

Se você chegar pelo Aeroparque, uma novidade econômica e bem vinda é o ArBus. Vá até o final do aeroporto e por menos de 3 dólares você vai sentado, com lugar para a sua bagagem ir bem acomodada, a várias localidades do Centro ou a Palermo. Se quiser pegar um táxi, vá ate a fila e recuse terminante aqueles que ficam oferecendo serviços no aeroporto. Se por acaso o voo pelo Aeroparque for mais caro, procure programar a volta por Ezeiza, pois será bem mais barato pegar um táxi na volta, pagando no mercado paralelo, do que ter as poucas opções disponíveis no Aeroporto, na ida. Dica: Voos das Aerolineas agora marcam pontos no Smiles, não deixe de dar seu número no embarque e na reserva.

3) Câmbio

O câmbio negro ou blue está um pouco mais disfarçado do que antes, quando era praticado de maneira aberta. Nos hotéis maiores, muitas vezes sequer o assunto é mencionado e se você fala em trocar dinheiro, irão recomendar alguma casa de câmbio oficial. As casas de câmbio paralelo operam escondidas como pequenas lojas de artesanato, camisetas ou de coleção de “notas antigas”. Mas há uma significativa diferença entre o oficial e o paralelo, de mais de 40%, que torna atrativa esta opção. Confira antes da chegada o valor da cotação do paralelo no site dolarblue net , e troque no aeroporto, onde irão lhe pagar pelo oficial apenas o necessário para o táxi ou transfer. Leve notas de 100 dólares novas, que tem cotação melhor do que as de 10, 20 e 50. Se quiser levar Reais, eles também são trocados, mas você terá uma pequena perda entre 3% e 5%, além da possibilidade dele se desvalorizar durante sua viagem.

Há diversos cambistas anunciando “câmbio”, principalmente na Rua Florida, os arbolitos, mas eu não recomendo trocar dinheiro na rua, acho sempre mais arriscado. Usei uma na galeria da Florida 670, onde a casa de cambio esta disfarçada como uma loja de camisetas da Mafalda, foram corretos nas contas e não houve qualquer problema com notas falsificadas. Tenha atenção ao sair da casa de cambio, pois há relatos de furtos por “trombadinhas”, assim eu sugiro que você dê uma passadinha na bela livraria Atheneu do lado, tome um café, escute um disco, ou escolha um livro. Uma alternativa e fazer um contato por Facebook, por MP pela pagina “Boston Cash”, que troca e entrega seu dinheiro no hotel. Nunca usei, mas já vi vários relatos positivos.

 

Ah, mas o câmbio negro, não é ilegal? Teoricamente falando, sim, mas ele é bastante tolerado, e nos tempos politicamente corretos, ele se chama “blue” e não “negro”. Eu acompanho regularmente na internet jornais argentinos como o Clarim e o Agenda 18, e nunca vi noticia de um turista que fosse preso por trocar dólares no paralelo, embora de vez em quando a policia finja que trabalhe e feche as casas de cambio. Aliás, acredito que uma das razões do dólar paralelo ser tolerado é o fato de que sem ele, milhares de empregados do setor de turismo na Argentina perderiam seus empregos, pois viajar para a Argentina com a cotação do dólar oficial ficaria inviável, o que murcharia um dos poucos setores onde ainda há dinamismo na economia do país. E o cambio negro existe em países de economia instável, como o Brasil dos anos 80, o Chile dos anos 90, o Uzbequistão de hoje. Se os cidadãos querem comprar dólares para proteger suas economias de um índice de inflação manipulado, e isto não é aceito pelo governo, eu não sinto com nenhum drama na consciência de usar o mercado paralelo, pois a diferença é brutal. Hoje, são aproximadamente 8,41 pesos por dólar no oficial e 12,50 no paralelo, mas o cambio argentino e mais desequilibrado que bêbado de ressaca, pelo que você deve consultar o site dolarblue.net, que traz as cotações e uma mapa dos “arbolitos“, como são conhecidos os cambistas.

“Ah, mas eu me sinto mal com isto”, “não gosto de agir fora da lei”, “como um site reconhecido, incentiva práticas ilegais?” Bem, neste caso eu respeito seu modo de pensar. Se você se sente mal com isto, troque seus dólares no Banco de la Nación, no aeroporto, pelo câmbio oficial. Mas tenha consciência de que neste caso Buenos Aires será mais cara do que cidades como Paris ou Nova York. Dica: Não use cartão de credito, debito, ou pré-pago, pois a conversão será pelo dólar oficial. Cartão na Argentina, só para emergências.

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4) Restaurantes

Uma das grandes atrações locais, carnes excelentes, mas não estão mais tão baratos. Espere pagar 30 dólares por pessoa numa churrascaria de preço médio, com vinho, e pelo menos 50 nas mais caras. Uma dica para reduzir a conta é que muitas vezes a porção de carne e tão grande que dá para repartir, especialmente para um casal. Veja sempre antes e entrar quanto cobram de cubierto, ou servicio de mesa que e um couvert, que ao contrario do Brasil é obrigatório. Atenção: este valor não é uma gorjeta para o garçom. Os argentinos não costumam deixar gorjeta, mas agora ela vem sendo cobrada nos restaurantes mais turísticos na base de 10%, embora não seja obrigatória. Particularmente, acho que se você foi bem atendido, deve deixar uma gorjeta, se ela não for cobrada na conta, pois se você tem dinheiro para viajar não há porque ser mesquinho. Nos botecos, e na barra (balcão) não se espera gorjeta, e em geral os preços são mais baratos, sendo uma ótima opção para uma empanada ou uma pizza. Dica: Procure pelas recomendações no Guía Oleo que são melhores do que o Tripadvisor, pois foram resenhados pelos portenhos, embora o site seja em espanhol, assim “esquisito” é uma grande recomendação !

5) Táxis

É a cidade com o maior numero de táxis no mundo. Não estão mais tão baratos como eram, mas raramente uma corrida custará mais de 10 dólares. É simpático arredondar a conta para os próximos 5 pesos, assim uma corrida de 83 pesos passa para 85. Esqueça o mito de que não se pode pagar com notas de 100 pesos, pois como qualquer corrida fica entre 30 e 70 pesos, 100 pesos são trocados normalmente pelos taxistas. Se você for muito desconfiado, peça para o hotel ou restaurante chamarem o táxi, ou o remisse, que é um táxi sem identificação, o que sai 10% mais caro que o táxi normal. Dica: já viajei várias vezes para Buenos Aires, fiz dezenas de corridas e nunca, mas nunca tive qualquer problema com um taxista, simplesmente seguindo esta tática: ao escolher o táxi, somente pegue aqueles que tem a marca de “radio taxi”, que com uma marca na porta traseira, ou no letreiro de táxi. Parece bobeira, mas não é! E, o preço do radio táxi é o mesmo do táxi comum.

Táxis em Buenos Aires

Táxis em Buenos Aires

6) Ônibus

Uma boa alternativa aos táxis, especialmente fora dos horários de pico. Quase sempre são vazios e a tarifa é barata: 0,75 centavos de dólar. Muitos deles foram modernizados e têm ar condicionado. Há um pequeno problema, os ônibus não aceitam mais dinheiro, só funcionam com o “bilhete único”, o sube (www.sube.gob.ar), que se compra em qualquer loja da Loteria Nacional, sem a necessidade do cadastro pela internet que chegou a ser necessário.Mas infelizmente é frequente que sistema esteja fora do ar ou que não haja cartões novos para compra. Atenção: Se for a sua primeira vez em Buenos Aires ou se você estiver sozinho o ônibus turístico buenosairesbus.com que é bastante frequente e cobre todas as atrações da cidade a 20 dólares por ida, é uma boa opção para conhecer os principais pontos da cidade, embora pelo preço cobrado, uma família com 3 pessoas possa fazer o mesmo percurso de táxi por um preço menor. Dica : Se quiser andar de ônibus faça e carregue o cartão Sube no guichê do Arbus, no Aeroparque logo ao chegar.

7) Metrô

Vale a viagem, é muito barato, menos de meio dólar por viagens. Pode-se comprar o bilhete em dinheiro na estação, assim você pode usar mesmo que não queira fazer o cartão do bilhete único Dica: Não deixe de conhecer a estação Peru, que foi restaurada, com o estilo do começo do século, inclusive com anúncios de mural. Considero uma das mais charmosas estações de metrô que conheci até hoje.

8) Violência e segurança

De uma maneira geral, a Argentina é bem mais tranquila do que qualquer grande cidade brasileira. Não tenha paranoias! Assaltos e crimes violentos são raros, mas muito cuidado na Rua Flórida, que e uma das preferidas dos batedores de carteira e celulares e dos trombadinhas. Evite ficar andando com câmeras enormes e com “cara de turista”, o que é sempre visado pelos maus elementos de plantão. Seja bem atento com bolsas e celulares nos restaurantes. Por via das dúvidas, evite andar à noite nas pequenas ruas escuras do Centro, prefira as ruas principais. Se quiser mais tranquilidade à noite, procure um hotel em Palermo ou na Recoleta, que são zonas mais residenciais do que o Centro que “morre” a partir das 22 horas. Dica: A zona de La Boca, onde fica o Caminito é uma área folclórica, mas pobre. Perto do Caminito e bem policiada, mas fora desta região, convém não se arriscar, e é melhor visitá-la de dia.

9) Muito além de Buenos Aires

Além da conhecida Bariloche, e do recomendadíssimo tour pelos vinhos e Andes em Mendoza, vale a pena conhecer destinos menos conhecidos, como Salta e a quebrada da Huamaca, ao norte, o fantástico parque Lanin a partir de Junin, ou San Martin de Los Andes, que podem ser combinadas com Pucón no Chile, fazer uma dobradinha Calafate – Torres del Paine, e as belezas naturais de Ushuaia e da Península de Valdez. Dica: Quem sabe um dia você não se anima a uma road trip pela mítica Ruta 40 que cobre a Argentina de Norte a Sul?

Ushuaia

Ushuaia

10) Para viagens internas, se o avião estiver muito caro, considere o ônibus

Se você for para outras cidades além de Buenos, procure comprar seu bilhete com todas os destinos, pelas Aerolíneas ou Lan-Tam. Mas, se você usou milhas, ou nas promoções da Catar, Turkish e Emirates, que levam apenas até a capital e não até uma segunda cidade, vale considerar a possibilidade de uma viagem de ônibus se seu segundo destino for Córdoba, Mendoza, Bariloche ou Trelew. Pelas confusas regras argentinas, as passagens aéreas promocionais muitas vezes não estão disponíveis para estrangeiros, tornando caros os deslocamentos aéreos. Por exemplo, na alta estação a tarifa que paguei num bom ônibus leito de Buenos Aires a Bariloche de ida foi de 90 dólares, mas a passagem de avião com taxas estava em 400 dólares por trecho. Os ônibus costumam ser de dois andares, propiciando ótimas paisagens para quem curte ouvir uma trilha sonora na estrada, além de economizar uma diária de hotel. Dê preferencia às empresas que oferecem primeira classe, super cama, ou cama Premium, que são leitos bem melhores do que os leitos que estamos acostumados, pois reclinam 180 Graus, como uma bussines class de avião, e dá para “sobreviver” bem à noite do ônibus. Geralmente o jantar é incluído, e consiste em uma massa ou milanesa e água, refrigerantes e vinho.

Dica: As passagens devem ser compradas na hora, na rodoviária do terminal Retiro, e não pela internet, pois neste caso você pagará o câmbio pelo preço oficial. Se estiver na baixa temporada, pergunte se há uma “promocional” ao atendente, pois há tarifas promocionais, que também são disponíveis para estrangeiros. Se você curte paisagens, peça um lugar no piso superior, e na frente.

E você tem mais alguma dica? Tem algum lugar para indicar? Uma roubada para ser evitada? Comente, curta, compartilhe!

*Ernesto Lippmann, conhecido como o Pato Econômico, é advogado e autor de vários livros na área do Direito, mas também é especialista em dicas fantásticas para economizar nas viagens mundo a fora.

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